Desafios do desenvolvimento: a cômoda desigualdade naturalizada

Correio do Brasil | Clemente Ganz Lúcio, de São Paulo

30/11/2014 

A desigualdade é corrosiva. Ela apodrece as sociedades a partir de dentro...” O legado da criação da riqueza não regulada é realmente amargo

Para além do medo e da insegurança que pairam sobre a vida moderna, cresce a sensação de que há algo que segue mal. O que soma diminui e o que é mais nos faz menor! Cresce a desumanização no processo civilizatório. O trabalho urgente de reflexão complexa perde espaço para instantaneidades vaporizadas de um clique.

No pós-guerra (meados dos anos 1940), acelerou-se o processo que, no Ocidente, ocorria desde meados do século 19, de redução das desigualdades. Como escreveu Tony Judt, em Um Tratado sobre os Nossos Actuais Descontentamentos: “Graças ao imposto progressivo, subsídios estatais para os pobres, fornecimento de serviços sociais e garantias contra infortúnios mais severos, as democracias modernas libertavam-se dos extremos da riqueza e pobreza.”

As sociedades foram incorporando à cultura econômica, social e política a intolerância à desigualdade, para a qual desenvolveram, como antídoto à insuficiência privada, os amplos sistemas de seguridade, proteção e promoção social. Acreditou-se que era possível, progressivamente, avançar nesse caminho de redução das desigualdades, sem recuos, pois a democracia sustentaria o percurso e os resultados alcançados. Ledo engano!

Desde os anos 1970, o movimento de redução da desigualdade se inverteu em diferentes países. Como registra Judt, a título de exemplo, em 1968, o diretor-geral da GM recebia como remuneração e benefícios o equivalente a 66 vezes o salário médio do peão da fábrica. Em 2005, estima-se que essa equivalência saltou para 900 vezes! Que produtividade!

Estudo recente divulgado pela Oxfam revela que atualmente a desigualdade segue crescendo. A comparação da evolução da riqueza nos países que compõem o G20 indica que, no último ano, a riqueza desses países aumentou em 17 bilhões de dólares, 1/3 apropriada por 1% dos mais ricos, o equivalente a 6,2 bilhões de dólares.

Outro exemplo: nos EUA, no início da década de 1980, os 1% mais ricos se apropriavam de 8% da renda; em 2012, essa participação subiu para 19%. A Oxfam estimou que a evasão fiscal nos países em desenvolvimento, promovida pelas grandes empresas, é da ordem de 100 bilhões de dólares por ano, recursos suficientes para escolarizar todas as crianças do mundo quatro vezes!

A desigualdade é um fenômeno complexo de disparidades de renda e riqueza, de poder, de oportunidade, de condições, observada entre homens e mulheres, entre negros e não negros (ou com outro recorte racial ou populacional), entre países, entre continentes, entre regiões dentro dos países, entre os que vivem no centro e na periferia das cidades, entre o rural e o urbano, contra os deficientes, contra os povos indígenas.

A lista segue e é longa. Como insiste Judt: “A desigualdade é corrosiva. Ela apodrece as sociedades a partir de dentro…” O legado da criação da riqueza não regulada é realmente amargo.

Será verdade que processos de redução da desigualdade levam as sociedades a quererem reduzi-la ainda mais? O processo de concentração da riqueza torna-a invisível ou uma “condição divina e natural da vida”. A subjetividade coletiva do mal-estar tem causa!

O desafio é descortinar as ilusões do crescimento, da prosperidade e da geração de bem-estar material. Primeiro, porque o bem-estar material não é homogêneo (há enormes desigualdades de condições, capacidades e oportunidades); segundo, porque bem-estar material não conduz, necessariamente, à qualidade de vida; terceiro, porque bem-estar material e qualidade de vida estão predominantemente em desacordo com o equilíbrio ambiental; quarto, porque o bem viver é um paradigma que requer outro equilíbrio entre bem-estar material, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental.

