Confronto entre policiais e torcedores no centro de Buenos na madrugada desta segunda-feira (14); após a derrota na final da Copa do Mundo, alguns torcedores promoveram atos de vandalismo na capital artentina.
O centro de Buenos Aires tornou-se um campo de batalha entre vândalos e policiais. Comércios foram saqueados, agências bancárias invadidas e até um teatro foi depredado. Bares e restaurantes viraram refúgio para famílias com crianças, que festejavam a conquista do vice-campeonato.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogênio e jatos d’água. Os torcedores violentos brigavam entre si e atiravam pedras nos poilciais. Ao menos 65 pessoas ficaram feridas, incluindo oito policiais.
A batalha campal durou mais de cinco horas e foi até de madrugada, estragando o clima de festa que se vivia pelas ruas da cidade.
Se um desavisado chegasse a Buenos Aires depois do jogo entre Argentina e Alemanha, juraria que a Argentina tinha sido campeã. Buzinas, cornetas, bandeiras e muitas cantigas enchiam as ruas da capital.
Orgulho
Milhares de torcedores homenageavam uma seleção que chegou a uma final pela primeira vez em 24 anos. Eles deixavam a derrota de lado e valorizavam o vice-campeonato. A tristeza era superada pelo orgulho.
“Festejamos o fato de termos uma grande equipe, que jogou muito bem, que deixou tudo no campo de jogo e, sobretudo, que ficamos acima do Brasil”, exibia a sua admiração o universitário Darío Rodríguez, de 26 anos.
“Festejamos o fato de termos motivos para nos reunirmos aqui depois de 24 anos sem uma final do mundo e pela dignidade dos jogadores argentinos”, completa o músico José Castellanos, de 38 anos. Sobre a confusão na região do Obelisco da Avenida 9 de Julho, José diz que não são os mesmos torcedores que festejam o vice-campeonato: “São os mesmos inadaptados de sempre”.
“Não conseguimos ser campeões como queríamos, mas valorizamos o esforço argentino. Por isso, saímos às ruas para festejar porque esses jogadores merecem”, concorda Emanuel Fernández, de 24 anos.
Nesta segunda-feira (14), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, vai homenagear os jogadores e o corpo técnico da seleção.
Título alemão foi exaltado pelo ‘Marca’, que elogiou o futebol dos tetracampeões: ‘Sempre Alemanha’
O DIA
Rio – A tristeza vai ser marca dos próximos dias da Argentina. Perder a chance de conquistar o tricampeonato mundial dentro da casa dos maiores rivais é doloroso para os hermanos e o fato já repercute por toda a imprensa internacional. Para o argentino ‘Clarín’, o destaque foi o próprio vacilo na decisão, retratando a derrota para a Alemanha como o “fim do sonho”.
O ‘Olé’ adotou outra postura. O periódico destacou a derrota na final e colocou a culpa no árbitro Nicola Rizzola, citando um lance onde o goleiro Manuel Neuer acabou derrubando Higuaín e o juiz marcou falta do argentino.
O espanhol ‘Marca’ preferiu dar os créditos para os campeões. A seleção alemã foi a manchete do site do jornal com a chamada “Sempre Alemanha”. O bom futebol apresentado pela equipe europeia é a sensação da imprensa do Velho Continente na noite deste domingo.
Olé colocou a derrota da Argentina na conta do árbitro Nicola Rizzoli
Rio – A Copa das Copas precisava durar mais. A final não podia ser decidida em apenas 90 minutos. Palco da decisão novamente após 64 anos, o Maracanã adicionou mais uma trama repleta de drama à sua história. E foi palco da consagração da geração da Alemanha. A qualidade e a insistência falaram mais alto. No segundo tempo da prorrogação, após um empate sem gols no tempo normal, Götze se transformou em herói. Vitória por 1 a 0. A Alemanha é tetracampeã mundial.
Götze se transforma em herói e decide para a Alemanha: é tetra!
Foto: Reuters
O Maracanã não pôde ser palco do título brasileiro, mas viu um time com talento. E com alma verde e amarela. Os alemães deram um show de simpatia e conquistaram o país. A Alemanha teve até humildade na histórica goleada por 7 a 1 sobre a Seleção. Reconheceu a importância do Brasil, mas veio aqui para fazer história. Agora, está a um título do principal vencedor.
