O presidente ucraniano Petro Poroshenko declarou um cessar-fogo de uma semana na noite de sexta-feira (20), na tentativa de lançar um plano de paz com os separatistas no leste do país. Mas a trégua de Kiev não foi respeitada pelos rebeldes e novos ataques foram registrados na manhã deste sábado. Apesar das críticas da comunidade internacional, Moscou avisou que seu exército está em estado de “alerta máximo”.
A declaração do cessar-fogo feita por Kiev foi interpretada por Moscou como uma ameaça, e não como uma tentativa de trégua. “Uma primeira análise mostra infelizmente que não se trata de um convite à paz e às negociações, e sim a um ultimato lançado aos insurgentes para que eles baixem as armas”, declarou o serviço de comunicação do Kremlin na noite de sexta-feira.
O ministro russo da defesa, Sergei Shoigu, também informou que as forças armadas do país estavam à postos. “Seguindo a ordem do presidente Vladimir Putin, desde às 11h em Moscou (4h em Brasília) as tropas militares situadas na região (da fronteira com a Ucrânia) foram colocadas em estado de alerta máximo”, explicou.
Já o presidente ucraniano avisou, ao declarar o cessar-fogo, que sua tentativa de trégua “não quer dizer que não responderemos em caso de agressão contra nossas tropas”.
França e Estados Unidos ameaçam com novas sanções
A comunidade internacional continua preocupada com a violência dos confrontos que tomam conta do leste ucraniano desde o mês de abril, e que já tiraram a vida de pelo menos 370 pessoas. Em conversa telefônica na noite de sexta-feira, os presidentes da França, François Hollande, e dos Estados Unidos, Barack Obama, ameaçaram novamente Moscou – acusado de incitar os conflitos – com sanções em caso de intervenção das forças russas no leste ucraniano.