Recolocar a centralidade da igualdade de oportunidades, condições e capacidades para todos, ampliar os limites da regulação econômica dos mercados, qualificar o debate público sobre as escolhas coletivas e construir unidade em torno dessas questões são algumas das nossas tarefas!

Clemente Ganz Lúcio, é sociólogo, diretor-técnico do Dieese e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

“Não pensei duas vezes, resolvi vir para a Libéria”

A Verdade

Jeremias Naiene médico moçambicano no combate ao ébola

A epidemia do ébola não dá tréguas e já causou a morte de 5.459 pessoas, entre os 15.351 casos identificados em oito países, até 18 de Novembro, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na linha da frente da luta contra esta epidemia, na pequena cidade de Greenville, na Libéria, encontramos um moçambicano Jeremias Naiene.

“Tinha terminado o meu mestrado e tive três convites de trabalho da OMS, um era para trabalhar na Guiné-Equatorial no controlo da poliomielite, outro para Angola também relacionado com doenças preveníveis com vacina e outra para trabalhar num dos países afectados pelo ébola. Não pensei duas vezes, resolvi vir para a Libéria devido ao desafio de estar a trabalhar numa doença nova”, disse o Doutor Jeremias, em entrevista telefónica.

Especializado em medicina tropical, na Holanda, Jeremias Naiene está na Libéria desde meados de Outubro deste ano. Devido à suspensão de voos de várias companhias aéreas para os países mais afectados pelo ébola, o moçambicano teve de voar primeiro de Maputo para Lisboa (Portugal), depois para Casablanca (Marrocos), em seguida foi para Freetown (Serra Leoa) e daí chegou a Monróvia.

“É a cidade capital onde existe o único aeroporto, que se assemelha ao aeroporto de Tete”. Depois de duas semanas na capital, Jeremias foi colocado na cidade de Greenville, a capital da província do Sinoe, que dista cerca de 240 quilómetros. “Foram mais 14 horas de carro devido às precárias vias de acesso”, afirma. A Libéria é o país mais atingido pela Doença do Vírus do Ébola (DVE), que eclodiu primeiro na Guiné-Conacri em Março deste ano, e que se acredita que tenha origem em morcegos da floresta, onde já causou a morte de 2.964 pessoas, segundo o último balanço da OMS.

“Continuamos a combater o vírus do ébola e esforçamo-nos para alcançar o nosso objectivo nacional de zero casos novos até o Natal”, afirmou a Presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf, num discurso que também anunciou uma remodelação do seu Executivo, em mais um sinal de que as autoridades acreditam que estão a vencer o vírus.

A missão da ONU para combater o ébola, em que está integrado o médico Jeremias, estabeleceu uma meta de ter 70 porcento dos pacientes em tratamento até 1 de Dezembro e 70 porcento dos corpos enterrados em segurança até a mesma data. “É um cenário muito optimista. Dos últimos seis doentes que tratámos cá (em Greenville) cinco sobreviveram (…) agora está a decrescer mas ainda é muito cedo para se cantar vitória”, disse-nos o médico moçambicano de 33 anos de idade que também nos explicou que enquanto não houver cura o tratamento que se faz é “similar ao da cólera”.

Segundo o especialista, os primeiros sintomas da infecção são similares aos de uma gripe, “depois o paciente passa a ter diarreias, vómitos e desidratação mas depois o vírus ataca qualquer parte do corpo e o doente pode ter até sangramentos em vários órgãos”. Atingido este estágio, o paciente acaba por perder a vida em menos de uma semana. Mas a maioria dos pacientes morre devido ao choque provocado pela pressão arterial baixa.

Os tratamentos possíveis são de suporte e passam pela hidratação do doente, pela manutenção dos níveis de oxigénio, pelo controlo da pressão arterial e por tratar as complicações da infecção. Esta resulta do contacto directo com fluidos corporais dos doentes (saliva, transpiração, sangue, urina, fezes, vómito e sémen). Tocar em materiais usados para tratá-los (como luvas de látex ou agulhas) ou nas suas roupas também implica risco de contágio. Se uma pessoa estiver infectada mas não desenvolver os sintomas, não representa perigo de transmissão. Está também excluída a propagação pelo ar, pela comida ou pela água.