A Argentina merece destaque. Não abandonou a tradicional raça, mas caiu diante de um time melhor. Messi não pôde se consagrar no Templo do Futebol. E também vai se lembrar para sempre do Maracanã como um pesadelo. Um “Argentinazo”.
Faltou a seleção brasileira na final, é verdade. O país do futebol sucumbiu, mas foi a casa para uma Copa histórica. Um Mundial recheado de gols (171 ao todo, a melhor marca ao lado da Copa da França), público (o segundo maior de todos os Mundiais) e de criatividade. O que dizer da alegria dos turistas que passaram pelas sedes? E da interação entre jogadores e público? O país conquistou cada povo. E recebeu como retribuição uma Copa inesquecível.
Torcida lota o Maracanã na final da Copa do Mundo
Foto: Reuters
A final foi um duelo tático e de estratégia. A Alemanha tinha maior posse de bola e qualidade, mas esbarrava na defesa rival. A Argentina não teve vergonha de recuar e apostar no contra-ataque. As chances para definir o jogo surgiram, mas os hermanos pecaram na hora H.
A torcida brasileira no estádio secou a Argentina como pôde. Teve até grito de “olé” para o toque de bola alemão e música idolatrando Pelé e provocando Maradona.
O jogo
A Argentina rapidamente mostrou que jogaria no contra-ataque. Lavezzi arrancou, a bola sobrou para Higuaín. O atacante chutou cruzado, na primeira chance de gol, mas Neuer viu a bola passar pela área. Depois foi a vez de Messi descer pela direita, ganhar de Hummels e cruzar. Schweinsteiger salvou. A Argentina recebeu um presente. Kroos tentou recuar, mas deixou Higuaín cara a cara com Neuer. O atacante argentino chutou para fora e perdeu a melhor chance dos hermanos.
Messi não acredita em chance perdida pela Argentina
Foto: André Mourão
O lado direito era o caminho para a Argentina. Messi abriu para Lavezzi. O atacante cruzou para Higuaín marcar. Porém, ele estava impedido. O gol foi corretamente anulado pela arbitragem. A Alemanha teve de fazer a primeira substiuição. Kramer, escalado após Khedira sentir no aquecimento, saiu para a entrada de Schürrle. O volante havia levado a pior em lance com Garay. Löw colocou o time no ataque.
A Alemanha, enfim, teve uma chance de gol. Em um raro contra-ataque, Schürrle bateu da entrada da área e obrigou Romero a espalmar. A Argentina respondeu em nova jogada pela direita. Messi arrancou e foi abafado por Neuer. A bola ficou na pequena área e a zaga alemã cortou. No fim do primeiro tempo, em cobrança de escanteio, Höwedes ganhou pelo alto e acertou a trave argentina. A tônica da primeira etapa foi a Alemanha com maior posse de bola e no campo de ataque. A Argentina, recuada, apostava no contra-ataque e era perigosa.
Lahm levanta a quarta Copa do Mundo da Alemanha
Foto: Carlos Moraes
A Argentina assustou logo no primeiro minuto do segundo tempo. Messi foi lançado e teve a chance de marcar. Porém, o chute do craque foi para fora. A intensidade do jogo diminuiu. A Alemanha continuava com maior posse de bola, mas não conseguia furar o bloqueio argentino. Os hermanos não encaixavam o contra-ataque.
A Alemanha pressionava, mas faltava caprichar, ora na finalização, ora no último passe. Na reta final do jogo, um torcedor invadiu o campo. O 0x0 persistiu no placar. A final foi para a prorrogação.
Prorrogação
O tempo extra começou logo com uma blitz alemã. Schürrle obrigou Romero a salvar os hermanos. A Argentina mais uma vez teve a chance de abrir o placar. Palacio ficou cara a cara com Neuer, mas o toque por cobertura foi para fora.
No segundo tempo, Agüero acertou Schweinsteiger. O alemão começou a sangrar e teve de ser atendido. A qualidade da Alemanha foi recompensada. De tanto insistir, o time abriu o placar. Schürrle achou Götze, que entrara no lugar de Klose. Ele dominou e chutou para estufar a rede. Messi teve a última chance, mas a cobrança de falta foi para fora. A Alemanha é campeã. É tetra!
