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Massacre em Israel é “injustificável e solução deve ser imposta”, diz chanceler francês

O exército de Israel anunciou um cessar-fogo de 7 horas nos ataques da Faixa de Gaza que sofre com falta de abastecimento de água.

O exército de Israel anunciou um cessar-fogo de 7 horas nos ataques da Faixa de Gaza que sofre com falta de abastecimento de água.

REUTERS/Finbarr O’Reilly
RFI

O direito de Israel à segurança não justifica o massacre de civis em Gaza, disse nesta segunda-feira (4) o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius. Segundo ele, uma “solução política” entre os israelenses e os palestinos “deve ser imposta” pela comunidade internacional.

 

A França muda o tom em relação à ofensiva israelense em Gaza, depois de se abster no voto da resolução que condena a operação, aprovada no Conselho de Direitos Humanos da ONU em 23 de julho. O chanceler Laurent Fabius criticou duramente a operação “Limite Protetor”, que já deixou mais 1800 mortos, a maioria civis.

Em um comunicado, o ministro francês lembra que “a tradição de amizade entre Israel e a França é antiga e o direito de Israel à segurança é total, mas esse direito não justifica que crianças sejam assassinadas e civis massacrados”, disse o ministro, que citou o bombardeio de uma escola em Rafah, na Faixa de Gaza.

“O Hamas tem responsabilidade no processo macabro que beneficia os extremistas, mas isso também não justifica o que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, qualificou de crimes”, disse Fabius. Neste domingo, o respresentante da ONU declarou que o ataque da escola a Rafah é “uma nova violação flagrante do direito humanitário internacional.”

O ataque deixou pelo menos dez palestinos mortos. “Quantos mortos serão necessários para que seja colocado um fim ao que podemos chamar de matança em Gaza?”, diz o ministro. Diante da situação, ele propõe a instauração do cessar-fogo proposto pelo Egito e preconiza uma solução política baseada em dois estados imposta pela comunidade internacional.

“Uma solução política é indispensável, e acredito que isso deva ser imposto, já que as duas partes infelizmente se mostraram incapazes em concluir a negociação”, diz. “Cessar-fogo, imposição da solução de dois Estados e segurança de Israel, não existe outro caminho.”

Bombardeios continuam, apesar de trégua de sete

Uma menina palestina de oito anos morreu e 30 ficaram feridas hoje por um tiro que atingiu a região oeste da cidade de Gaza, após a entrada em vigor de uma trégua declarada unilateralmente por Israel.

Os serviços de resgate palestinos acusam a aviação israelense de ter atacado uma casa do campo de refugiados de Chati. A trégua entrou em vigor às 10h locais e deve durar sete horas.

O objetivo dessa trégua é facilitar a entrada de ajuda humanitária e deixar que palestinos retornem às suas casas. Mas esse cessar-fogo é parcial e bastante frágil. A região de Rafah, no sul de Gaza, não é beneficiada por essa pausa nos combates.

O chefe das operações militares israelenses na Cisjordânia ocupada e em Gaza, Yoav Mordechai, informou que se a trégua for violada pelo Hamas, o Exército responderá com disparos contra a origem dos ataques palestinos.

O Hamas, acusado de intransigência por Israel, tenta articular uma solução para o conflito. Hoje, membros do movimento islâmico se reúnem no Cairo com os membros da Autoridade Palestina

“Esperamos pela nossa bomba”, relatam moradores de Gaza

Centenas de famílias palestinas fugiram depois de Israel ter intensificado seus ataques aéreos contra alvos do Hamas.

Centenas de famílias palestinas fugiram depois de Israel ter intensificado seus ataques aéreos contra alvos do Hamas.

REUTERS/Finbarr O’Reilly
RFI

Depois de 14 dias da ofensiva militar israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, a população civil é a mais afetada. Segundo a ONU, mais de 100 mil palestinos estão refugiados. E, aos jornalistas da RFI, Nicolas Ropert e Véronique Gaymard, moradores da região relatam o temor constante de novos ataques.
 