A doença tem um período de incubação que varia entre dois e 21 dias. A transmissão por via sexual pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica. Existem medicamentos experimentais, que ainda não foram sujeitos a ensaios clínicos protocolares, pelo que a sua utilização levanta reticências. Mas a gravidade do actual surto levou a OMS a considerar ético o recurso a esses tratamentos. Questionado se o seu trabalho não seria mais importante a tratar doentes em Moçambique, o médico Jeremias tem a convicção que “travando a ébola aqui no terreno é uma forma indirecta de prevenir que o ébola chegue aí a Moçambique”.

“É a minha vocação, tenho de ir lá!”

Jeremias Naiene é o terceiro filho do casal Helena e Domingos Naiene, e nasceu na cidade da Beira, a 12 Outubro de 1981. Segundo Helena, uma enfermeira reformada, um dia passou pela parte frontal da Faculdade de Medicina com o Jeremias e ele disse-lhe: “A minha faculdade é esta aqui”! Depois de fazer o exame de admissão, começou a estudar medicina, embora a mãe tivesse em mente outros planos para ele. Já formado, em 2009, foi um dos primeiros médicos afectos ao distrito de Tsangano, na província de Tete, onde esteve até Julho de 2010, chegando a exercer o cargo de chefe distrital.

Durante esse período, entre as várias doenças que teve de tratar, Jeremias recorda-se de haver ajudado a conter o último surto de cólera registado naquela província do centro de Moçambique e também um de febre tifóide que, segundo ele, foi controlado “mesmo sem recursos no distrito de Tsangano”. Recordando-se desse trabalho de contenção da febre tifóide, a sua mãe Helena, assim que começou a ter notícias do agravamento do surto do ébola na África Ocidental, suspeitou de que o seu filho havia de manifestar interesse em se deslocar para aquela região.

“Eu comentei com um padre holandês que nos tinha vindo visitar que o Jeremias se mostraria disposto a ir tratar do ébola”. No final de 2011 pediu licença ilimitada ao Serviço Nacional de Saúde, na altura ocupava a posição de chefe do departamento de planificação e cooperação internacional na Direcção Provincial de Saúde de Tete e era também docente na faculdade de ciências de Saúde da Universidade Zambeze (Unizambeze), e foi trabalhar na erradicação da poliomielite em Angola, a convite da Organização Mundial da Saúde.

“Desde de que saí de lá, Angola nunca mais registou casos de pólio” confidenciou-nos. Em 2013 Jeremias Naiene deixou o nosso país para se especializar em medicina tropical, na Holanda, onde esteve até Setembro de 2014. Terminada a formação, veio ao nosso país para rever a família e nessa altura surgiu a oportunidade de entrar no “batalhão” que enfrenta a maior epidemia do ébola de sempre. Entretanto, o padre encontrou Jeremias na Holanda e comentou os receios da sua progenitora ao que ele retorquiu: “É a minha vocação, tenho de ir lá!”.

O drama na Libéria

Como coordenador de campo da OMS, na cidade de Greenville, o médico moçambicano tem entre as suas atribuições diárias, que começam normalmente às sete horas e não tem hora para terminar, verificar os casos que vão surgindo na comunidade e diagnosticá-los entre “suspeitos prováveis ou casos confirmados”. Apesar dos riscos sempre presentes, vários médicos já foram infectados e outros acabaram mesmo por perder a vida.

Este trabalho não confere nenhuma remuneração financeira extraordinária, pois “é uma remuneração normal, não há diferença nenhuma entre aquilo que a OMS paga cá aos que combatem o ébola e àqueles que trabalham em programas da organização, por exemplo, na Guiné-Equatorial ou em Angola”.