FICHA TÉCNICA
Alemanha 1×0 Argentina
Estádio : Maracanã Público : 74.738 presentes Árbitro : Nicola Rizzoli (Itália) Gols : Götze (da Alemanha, aos 7′ do 2ºT da prorrogação) Cartão amarelo : Schweinsteiger e Höwedes (Alemanha) e Mascherano e Agüero (Argentina) Cartão vermelho : –
Alemanha : Neuer; Lahm, Hummels, Boateng e Höwedes; Kramer (Schürrle, aos 31′ do 1ºT), Schweinsteiger, Kroos e Özil; Müller e Klose (Götze, aos 43′ do 2ºT). Técnico: Joachim Löw.
Argentina : Romero; Zabaleta, Garay, Demichelis e Rojo; Mascherano, Biglia e Pérez (Gago, aos 42′ do 2ºT); Lavezzi (Agüero, no intervalo), Messi e Higuaín (Palacio, aos 31′ do 2ºT). Técnico: Alejandro Sabella.
País vizinho absorve 26,8% das exportações, sendo principal parceiro comercial do Amazonas
JORNAL DO COMMÉRCIO|MANAUS
MANAUS – A Argentina, principal parceira comercial do Brasil – e do Amazonas –, corre contra o tempo e procura evitar cair no segundo calote da sua dívida em 13 anos. Com poucos dólares em caixa, os ‘hermanos’ tendem a reter as compras, o que pode afetar as exportações da Zona Franca de Manaus (ZFM), já que o país vizinho é responsável por absorver 26,8% de tudo o que é exportado pela ZFM, de aparelhos e lâminas de barbear a televisores e motocicletas, principalmente de 125 cilindradas, que foram responsáveis pela segunda maior arrecadação (20% de alta) da ZFM entre janeiro e maio deste ano.
Presente para apoiar a base produtiva do Estado, com foco nas exportações, o Centro Internacional de Negócios (CIN-AM) espera por mais detalhes e pelo fim do prazo estabelecido para poder tomar qualquer medida de proteção à indústria amazonense, conta o gerente executivo do Centro, José Marcelo de Lima. “É tudo muito recente e ainda não fomos atingidos em cheio. Talvez piore nos próximos meses, mas as reduções nas exportações já eram vistas. O que nos irá segurar os negócios da ZFM será o mercado interno que vem absorvendo nossa produção. Esperamos por medidas do governo federal para tomarmos as nossas”, disse Lima.
As imposições da Suprema Corte dos EUA, que cobram do governo argentino o pagamento dos ‘fundos abutres’(como os argentinos chamam os credores), podem jogar o país vizinho em uma política de austeridade e a falta dos dólares argentinos em nosso mercado, pode ser a causa de crises nas exportações da ZFM, aponta o presidente do sistema Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-Am), José Roberto Tadros. “Desde a criação do Mercosul (bloco econômico, formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela) venho dizendo: mercado entre países pobres não tem a chance de vingar. No caso com a Argentina é ainda pior, pois este amarra o Brasil e o impede de fazer novos negócios”, disse.
Para Tadros, a crise argentina é crônica e este calote pode abalar a economia em um momento já difícil, com poucas exportações e balança comercial em baixa. Mesmo assim o presidente acredita que o quadro pode ser revertido. “A presidente argentina declarou que há uma reserva de fundos para o pagamento, creio que a dívida será mais uma vez renegociada”, resume.
Tragédia anunciada
Em mais de uma década de crise o governo argentino vem causando insegurança no mercado internacional e o recente agravamento da situação econômica parece ser a confirmação de uma tragédia anunciada, conta o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon- AM) Marcus Evangelista.
Segundo o economista, pouco se pode fazer quanto a possível crise nas exportações da ZFM. “As perspectivas sempre foram ruins, desde o primeiro sinal de calote. Infelizmente, por um tempo vamos ficar sem um parceiro comercial. O que podemos fazer é procurar novas parceiras e aguardar”, fecha.
