O olhar visionário de Peter Ludwig no CCBB

Exposição traz uma das mais importantes coleções particulares de arte do mundo ao Rio

Secretartia da Cultura do Rio de Janeiro

Grande punho de ferro, de Anselm Kiefer

Não há consenso sobre o tamanho do acervo reunido por Peter Ludwig(1925-1996), colecionador alemão: estima-se que são 20 mil peças, mas há quem diga que chegam a 50 mil. Ludwig começou a se dedicar à sua coleção de arte nos anos 1950 e passou por épocas em que adquiria ao menos uma obra por dia, formando um dos mais importantes acervos particulares do mundo. Parte de sua coleção chega ao Rio de Janeiro nesta quarta, dia 7, na exposição Visões de Ludwig, que integra a programação de 25 anos do Centro Cultural Banco do Brasil.

Considerado um dos maiores mecenas de seu país, Ludwig reuniu de peças pré-colombianas a arte contemporânea, passando pelo expressionismo. Sua coleção está distribuída em 12 Museus Ludwig e em instituições do mundo inteiro.

O colecionador se destaca por ter reconhecido pioneiramente a pop art norteamericana, adquirindo obras de ícones da pop art como Andy Warhol (Retrato de Peter Ludwig, 1980), Roy Lichtenstein (Ruinas, 1965), Tom Wesselmann (Desenho em aço com frutas, flores e Monica, 1986), Claes Oldenburg (Banana-splits e sorvetes em degustação, 1964), Jeff Koons (Querubins, 1991), etc., que integram a exposição.

A mostra reúne 64 obras. Além dos expoentes da pop art, podem ser conferidos trabalhos hiperrealistas de Robert Bechtle, Ralph Goings e Gerhard Richter, o neoexpressionismo de Georg Baselitz, Markus Lüpertz e Anselm Kiefer, nomes contemporâneos como o russo Vladimir Yankilevsky e o grego Pavlos, e a tela Cabeças Grandes, uma das centenas de Picassos que Ludwig adquiriu.

“Ao centrar na Coleção Ludwig, a exposição joga luz na figura do colecionador como um agente que intervém na produção cultural, ressaltando assim a sua importância. Pioneiro e com um olhar sempre atento à produção contemporânea, Peter Ludwig foi o primeiro colecionador alemão a visualizar o potencial da pop art e ficou famoso por comprar trabalhos de Roy Lichtenstein e Jasper Johns, que atualmente alcançam valores expressivos por conta da sua relevância artística”, explica Joseph Kiblitsky, que divide a curadoria com Evgenia Petrova. Ambos são representantes do Museu Ludwig no Museu Estatal Russo de São Petersburgo, fonte da exposição brasileira.

A também curadora Ania Rodríguez destaca que a exposição permite um passeio pela “maioria dos movimentos estéticos que marcaram o século 20”. “Por meio dos trabalhos expostos, os visitantes poderão mapear as coordenadas geográficas das viagens que o colecionador fazia por várias partes do mundo em busca de obras de arte, bem como refletir sobre os contextos estéticos que em muitas ocasiões marcaram suas épocas dentro da história da arte”, acrescenta.

A exposição abre as comemorações dos 25 anos do CCBB: “Para comemorar esse aniversário, preparamos uma programação especial, com grandes exposições, entre elas esse importante recorte da mundialmente conhecida Coleção Ludwig. A mostra reúne obras preciosas de diversas escolas e estilos, proporcionando uma experiência sensorial única. Não é sempre que podemos direcionar nosso olhar para uma obra de Picasso e logo ao lado deparar-se com um Basquiat e em seguida apreciar o neoexpressionismo alemão de Kiefer e mestres da Pop Art como Warhol e Lichtenstein”, diz Sueli Voltarelli, gerente de comunicação do CCBB.

Confira detalhes e a lista completa das obras expostas em Programação Cultural.

Colaboração de Renata Saavedra

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