A Doença do Vírus do Ébola afecta também a vida social na Libéria, onde os serviços de saúde básicos deixaram de ser prestados. Nos hospitais públicos só se realizam cirurgias de emergência tendo sido interrompidas todas as consultas externas, campanhas de vacinação, tratamento de doenças crónicas como o VIH e até mesmo um simples teste de malária. Devido ao ébola, os habitantes de Greenville, e não só, estão a ver a sua cultura ancestral alterada.

“Nós não nos apertamos as mãos, porque também é uma forma de transmitir a doença”, afirmam. As vítimas da febre hemorrágica têm que ser cremadas e “isso mexe com a cultura das pessoas”, relatou o médico moçambicano que acrescentou que até os jogos de futebol foram abolidos. “Até as 19 horas os locais de convívio e lazer devem ser encerrados, e as escolas e universidades estão fechadas por tempo indeterminado, até a situação estar controlada”. Antes da actual crise, a economia da Libéria experimentou um crescimento impressionante, de até 8,7% em 2013.

Para este ano projectava-se uma queda do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,9%, já que a produção mineira estabilizou temporariamente, com a queda dos preços internacionais da borracha e do minério de ferro. O PIB cresceria 6,8% em 2015 e 7,2% em 2016, segundo essa projecção. Por outro lado, os preços dos alimentos cultivados no país e dos importados sobem porque o estado de emergência, os bloqueios militares nas estradas e as restrições de viagens reduzem o comércio, o que, sem dúvidas, vai afectar os prognósticos de crescimento da economia e reflectir-se na qualidade de vida dos liberianos.

Apesar desde cenário, quase dantesco, e dos receios da mãe do médico moçambicano, este pretende continuar na linha da frente do combate ao vírus do ébola. “Vou ficar pelo menos até Junho de 2015”, pois, segundo ele, controlada a epidemia será preciso reconstruir o sistema de saúde da Libéria, após a morte de vários médicos e professores de medicina liberianos.

Aos seus compatriotas em Moçambique, Jeremeias Naiene recomenda que continuem vigilantes, tomando medidas para “controlarem toda a gente que vem dos países afectados, e estarem atentos aos quadros febris”.

O tratamento do ébola é o mesmo que o da década de 1970

Em Setembro de 1976, uma misteriosa doença atacou o norte do Zaire, hoje República Democrática do Congo. As vítimas tinham febre, diarreias, vómitos seguidos de sangramento e, irremediavelmente, morriam. Desesperado com essa situação, um médico que tentava combater a enfermidade enviou numa garrafa térmica amostras de sangue para o Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, na Bélgica. Ela chegou ao cientista belga Peter Piot que, analisando o sangue num microscópio, encontrou um vírus desconhecido.

Ele tinha uma estrutura gigantesca para os padrões virais e lembrava um vírus chamado Marburg, descoberto em 1967. Na Alemanha, este patógeno contaminou 31 pessoas que trabalhavam em laboratórios com macacos infectados no Uganda. Sete pessoas morreram de febre hemorrágica. Sem ter ideia de como a contaminação do novo vírus acontecia, Piot viajou até a aldeia africana, onde centenas de mortes estavam a ser registadas. Analisou as novas amostras sanguíneas e decidiu baptizar a nova doença de ébola, nome do rio que passava pela região.

Aos poucos, a equipa de cientistas descobriu que a transmissão acontecia, principalmente, pelas injecções que as mulheres grávidas recebiam com agulhas não esterilizadas. Os médicos também perceberam que muitas pessoas adoeciam depois de irem a funerais: o contacto directo com os corpos repletos de vírus, para a lavagem ou preparação dos mortos era uma via importante de contaminação. A primeira medida ? até hoje a mais eficaz de combate ao vírus ? foi o isolamento dos pacientes para se interromper a transmissão. Deste modo, a epidemia, que infectou 318 pessoas e matou 280, foi debelada.