O tempo de espera por melhoras, segundo Evangelista não pode ser determinado agora, mas o economista cita viradas de jogo como o que aconteceu nos EUA em 2008. “Uma coisa boa é que nenhuma crise pode ser eterna e esse jogo pode ser mudado. A crise americana parecia ser duradoura, mas o país conseguiu superar. Esperamos o mesmo para a Argentina,” disse.
O mercado brasileiro e amazonense têm se mostrado preparado para oscilações econômicas, mas os golpes nem sempre são absorvidos. A falta de vendas para a Argentina fará o Brasil buscar outros parceiros do Mercosul, países com economia também cambaleante. “O governo argentino de vez em quando solta uma ‘bomba’ dessas, às vezes com imposições tarifárias que impedem novos negócios. No momento o que podemos fazer é manter as exportações para outros países”, conta Lima.
Alternativas
Como alternativas para o mercado argentino, o presidente do CIN-AM lembra dos concentrados e bases de bebidas dos produtos Coca-Cola da Recofarma, que exporta para Venezuela, Colômbia, Paraguai, Equador e Trinidad/Tobago, além da P&G que abastece o Mercosul e mais de 19 países com produtos de higiene pessoal. “Estas empresas junto ao mercado interno, tem tido grande representatividade para a ZFM e devem ser incentivadas”, ressalta Lima.
Usar a capacidade de fazer bons negócios adquirida pela indústria amazonense também é citada como alternativa para o PIM e para o comércio do Estado, segundo o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) Wilson Périco. “Cabe às políticas comerciais de cada empresa decidir sobre a busca de novos parceiros. Já havia essa dificuldade de receber dos argentinos, então o melhor seria fazer novos negócios ou incrementar o mercado interno,” conta Périco.
Extenuado, Lionel Messi chegou a apoiar as mãos sobre os joelhos ao fim dos 90 minutos contra a Suíça, nesta terça-feira. Na prorrogração, ele caminhava no gramado à espera de uma oportunidade para decidir, o que aconteceu na arrancada que resultou em gol de Angel Di María após 117 minutos. Na saída da Arena Corinthians, Messi reconheceu que faltou fôlego na vitória por 1 a 0.
“Agarrei a perna por cansaço e por calor, mas nada grave”, explicou o camisa 10 argentino sobre outro lance, em que pareceu sentir lesão. “Por sorte, ganhamos no final. Não queríamos jogar os pênaltis porque estávamos mortos”, disse também, para ainda citar uma certa insatisfação com o campo. “O campo não ajudava, o gramado estava seco e duro, mas não é uma desculpa”, minimizou.
No lance em que foi coadjuvante para que o brilho estivesse sobre Di María, Messi admitiu que pensou em arrancar sozinho e bater para o gol, mas acabou por optar pela sua primeira assistência nesta Copa do Mundo. “Na jogada, pensei em chutá-la, mas depois vi Ángel (Di María) e decidi dar a bola a ele”, explicou.
Já no campo das análises, Messi concordou com o drama de argentinos e suíços em jogo que foi aberto para os dois times até o último lance. “Acho que sofremos igual a todos. Houve nervosismo porque não podíamos fazer o gol e qualquer coisa nos podia deixar fora do Mundial. Queríamos definir antes da prorrogação, mas não foi possível”.
O incrível lance em que o suíço Blerim Dzemaili desperdiçou o gol embaixo da trave, a dois minutos do fim, também foi comentado por Messi. Assim que a finalização sai pela linha de fundo, três adversários se ajoelham e Lionel esfrega a mão sobre a cabeça, desesperado e aliviado. “Sabemos que podemos passar por situações assim, mas isso é futebol. Tivemos a sorte ao nosso lado”.
Di María fez o gol salvador dos hermanos em jogada iniciada por Messi; Albiceleste espera o vencedor do confronto entre Bélgica e Estados Unidos, às 17h, na Arena Fonte Nova
O DIA
São Paulo – Ninguém está tendo vida fácil nesta Copa do Mundo. Brasil, Holanda, França e Alemanha tiveram dificuldades nas oitavas de final. A tradição falou mais alto e essas seleções seguiram adiante, eliminando Chile, México, Nigéria e Argélia, respectivamente. A Argentina fez o mesmo, nesta terça-feira, na Arena Corinthians. Sofreu, passou sufoco, pressionou, tentou inesgotáveis alternativas e, no fim, respirou aliviadamente com a vitória sobre a Suíça por 1 a 0, nos minutos derradeiros do segundo tempo da prorrogação, com gol salvador de Di María. Não sem antes levar sufoco, com bola na trave e falta na entrada da área.
