Gazeta Digital|Izabel Barrizon e Gláucio Nogueira
Silval chegou por volta das 11h25 na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Cuiabá. Durante a madrugada desta terça-feira (20), a PF cumpriu busca e apreensão na casa do político depois da determinação do ministro José Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), através da Operação Ararath, deflagrada em novembro passado e que investiga esquema de lavagem de dinheiro.
O governador teria ido até a sede da PF por livre e espontânea vontade para prestar esclarecimentos e colaborar com as investigações.
A Polícia Federal ainda realizou buscas na casa do deputado estadual José Riva (PSD), que foi detido, além de prender também o ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes. Agentes cumpriram também busca e apreensão no gabinete do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Sérgio Ricardo e do conselheiro aposentado Alencar Soares, além da Prefeitura de Cuiabá, Ministério Público Estadual (MPE), casa de um pormotor de Justiça e Assembleia Legislativa.
Parte do inquérito que culminou na operação Ararath foi remetida em novembro ao Superior Tribunal Federal (STF). A medida buscou investigar o envolvimento de integrantes dos poderes Executivo e Legislativo, bem como do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que possuem foro privilegiado.
A operação – Com início em 12 de novembro de 2013, a operação descobriu um esquema de lavagem de R$ 500 milhões através de empresas de factoring e combustíveis comandadas pelo empresário “Júnior Mendonça”. A partir das investigações, a PF descobriu uma série de fatos que abalam as estruturas dos órgãos públicos de Mato Grosso.
O termo “Ararath” foi escolhido pelos agentes por ser o nome de um monte na Turquia onde, supostamente, foi encontrada a Arca de Noé. Isso porque o esquema investigado atualmente em muito se assemelha ao descoberto com a deflagração da operação Arca de Noé, em 2003, que desarticulou as ações de João Arcanjo Ribeiro, à época tido como o chefe do crime organizado no Estado.
O ex-bicheiro era responsável por comandar movimentações financeiras ilegais, por meio de factorings. O responsável por decretar a prisão de Arcanjo foi o próprio juiz federal Julier Sebastião da Silva. Segundo a Polícia Federal, os investigados pela operação Ararath devem ser indiciados e poderão responder pelos crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, bem como ocultação de bens, direitos e valores. As penas estão previstas no art. 16 da Lei nº 7.492/86, podendo chegar à reclusão de 1 a 4 anos e multa, e no art. 1º da lei 9.613/98, com reclusão de 3 a 10 anos e multa.
Veja o vídeo de busca e apreensão na casa de Silval