Vírus “burro”

A par do surto da República Democrática do Congo, outro foco de ébola apareceu ao mesmo tempo, no Sudão, com 284 casos e 151 mortes. A partir das primeiras descrições do vírus e das constantes pesquisas acerca das suas características, os cientistas descobriram que o ébola é dividido em cinco géneros, de acordo com cada região onde ele se desenvolve. Assim, o agente do surto inicial e da epidemia que hoje está a causar preocupação em todo o mundo é o Zaire ebolavirus.

Há também o género Sudan, que causou as mortes no Sudão; o Tai Forest, encontrado na Costa do Marfim; Bundibugyo, no Uganda, e Reston, descoberto nas Filipinas. Todos eles pertencem à família Filoviridae, que inclui outros dois géneros além do ébola: Marburgvirus (que causou a doença na Alemanha) e Cuevavirus (descoberto em 2011 em infecções em morcegos). Os cientistas acreditam que todos os géneros e espécies do ébola se desenvolveram em morcegos que comem frutas e insectos. Esses animais seriam o seu hospedeiro natural, ou seja, os seres vivos em que o vírus melhor se desenvolve.

“Durante séculos o ébola deve ter ficado apenas entre os morcegos, infectando-os sem que eles desenvolvam a doença. Esse é o melhor cenário para os vírus, que conseguem sobreviver com o seu hospedeiro. Quando ele chega a outros animais, como o homem, ele mata rapidamente, porque não está adaptado. Por isso, pode-se dizer que é um vírus ‘burro’: não consegue sobreviver por muito tempo no ser humano”, diz Alexandre Barbosa, professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Botucatu) citado pela Revista Veja.

Acredita-se que o vírus chegou até o homem por meio da ingestão da carne de macaco ou morcego que faz parte dos hábitos culturais de algumas regiões africanas ou pela mordedura de bichos infectados. É um mecanismo semelhante ao vírus da raiva, temido em todo o mundo até o século XIX, quando o infectologista francês Louis Pasteur (1822-1895) criou a vacina contra a doença.

“Assim como o ébola, o vírus da raiva também infecta morcegos e é transmitido ao homem. E, quando chega até nós, costuma ser altamente letal: sem tratamento, mata em dias”, acrescentou o professor de infectologia. Até hoje, o tratamento do ébola é o mesmo que o da década de 1970: isolamento, hidratação rigorosa e manutenção dos níveis de sais como potássio e sódio do organismo.

Há tratamentos experimentais, como o soro ZMapp, desenvolvido por pesquisadores americanos e canadianos, que consiste em injectar anticorpos nos pacientes. A prevenção também ainda está em fase de testes ? a OMS tem a previsão de que duas vacinas estarão no mercado até o início de 2015.

Empresas falidas são extintas

Jornal de Angola | Fula Martins | Catete

30 de Novembro, 2014

Fotografia: Paulo Mulaza

O ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, anunciou em Catete que vão ser extintas as empresas públicas em estado de falência técnica.

Esta decisão resulta de um trabalho conjunto entre os Ministérios da Construção e da Economia, através do Instituto do Sector Empresarial Público, que resultou na elaboração do documento que foi submetido à Comissão Para a Economia Real do Conselho de Ministros.

No conselho consultivo do sector, que decorreu na vila de Catete, Waldemar Pires garantiu que os interesses dos trabalhadores das empresas a serem extintas estão devidamente acautelados e salvaguardados.
No que diz respeito à fiscalização das empreitadas, Waldemar Pires explicou que dada a importância desse segmento no sector da construção civil e obras públicas, vão ser redobrados esforços para tornar mais eficaz e objectivo a contratação desses serviços, que hoje ainda são considerados deficitários, pela má qualidade de algumas obras.
Waldemar Pires solidarizou-se com os esforços do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA) nas acções de resgate do seu papel interventivo no sector da Construção.Sublinhou que o laboratório tem sido um auxiliar importante do Ministério na formulação de acções de investigação, controlo de qualidade dos materiais utilizados, no acompanhamento dos projectos de fiscalização, supervisão técnica das obras, nas acções formativas e de qualificação dos quadros do sector.O novo modelo do programa de conservação das estradas atribuiu ao Fundo Rodoviário o pagamento dos custos.