A Messidependência foi notória mais uma vez. Com o camisa 10 bem marcado, a Albiceleste até conseguiu ter produção ofensiva, mas sem tanta eficiência. O craque foi o jogador que mais exigiu do goleiro suíço. E fez a jogada que deixou Di María na boa para fazer o gol do triunfo.
Agora, os hermanos esperam o vencedor do confronto entre Bélgica e Estados Unidos, às 17h, na Arena Fonte Nova, na Bahia.
Argentina e Suíça fizeram duelo emocionante na Arena Corinthians
Foto: Murilo Constantino
O JOGO
A proposta de jogo era clara. A Argentina buscava o ataque e a Suíça aguardava para sair rapidamente no contragolpe. Até a metade do primeiro tempo o que se viu foi pouco futebol. Os hermanos, em vão, apelavam para as jogadas individuais tentando furar o bloqueio. Os suíços pouco tocavam na bola. Apesar disso, tiveram a primeira grande chance. Shaqiri limpou o marcador na ponta direita, invadiu a área e tocou para Xhaka. O meia, sozinho, bateu em cima de Romero.
A Albiceleste não perdeu tempo e respondeu em seguida. Lavezzi pegou a sobra depois da divida de Higuaín com a zaga suíça, mas chutou sem força e facilitou a defesa de Benaglio. As melhores oportunidades, no entanto, eram do país europeu. Shaqiri tabelou com Drmic. O atacante apareceu sozinho na frente de Romero, tentou bater por cobertura e levou ao desespero brasileiros e suíços na Arena Corinthians. A bola ficou com goleiro argentino.
Na segunda etapa, a estratégia das duas equipes seguiu a mesma. A Suíça, no entanto, acabou recuando demais. A Argentina, sem sofrer com os contra-ataques, partiu para pressão. O lateral-esquerdo Rojo apareceu como elemento surpresa e quase marcou. Benaglio, meio esquisto, espalmou e afastou o perigo.
Em seguida, o arqueiro fez ótima defesa em cabeçada de Higuaín. Messi arriscou de longe e tirou tinta da trave. Palacio, substituto de Lavezzi, aproveitou cruzamento de Messi, testou firmemente e por pouco não fez o primeiro da partida. Os europeus se seguravam como podiam. Era um verdadeiro bombardeio argentino. Benaglio salvou arremate de Messi e no rebote saiu nos pés de Palacio para evitar o gol. A Albiceleste tentou diversas alternativas, porém, não conseguiu furar a muralha suíça no tempo normal. A partida foi para prorrogação.
TEMPO EXTRA
No primeiro tempo os hermanos não conseguiram imprimir uma pressão nos europeus, que passaram a respirar um pouco mais aliviados. O duelo se concentrava muito no meio de campo e os suíços valorizavam o toque de bola. As duas equipes sentiam o cansaço. Na segunda etapa, Di María assustou em chute de fora da área. Benaglio apereceu bem e mandou para escanteio. A Argentina até conseguiu encurralar o adversário, mas pecava nas finalizações. No entanto, Messi chamou a responsabilidade, fez grande jogada e deixou Di María na boa. O meia bateu colocado e correu para o abraço: 1 a 0. O duelo era emocionante. No fim, A Suíça ainda acertou a bola na trave, mas a tarde era mesmo dos hermanos, que avançaram às quartas.
ARGENTINA 1 X 0 SUÍÇA
Estádio: Arena Corinthians
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia)
Público 62.255
Gols: Di María (12’2ºT da prorrogação)
Cartões Amarelos: Xhaka (Suíça), Gelson Fernandes (Suíça), Rojo (Argentina), Di María (Argentina) e Garay (Argentina)
Cartões Vermelhos:
Argentina: Romero, Zabaleta, Garay, Fernandéz, Rojo; Mascherano, Gago, Di María; Lavezzi (Palacio), Messi e Higuaín.