 

O dia de segunda-feira e as primeiras horas desta terça-feira (22) foram novamente marcados por ataques. Ontem, cerca de 50 pessoas morreram. O hospital Al-Aqsa, situado ao sul da Faixa de Gaza, foi atingido e quatro pessoas morreram. Um outro prédio residencial também foi alvo de um bombardeio que deixou 11 mortos, sendo 5 crianças.

Entrevistado pela RFI, Anal Charwan, um médico do hospital Al-Shifa, também localizado em Gaza, relata o cotidiano sob os ataques de Israel. “Domingo, muitas pessoas chegaram de Al-Shuja’iyeh, onde havia ataques de mísseis israelenses. Havia muitos mortos, muitos feridos. Não havia mais lugar para ninguém. Nem para os mortos. Os serviços de cirurgia estão cheios. Não temos instrumentos cirúrgicos. Faltam médicos, especialistas em queimaduras e em ferimentos causados por mísseis. No hospital Al-Aqsa, que foi atingido [ontem], havia serviços de cirurgia, de reanimação e de ginecologia. Mas tudo foi destruído”, contou.

“Esperando pela nossa bomba”

No sul de Gaza, em Rafah, nove palestinos da mesma família foram mortos em um ataque aéreo israelense. Islam Adhaïr mora no mesmo bairro com a mãe, a mulher e três filhos. Ele conta sobre o medo diário. « Aqui é horrível porque ficamos sempre à espera da nossa bomba. A bomba que vai destruir a nossa casa. Temos problemas de infraestrutura, como esgoto, e problemas de abastecimento de água e de eletricidade. Temos apenas quatro horas de eletricidade por dia. Aproveitamos esse tempo para carregar os celulares, ver informações na internet e na televisão », relatou.

Sobre a possibilidade de fugir de Gaza, como já fizeram cerca de 100 mil pessoas, segundo a ONU, Islam Adhaïr responde: “Deixar minha casa para ir para onde? Não há mais lugar nenhum para ir. Não temos abrigo”.

Wahiba, habitante de Gaza, também diz que todos estão aterrorizados: ” Há bombardeios 24 horas por dia. Vivemos num quarto nos fundos do apartamento. Para nós, esse é o lugar mais seguro. Mas nada é seguro diante dos bombardeios de Israel. Eu e meus filhos dormimos 3 horas por noite. Não podemos sair de casa.O medo não faz parte da nossa vida, o medo é a nossa vida atualmente”, disse à RFI.

 

Medo em Israel

Do lado israelense, a ofensiva também deixa mortos. Segundo o exército, 27 soldados morreram desde o começo do conflito. O deputado Shimon Salomon esteve na cerimônia fúnebre dos militares e lamentou o confronto em Gaza. “Queremos a paz. Estamos tocados [pelo sofrimento] da população, mas o Hamas usa os civis como escudos humanos. Há dez anos, eles nos lançam mísseis. Somos a favor de um cessar-fogo, mas, do outro lado, eles não querem”.

Enquanto um cessar-fogo definitivo não é acertado, os esforços diplomáticos se concentram no Egito. No Cairo, o secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniram ontem à noite. Ao término do encontro, Kerry anunciou uma ajuda de US$ 47 milhões (R$ 104 milhões) para os moradores de Gaza.

França, Inglaterra, Alemanha e EUA vão discutir cessar-fogo em Gaza

Fumaça se eleva acima da cidade de Gaza após ataque aéreo israelense neste sábado (12).

Fumaça se eleva acima da cidade de Gaza após ataque aéreo israelense neste sábado (12).

REUTERS/Ahmed Zakot
RFI

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, anunciou neste sábado (12) que discutirá a possibilidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza com os chanceleres norte-americano, francês e alemão, durante a reunião sobre o programa nuclear iraniano neste domingo em Viena. A ofensiva militar israelense contra o território palestino já deixou em cinco dias ao menos 127 mortos.