Nova imagem de Catete

Waldemar Pires Alexandre lançou um repto às áreas técnicas do seu ministério para trabalharem com a Administração Municipal de Icolo e Bengo no sentido de desenvolverem acções visando mudar para melhor a imagem de Catete. “Quero deixar o meu compromisso de contribuir para o desenvolvimento deste município”, sublinhou o ministro.
Adriano Mendes de Carvalho, administrador municipal de Icolo e Bengo, em representação do governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, reconheceu que a escolha da vila de Catete para albergar o conselho consultivo é sinal de comprometimento que o Ministério da Construção assume visando conferir a esta localidade maior visibilidade e intervenção. O administrador  de Icolo e Bengo reafirmou a vontade de trabalhar em estreita colaboração com Ministério da Construção nos domínios de intervenção nas vias terciárias e outras obras públicas, num momento em que decorre o processo de reorganização da província de Luanda. “Continuamos a contar com a disponibilidade dos técnicos e responsáveis do Ministério da Construção no sentido de qualificarem os nossos quadros que vão lidar com matérias relacionados com a construção civil e obra públicas”, concluiu Adriano Mendes de Carvalho.

Empreiteiras incumpridoras

Nos próximos meses, a direcção do Ministério da Construção vai substituir as empresas que não cumprem os prazos acordados durante a celebração de contratos.  O ministro Waldemar Pires Alexandre disse que está em curso um processo de reestruturação de contratos onde foram detectadas graves irregularidades técnicas e administrativas. Foi constatada a incapacidade de algumas empreiteiras.
O ministro da Construção explicou que o processo atingiu 70 por cento de execução e aguarda para os próximos dias o reinício dos trabalhos por parte das empreiteiras com problemas técnicos. “Estamos empenhados em substituir os empreiteiros incumpridores por outros que dão garantias da conclusão dos trabalhos”, disse o ministro.
Na abertura do encontro, na quinta-feira, o ministro anunciou a contrução de três mil quilómetros de estradas no país. O Executivo, disse, já autorizou a celebração do respectivo contrato para a consignação das empreitadas.

Lava atinge sede do Parque Natural de Chã das Caldeiras

Vulcão em plena atividade (foto LUSA)
A Bola | Portugal
A erupção que começou há uma semana no vulcão do Fogo voltou a subir de intensidade na madrugada deste domingo, atingindo a sede do Parque Natural do Fogo, inaugurada este ano.

A lava ganhou força e retomou o movimento em direção à zona de Portela, principal povoação de Chã das Caldeiras, refere o jornal A Semana.

As estradas para Chã foram destruídas, bem como cerca de quinze casas e terrenos.

Registaram-se também fortes tremores em várias localidades vizinhas da Chã, como Cabeça Fundão, Estância Roque e Achada Furna.

Imprensa inglesa avança que Platini recebeu um Picasso para apoiar a Rússia

Platini (foto AP)
A Bola | Portugal
O «Sunday Times» revela, este domingo, que para ganhar o apoio do presidente da UEFA, a Rússia terá oferecido, alegadamente, um quadro do conceituado pintor Picasso a Michael Platini.

O jornal inglês assegura que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, queria a tudo o custo que o Mundial de 2018 fosse no seu país e terá garantido também o presidente da FIFA, Sepp Blatter, para ajudar a sua candidatura a ganhar votos.

A atribuição do Mundial de 2018 à Rússia e o Mundial de 2022 ao Qatar estão cada vez mais assombrados por alegados casos de corrupção.