Para um torcedor argentino, a torcida brasileira não é tão apaixonada quanto a argentina|REUTERS/Stefano Rellandini|A seleção argentina enfrenta a Suíça nesta terça-feira (1°), na Arena Corinthians, em jogo de oitavas de final da Copa. A Prefeitura de São Paulo estima que cerca de 70 mil argentinos devam se concentrar na capital paulista para assistir a partida. No caso de vitória, os torcedores querem comemorar na Vila Madalena, apesar dos apelos das autoridades paulistanas para evitar concentrações em um só local.
Eles chegam de avião, carro, ônibus e motorhome. Muitos já acamparam no sambódromo na noite passada, que tem 500 vagas para estacionamento. A Prefeitura de São Paulo disponibilizou também o autódromo de Interlagos, na Zona Sul. O clima é de festa e muitas provocações dos torcedores não só contra a Suíça, mas também contra o Brasil, alimentando animadamente a rivalidade dos dois países.
Antes de uma provável festa de comemoração, os ‘hermanos’ sem ingressos devem acompanhar a partida na Fifa Fan Fest, no Anhangabaú, no centro.
Dicas de paquera
O jornal Folha de São Paulo dedicou uma página dupla em espanhol especialmente dedicada para os torcedores argentinos em São Paulo, com conselhos sobre onde ver a partida, como chegar ao estádio e até dicas de paquera.
O especial “São Paulo para argentinos” inclui muitos endereços para aproveitar a vida noturna e gastronômica da cidade, principalmente nas áreas boêmias da Vila Madalena e Baixo Augusta.
Na quarta-feira passada, cem mil argentinos se deslocaram a Porto Alegre, para acompanhar o duelo contra a Nigéria (3×2).
Fiorella Castillo tem feito sucesso com a bola nos pés na praia de Ipanema durante a Copa e desafia Messi para um duelo
IG
Argentina – Uma argentina tem feito sucesso com a bola nos pés na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, durante a Copa do Mundo. A modelo Fiorella Castillo, de 24 anos, diz ter desafiado já cerca de 800 homens nas embaixadinhas e vencido todos.
Modelo Argentina é rainha das embaxadinhas
Foto: Reprodução
“A praia de Ipanema e estar aqui no Brasil já são coisas muito lindas, enfrentar 800 homens e vencer todos eles é uma alegria muito grande para mim”, disse Castillo ao jornal inglês Daily Mail. “Vou voltar para casa muito feliz. E qualquer um que quiser me desafiar será bem-vindo”, completou.
A confiança de Fiorella é tão grande que a faz acreditar na possibilidade de vencer o principal craque da seleção do seu país. “Se eu venceria Messi? É óbvio”, declarou a modelo.
Modelo Argentina mostra habilidade fazendo embaixadinhas
Em uma decisão histórica para a Argentina, o juiz federal Ariel Lijo indiciou, na noite desta sexta-feira (27), o vice-presidente argentino Amado Boudou por suborno e realização de negócios incompatíveis com o cargo público. Boudou está envolvido no escândalo Ciccone, no qual pode ter favorecido alguns empresários e sócios para controlar uma das maiores empresas gráficas do país.
De acordo com o juiz Ariel Lijo, Boudou e seus supostos sócios teriam adquirido a empresa Ciccone Calcografica, que estava à beira da falência, através da sociedade The Old Fund, que seria uma empresa de fachada, quando o vice-presidente era ministro da Economia (2009-2011). Logo depois, ele e seus parceiros teriam se beneficiado de isenções fiscais e contratos governamentais lucrativos para imprimir o peso argentino e material de campanha política.
A decisão do juiz Ariel Lijo foi publicada ontem no site do Departamento de Justiça. O magistrado também deu ordem de apreensão de 200 mil pesos (cerca de R$ 54 mil) de Boudou. Se for considerado culpado, o vice-presidente pode receber a pena de um a seis anos de prisão, além da proibição vitalícia de ocupar um cargo eletivo.
Boudou está em Cuba, mas deve voltar na próxima semana para a Argentina. Ele se declara inocente e vai permanecer em liberdade enquanto aguarda o julgamento. Ele deve prestar depoimento sobre o caso no dia 16 de julho.
