Os chefes de Estado e de governo da União Europeia fazem uma reunião de urgência nesta terça-feira (27) em Bruxelas para discutir como reagir ao voto de protesto do último domingo. Chamados a renovar o Parlamento Europeu, eleitores dos 28 países do bloco exprimiram seu descontentamento votando em partidos extremistas e contrários às instituições europeias.
Não será fácil convencer a chanceler alemã, Angela Merkel, a abandonar a austeridade econômica que ela defendeu até agora. Ciente disso, Renzi vai buscar o apoio do presidente francês, François Hollande, para emplacar suas ideias. O problema é que o socialista chega enfraquecido a Bruxelas, depois da vitória histórica, na França, do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN).
O sucesso do movimento comandado por Marine Le Pen deixou os dois principais partidos do país em crise. Tanto que os líderes da UMP, o partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, de direita, e do Partido Socialista, atualmente no poder, reavaliam suas estratégias políticas.
Le Pen vai a Bruxelas encontrar aliados
Marine Le Pen anunciou que vai a Bruxelas nesta quarta-feira (28) encontrar possíveis aliados. Ela negocia alianças para formar um grupo parlamentar de extrema-direita e impedir avanços na construção de uma federação europeia. Pelas regras da Casa, para constituir um grupo político são necessários no mínimo 25 deputados de sete países.
Com 24 deputados eleitos, o FN preenche um dos critérios praticamente sozinho. O desafio é conquistar aliados de outras seis nacionalidades. O partido neonazista grego Aurora Dourada demonstrou interesse em uma aliança com o FN, mas Marine Le Pen descartou, assim como o Jobbik húngaro e o NPD (neonazista) alemão.
O Ukip britânico e o partido antieuro alemão AFD excluíram qualquer aliança com a família Le Pen. O líder do Ukip, Nigel Farage, disse não gostar do “antissemitismo inscrito no DNA da Frente Nacional”.
Para o FN, restam aliados históricos como o partido belga Vlaams Belang, o holandês PVV, o austríaco FPO e a Liga Norte italiana. Marine Le Pen também contatou os Democratas Suecos.