Plantio vai se encerrando

Antes da virada do mês, 12 municípios já tinham finalizado semeadura: entre eles, Sorriso e Lucas

Diário de Cuiabá | Economia | Marianna Peres

Mesmo com um atraso gigantesco no ritmo de plantio, semeadura vai sendo encerrada em doze semanas

Depois de inúmeros problemas registrados ao longo de onze semanas, em decorrência da forte seca ocorrida no Estado de meados de setembro até outubro, os sojicultores de Mato Grosso começam, enfim, a voltar às atenções ao desenvolvimento das lavouras. Antes da virada do mês, 12 municípios já haviam encerrado o plantio, entre eles importantes cidades como Sorriso, Lucas do Rio Verde, ao norte, Campos de Júlio no noroeste e Campo Verde, no sul. Com o movimento, a semeadura da nova safra estadual de soja, a 2014/15, deve ser totalmente concluída em doze semanas de trabalho, exatamente o mesmo período contabilizado no ano passado.
Conforme o 11º levantamento de acompanhamento da safra realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o ritmo segue abaixo do registrado em igual momento do ano passado, no entanto, a diferença é a menor, desde que a falta de chuvas paralisou as plantadeiras por quase todo o mês de outubro. Até o último dia 27, dos 8,80 milhões de hectares estimados para o novo ciclo estadual, 98% estavam semeados, ante 99,4% da safra passada. Como há um incremento espacial de pouco mais 4%, a superfície já coberta supera o volume de um ano.

Ainda conforme o Imea, das oito regiões consideradas – noroeste, norte, nordeste, médio norte, oeste, centro sul e sudeste – todas seguem em atraso quando comparadas a mesma semana do ano passado. As maiores diferenças na avaliação anual estão no norte e no nordeste, -4,4 pontos percentuais (p.p.).

TODA ATENÇÃO – Quem ainda não concluiu o plantio segue dividindo às atenções com o trabalho das plantadeiras, com as variações do mercado e com o monitoramento da lavoura. Em razão da estiagem, muitas lagartas já estão em atividade nas plantas e como o Diário já mostrou, a doença ferrugem asiática já foi confirmada, presença que tende a aumentar com a estabilização e intensificação do regime de chuvas.

O Consórcio Antiferrugem registrou até o momento 16 casos de ferrugem asiática em Mato Grosso. Destes, oito são em lavouras comerciais localizadas nos municípios de Nova Maringá, Nova Ubiratã e Tapurah. Como destaca a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), a situação exige atenção dos agricultores, pois em novembro do ano passado foram registrados apenas três casos.

“O momento é de alerta. Os agricultores devem realizar o monitoramento das lavouras, seguir as orientações de um engenheiro agrônomo, também, as recomendações do Consórcio Antiferrugem, e com aplicação de fungicidas de diferentes modos de ação”, diz Nery Ribas, diretor técnico da entidade.

O Consórcio Antiferrugem é uma parceria público-privada criada para combater a ferrugem asiática no Brasil. As orientações podem ser encontradas no link do Consórcio Antiferrugem: http://migre.me/n8oML.

Falso “limpador de piscina” é preso

Um membro de quadrilha se passava por “limpador de piscinas” e passava informação aos demais bandidos para roubar veículos

Diário de Cuiabá | Adilson Rosa

Uma dupla suspeita de roubar veículos – em que um deles se passava por limpador de piscina – foi presa por policiais da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos da Capital (Derrfva). Pelo esquema, uma vez na residência como piscineiro, o suspeito repassava os dados para a quadrilha. Trata-se de Alisson Silva, 22, e um adolescente de 15. O jovem foi localizado anteontem no residencial Coxipó, após ter a prisão preventiva decretada e o garoto, detido num bairro próximo. Com o suspeito, os policiais apreenderam um revólver.
Segundo o delegado Antônio Carlos Garcia, titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos, os suspeitos praticaram ao menos três roubos.

Ele frisou como piscineiro a estratégia é utilizada para facilitar a ação de criminosos. “Alguns desses prestadores de serviços, como piscineiros, instaladores de ar-condicionado, gesseiros, pintores, podem levantar informações de casas de futuras vítimas de roubo, passando-as a seus conhecidos assaltantes. É o que tem ocorrido, muitas vezes”, explicou.

