Diário de Notícias|Susana SalvadorHoje

Foi em sete quilómetros quadrados na margem do rio Danúbio, terra de ninguém entre a Sérvia e a Croácia, que o checo Vít Jedlicka estabeleceu a nova micronação libertária.
Respeita a opinião dos outros, independentemente de raça, etnia, orientação sexual ou religião? Acredita que o direito à propriedade privada é intocável? Não tem um passado comunista, nazi ou extremista? Nunca foi punido por um crime? Então parabéns. Cumpre todos os requisitos necessários para se tornar um cidadão do mais novo país do continente europeu (não reconhecido oficialmente por ninguém): a República Livre da Liberlândia.
Mais de 260 mil pessoas já se inscreveram para chamar casa ao território de sete quilómetros quadrados, localizado na margem ocidental do rio Danúbio entre a Croácia e a Sérvia. Uma disputa fronteiriça entre estes países, que remonta a 1947 quando ambos faziam parte da República da Jugoslávia, faz que a parcela de terreno seja controlada pela Croácia, mas segundo os argumentos de Zagreb deveria fazer parte da vizinha Sérvia (que não a quer). O eurocético checo Vít Jedlicka, de 31 anos, resolveu reclamar esta terra de ninguém (terra nullius).
A Liberlândia nasceu a 13 de abril – a data do aniversário de nascimento do pai fundador e terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson (1743-1826), que Jedlicka considera como exemplo de um “cidadão modelo” da Liberlândia. Nesse dia, foi erguida no território a bandeira oficial: “O amarelo representa a liberdade, o azul o Danúbio e o preto a resistência contra o sistema. A árvore é abundância, o pássaro a liberdade e o sol a energia.”