De A Tribuna On-line
Cemitério do Paquetá é o mais antigo de Santos
Cerca de 143 mil pessoas são esperadas neste domingo (2), Dia de Finados, nos cemitérios da Baixada Santista, para homenagear amigos e parentes que já se foram. Somente em Santos, que concentra três cemitérios públicos, são esperados por volta de 40 mil visitantes.
Na data, dois espaços deverão ser mais procurados pelos visitantes no Município: os cemitérios da Filosofia, no Saboó e da Areia Branca. Juntos, ambos concentram mais de 54 mil sepultados.
Um dos lóculos mais visitados promete ser o da italiana Maria Mercedes Féa, enterrada no Cemitério da Filosofia. Considerada uma espécie de mártir, em Santos, a imigrante foi assassinada pelo marido, Giuseppe Pistone, em 1928, quando estava grávida de seis meses de uma menina. A tragédia ficou conhecida como Crime da Mala, porque Pistone cortou com uma navalha o corpo da mulher, para que ela coubesse numa mala.
Já na Areia Branca, entre os mais procurados estão os túmulos dos chamados milagreiros, como o menino Onofre, que, segundo populares, faleceu na Santa Casa de Misericórdia, vítima de meningite, em 1956; e das meninas Dulcinéia de Souza, morta em 1971 e Condília Maria, que nasceu na Vila São Jorge e, segundo a história, sabia que ia morrer. A menina chegou a pedir à mãe que impedisse a avó de viajar. “Vou durar três dias”, teria dito ela, para falecer exatamente três dias depois.
Outra campa que está sempre cheia de velas e pedidos é a da menina Ivonete, que foi morta em 1977 pelo pai. Paralítica, sofria maus-tratos, chegando, inclusive, a apanhar com corrente e ser queimada com cigarro.
Maria Féa é considerada mártir em Santos
Depois de matá-la, o pai a enrolou em um saco plástico e jogou em uma fossa. O corpo só foi encontrado oito dias depois e seguiu para o necrotério, onde ficou mais quatro dias.
Mais antigo cemitério da Cidade, o Paquetá, inaugurado em 30 de novembro de 1854, também promete atrair centenas de visitantes. O local conta com 3.479 campas e 654 ossários. Vinte e seis túmulos estão tombados pelo Condepasa. Também são considerados patrimônios históricos o portal do cemitério, grafado em latim, o traçado de circulação interna e a Capela do Santo Cristo, inaugurada em 1855.
Entre os mais famosos e mais visitados figuram os dos poetas Martins Fontes e Vicente de Carvalho, além da campa do pintor Benedicto Calixto e dos políticos Galeão Carvalhal, um dos líderes do Abolicionismo em Santos, e do ex-governador de São Paulo, Mário Covas .
No túmulo de Galeão Carvalhal estão dois anjos e uma mulher debruçada. No do poeta Vicente de Carvalho, há o livro ‘Poemas e Canções’ esculpido, além do respectivo busto. O pintor Benedicto Calixto também tem seu busto esculpido e, no do médico e poeta Martins Fontes, vasos de flores.
O Paquetá ainda abriga, entre outros, a lápide do ex-prefeito de Santos, Esmeraldo Tarquínio; do ex-presidente do SantosFC, Athié Jorge Coury e da nadadora Renata Agondi.
Além dos túmulos perpétuos, que abrigam restos mortais de personagens ilustres da região, há sepulturas, mesmo de alguns anônimos, que contam com esculturas em mármore de carrara italiano, e outros contendo na arquitetura vitrais franceses.
A variedade de estilo de alguns túmulos é outro atrativo. Há os de estrutura gótica em forma de torre, com inscrições em alto relevo; os de mármore; mausoléus em granito bruto, com imagens de bronze e as famosas quadras de Irmandades, específicas para associados.