Os policiais lembraram que, muitas vezes, o piscineiro não só faz o levantamento como também facilita a entrada, uma vez que os portões das residências só abrem para familiares ou para os limpadores de piscina.

“Uma vez o portão aberto, tanto para a entrada como para a saída dos piscineiros, é a facilidade que os assaltantes de residências procuram para poder invadir a casa”, explicou um dos policiais que participou da prisão.

A dupla é suspeita de roubar uma moto Honda Biz vermelha no Jardim das Palmeiras em Cuiabá. O assalto ocorreu no dia 8 de novembro. Eles foram reconhecidos pela vítima.

“A dupla foi reconhecida e acabou confessando o crime”, destacou o delegado. Garcia acrescentou que Alisson é investigado em outros dois roubos – de um Gol preto num assalto a residência onde uma família inteira foi feita refém e levaram também outros pertences assim como o roubo de um Fox branco ocorrido no Coxipó.

Na Delegacia, o jovem confesso a participação no roubo da residência e do Fox. Ele disse agiu junto com outros dois cúmplices onde renderam várias pessoas. Roubaram diversos pertences fugindo com o automóvel.

Alisson foi encaminhado para uma unidade prisional da Grande Cuiabá e o menor, para a Delegacia Especializada do Adolescente ficando a disposição da Vara da Infância e Juventude.

Boletim médico informa que Pelé pode interromper hemodiálise hoje

Agência Brasil

O ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento (Pelé) continua apresentando boa evolução no quadro de saúde, conforme boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein. Pelé permanece fazendo hemodiálise na unidade de terapia intensiva (UTI), mas sua condição já permite suspender o tratamento hoje (30).

De acordo com o boletim, ele “mantém a lucidez e está estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório. O tratamento de suporte renal (hemodiafiltração veno-venosa contínua) continuará sendo administrado até amanhã cedo, sendo então pausado”.

No comunicado anterior, divulgado às 10h30, o hospital informou que Pelé já não tinha mais nenhum tipo de infecção bacteriana no sangue nem na urina.

Pelé foi internado dia 24, quando foi descoberta infecção urinária durante revisão médica. No dia 13, ele passou por cirurgia para retirada de cálculos renais. No dia anterior, tinha sido internado depois de passar mal. Após exames, constatou-se que o problema era causado por cálculos renais, ureterais e vesicais, o que causa obstrução do fluxo urinário.

Escola símbolo da coexistência em Jerusalém é atacada

JERUSALÉM (Reuters) – Extremistas judeus podem ter sido os responsáveis pelo ataque e o incêndio numa sala de aula de uma escola árabe-judaica em Jerusalém, disse neste domingo a polícia, uma ação que teve como alvo um símbolo de coexistência na cidade sob uma recente onda de violência.

As instalações estavam vazias no fim deste sábado, quando pessoas puseram fogo na sala da escola “Hand in Hand” (de mãos dadas, em tradução livre), onde crianças palestinas e israelenses estudam juntas em hebreu e árabe.

“Morte aos árabes”, foi escrito numa parede do pátio da escola.

Micky Rosenfeld, o porta-voz da polícia, afirmou que a frase indica motivação “nacionalista”, uma referência sobre a suspeita de que os responsáveis são judeus de extrema-direita.

A Hand in Hand tem mais de 600 estudantes, da pré-escola até o Ensino Médio. O número de alunos é dividido igualmente entre judeus e árabes. Há outras quatro escolas como ela em Israel.

Ainda era possível sentir o cheiro de fumaça quando os estudantes chegaram na escola neste domingo, o primeiro dia útil em Israel.

Mães em lágrimas deixavam os seus filhos no local, e cerca de 150 pessoas protestavam do lado de fora contra a violência. “Estamos dando apoio umas às outras. Isso nos torna mais fortes”, disse Mimi Fkia, uma professora árabe, abraçada por Vida, colega israelense.

(Reportagem de Maayan Lubell)