Renúncia
Boudou é vice-presidente desde 2011, quando a presidente Cristina Kirchner foi reeleita. Desde que o escândalo Ciccone veio à tona, a chefe de Estado se manteve firme no apoio a seu vice, um dos aliados políticos mais importantes de seu primeito mandato. Muitos argentinos questionam a posição de Kirchner, que vem sofrendo uma intensa pressão de seus adversários, enquanto seus partidários defendem uma renúncia imediata de Boudou.
O juiz federal de Manhattan, Thomas Griesa, determinou nesta sexta-feira a “ilegalidade” de uma parcela do pagamento que a Argentina pretendia fazer aos credores dos títulos da dívida pública reestruturados em 2005 e 2010, que vence na segunda-feira, 30 de junho.
Griesa, durante audiência com representantes do governo argentino e advogados dos holdouts (denominação dos grupos de credores que não aderiram às renegociações da dívida), ordenou que o dinheiro fosse devolvido ao Banco Central da Argentina. Ele sustentou que, com esse depósito, a Argentina violava a decisão de seu tribunal de pagar ao mesmo tempo credores reestruturados e holdouts. Griesa defende igualdade de condições para o pagamento de todos os credores da dívida da Argentina.
A medida contrariou os holdouts. Eles queriam que o depósito de US$ 832 milhões fosse confiscado para cobrir o pagamento de US$ 1,3 bilhão que eles exigem, referente a parte dos títulos em estado de calote desde dezembro de 2001. Ao mesmo tempo, o juiz convocou os representantes argentinos e os dos holdouts a sentarem à mesa de negociações. “Seria desejável, se é possível, chegar a um acordo”, afirmou Griesa diante das partes em conflito.
Os analistas indicam que Griesa, embora com pouca paciência com o governo argentino, abriu um período de “trégua” permitindo à Argentina chegar a uma resolução com os holdouts. Do total de títulos da dívida pública argentina, 92,4% estão nas mãos dos credores que aceitaram as duas reestruturações dos bônus. Os 7 6% restantes estão nas mãos dos holdouts. Durante anos, o governo Kirchner afirmou que jamais negociaria com esse grupo, que Cristina denomina de “fundos abutres”. Mas, com a nova ofensiva dos holdouts nos tribunais americanos, a administração Kirchner teve de recuar.
A Argentina tem um prazo adicional até 30 de julho – data do segundo vencimento para pagar os credores reestruturados. Nesse intervalo, o governo teria tempo para negociar uma saída para a batalha com os holdouts nos tribunais.
A Casa Rosada precisa de um acordo que permita a continuidade do pagamento aos credores reestruturados sem riscos de embargos por parte dos holdouts. Caso contrário, ficaria em um cenário de “calote técnico”. Isto é, embora o país tenha dinheiro para pagar, não poderia entregar o dinheiro aos credores reestruturados pelo risco de bloqueio desses fundos.
Depósito
O governo da presidente Cristina Kirchner havia depositado na quinta-feira US$ 832 milhões pelo vencimento dos bônus Discount, programado para o dia 30, segunda-feira. Desse total, US$ 539 milhões estavam destinados às contas que o Bank of New York Mellon possui no Banco Central da Argentina. Desse volume, pouco mais de US$ 200 milhões iriam para Nova York, enquanto que o resto seria remetido para contas na Europa. Com a determinação emitida ontem por Griesa esse dinheiro fica na Argentina.
Audiência
No final da audiência, Griesa disse para as partes não perderem tempo e irem negociar. “Não apontei um mediador para o caso sem o sério interesse em ver um acordo nas negociações. Espero que continuem a discutir nesta tarde (de sexta-feira). É melhor gastar o tempo arranjando negociações”, afirmou o juiz, interrompendo a fala de um advogado representante da Casa Rosada e pedindo o fim da audiência.
Na audiência, Griesa se mostrou irritado com a decisão da Argentina de depositar os cerca de US$ 840 milhões para pagar os fundos que aderiram à reestruturação. O juiz interrompeu o advogado que falava pelo governo argentino várias vezes e ele praticamente não conseguiu expor seus pontos. No fim da audiência, os representantes da Argentina e dos credores saíram sem falar com a imprensa.
noticias gerais e, especificamente, do bairro do Brás, principalmente do comércio