Último entrevistado dos candidatos ao Senado, Serafim falou sobre revitalização da BR-319 e criticou o ‘Mais Médicos’
Portal Amazonas
MANAUS – O ex-deputado federal e atual vereador de Manaus, Marcelo Serafim, é o candidato do PSB ao Senado. O candidato também falou sobre educação, saúde, infraestrutura, habitação, turismo, cultura e economia. Marcelo Serafim encerrou a rodada de entrevistas com os candidatos das coligações majoritárias no Amazonas realizada pela Rádio Amazonas FM.
O candidato respondeu a todas as perguntas dos jornalistas do grupo Rede Amazônica, até as mais ‘espinhosas’ como sobre a influência que tinha no Executivo Municipal quando seu pai, Serafim Corrêa, era prefeito da cidade. “Era a pessoa, naquele momento, que estava dentro da Prefeitura que queria o bem dele. E todas as vezes que achava que tinha algo de errado, eu o alertava. Como filho, como secretário, como amigo e como companheiro. Infelizmente, algumas pessoas, inclusive do próprio Governo, que queriam fazer coisas erradas acabavam me atacando porque esse era o caminho mais fácil e o caminho mais próximo de tentar destruir minha imagem”, disse.
Na próxima segunda-feira (4), começam as entrevistas com os candidatos a vice-governador. OPortal Amazônia selecionou algumas perguntas respondidas por Marcelo. O áudio da entrevista completa com o candidato do PSB está disponível no final desta página.
Candidato, nós temos a previsão de construção de 20 [usinas] hidrelétricas até 2022 na Amazônia. É uma matriz energética defendida por muitos porque dizem que causa menos danos ao meio ambiente, mas sabemos que é muito polêmica. Como senador, qual será o seu posicionamento em relação a construção deste empreendimentos aqui na região?
Eu sou a favor das hidrelétricas na região amazônica. Essas hidrelétricas que estão sendo construídas são diferentes da [Usina] Hidrelétrica de Balbina. Balbina foi uma tragédia ambiental. Essas hidrelétricas de agora, elas têm minimizado, e muito, os problemas ambientais existentes. O quê que é melhor: eu ter uma hidrelétrica danificando um pouco o meio ambiente, óbvio que vai ter dano ambiental, ou eu ter todo interior da Amazônia queimando óleo diesel ‘pra’ poder produzir a sua energia? É óbvio que energia limpa é muito melhor. Então eu sou amplamente favorável às hidrelétricas. Isso é um projeto de nação, é um projeto de longo prazo. Nós temos que sempre estar discutindo e sempre estar trabalhando para diminuir os impactos ambientais. Certamente as próximas hidrelétricas terão impactos ambientais menores do que tivemos em Santo Antônio e em Jirau. Muito menores! Então você tem que trabalhar cientificamente para reduzir os danos ambientais. Agora, matriz energética através da água é a melhor matriz energética que a gente pode ter. Nós precisamos por exemplo, usar de forma efetiva o gás e Urucu. O Brasil gastou mais de R$ 1 bilhão, bilhões de reais para que se fizesse o gasoduto Coari-Manaus. E hoje você anda pelas ruas de Manaus e você não tem os carros andando a gás, você não tem um transporte coletivo funcionando a gás. Quer dizer, houve todo um gasto e você não tem a utilização efetiva dessa matriz energética. Então, energia, é algo importante para o desenvolvimento brasileiro. E nós temos um potencial energético enorme. O Amazonas precisa ser vendido para o Brasil pelas suas potencialidades. Eu venderei o Amazonas para o Brasil enquanto nação e para o mundo, pela água por exemplo. Nós temos um potencial hídrico muito maior do que qualquer Estado brasileiro. Nós vemos hoje o maior Estado brasileiro que é São Paulo, vivendo um drama de abastecimento de água. Como funciona as indústrias de São Paulo com um racionamento que existe de água? Nós temos a Zona Franca [de Manaus] que é importantíssima para o nosso desenvolvimento e nós temos o maior incentivo econômico que é a água. Para você ter uma ideia, uma indústria de pequeno porte chega a gastar 80 mil litros de água por dia. E nós temos o maior patrimônio de água do mundo. Nós temos que vender o nosso País pela água. A água produz energia, a água produz vida e produz riqueza. O Amazonas precisa ser vendido para o mundo pelo seu potencial hídrico.
Candidato, a gente vê que a BR-319 é uma bandeira, principalmente do Estado de Rondônia, parece que interessa muito a eles a revitalizar essa estrada. Mas se o senhor for eleito senador o senhor vai defender a revitalização da BR-319? Como o senhor vê do ponto de vista econômico e ambiental?
Ela [a BR-319] é um legado para o esse Estado. Eu sou totalmente favorável a BR 319. Eu entendo que essa BR pode, por exemplo, quando tem a discussão ambiental, ‘vai promover degradação, vai promover destruição e etc, você pode construir uma estrada à parte. E nessa estrada à parte você terá preservação do meio ambiente. A BR-319 é a conexão do Estado do Amazonas com o Brasil e nós não podemos privar o povo amazonense desse legado. Nós ouvimos esse discurso da BR-319 a muito tempo. Em muitas eleições isso é prometido ‘pra’ gente. Em mais uma eleição, os candidatos à presidência da República vão dizer que são favoráveis. Agora, infelizmente, ao que me parece, do ponto de vista econômico, o custo de construção da estrada seria muito alto. Por isso o Governo Federal fica inventando desculpas ambientais para não fazer o que efetivamente teria que fazer que é a BR-319. Por tanto, a BR-319 não pode ser a única coisa, temos que pensar e quando pensamos em infraestrutura a nossa principal infraestrutura em transporte são os rios. As nossas estradas são os rios. Precisamos balizar as nossas hidrovias e fazer com que esse transporte, que é muito mais barato que o ferroviário e que o rodoviário, possa fazer parte efetiva do nosso Estado. Nós já temos a hidrovia como o nosso principal meio de transporte, mas precisamos melhorar esse tipo de transporte dentro do nosso Estado.