 

“Precisamos de uma ação internacional urgente e conjunta a fim de estabelecer um cessar-fogo, como em 2012. Vou falar sobre isso com John Kerry, Laurent Fabius e Frank-Walter Steinmeier amanhã em Viena”, declarou o chefe da diplomacia britânica em um comunicado.

William Hague acrescentou que insistiu na necessidade de uma redução imediata da violência e do restabelecimento do cessar-fogo instaurado em novembro de 2012 durante suas conversas telefônicas deste sábado com o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

“Também expressei nossa profunda preocupação com o número de vítimas civis e o imperativo, para os dois lados, de evitar novas perdas de vidas inocentes”, acrescentou o ministro.

De manhã, William Hague já havia se declarado “extremamente preocupado” em sua conta no Twitter. Essa foi a primeira reação oficial de Londres desde o apoio firme oferecido a Israel pelo primeiro-ministro, David Cameron, na quarta-feira, um dia depois do início da ofensiva contra Gaza que visa acabar com os tiros de foguetes realizados por combantentes palestinos.

Vítimas civis

Desde então, o exército israelense multiplicou os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, deixando ao menos 127 mortos e 940 feridos, em sua maioria civis, segundo os serviços de saúde palestinos.

Ao mesmo tempo, o exército israelense identificou 564 foguetes lançados contra Israel. Cerca de 140 deles foram destruídos em pleno voo pelo sistema de defesa “Domo de Ferro”. Esses tiros deixaram cerca de dez feridos, mas nenhum morto.

Em novembro de 2012, uma operação militar israelense que também tinha como objetivo acabar com os lançamentos de foguetes a partir de Gaza deixou 177 mortos palestinos e 6 israelenses.

Na sexta-feira à noite, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que resistirá a toda intervenção internacional com vistas a proclamar um cessar-fogo.

Extremistas islâmicos atacam principal refinaria do Iraque

Visão geral da refinaria de petróleo de Baiji, norte de Bagdá,  janeiro de 2009.

Visão geral da refinaria de petróleo de Baiji, norte de Bagdá, janeiro de 2009|REUTERS/Thaier al-Sudani/Files|
 
Jihadistas do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) atacaram na manhã desta quarta-feira (18) a principal refinaria de petróleo ao norte de Bagdá, capital do Iraque. O ministro saudita das Relações Exteriores, o príncipe Saoud Al-Fayçal, advertiu nesta quarta-feira (18) sobre os riscos de uma “guerra civil” no Iraque, que poderia desestabilizar toda a região.
 

Diante da ofensiva sem precedente dos jihadistas, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, afastou ontem comandantes do Exército acusados de não fazer o suficiente para conter a ofensiva no norte. Em uma semana de combates, os extremistas conquistaram grande parte da província de Nivine, onde fica Mossul, segunda maior cidade do país; também dominaram outros redutos importantes, com o apoio de sunitas do antigo regime de Saddam Husseim.

O Exército conseguiu afastar os extremistas islâmicos de Baquba, a 60 km da capital Bagdá, em combates que teriam deixado dezenas de mortos. Mas com a invasão da refinaria, os jihadistas dão nova demonstração de força.

A Índia continua sem informações de 40 cidadãos indianos sequestrados em canteiros de obras no norte do Iraque. A Arábia Saudita adverte contra uma guerra civil no país vizinho, enquanto o Irã diz que fará tudo para proteger os santuários xiitas no Iraque. 

Com ataques à Fifa, Maradona estreia programa na Copa

O ídolo argentino Diego Maradona estreou na noite desta segunda-feira o seu programa na TV Telesur, emissora estatal venezuelana. A atração chamada “De Zurda” (De Canhota, em português) está sendo produzida no Centro Internacional de Imprensa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O programa é apresentado pelo narrador uruguaio Victor Hugo Morales. Em uma hora de programa, Maradona não poupou críticas à Fifa, falou de experiências suas na Copa do Mundo, e surpreendeu a muitos ao apontar o Brasil como candidato ao título. “Meu candidato ao título é o Brasil, tendo em conta que os candidator sempre caem”, disse, meio sério, meio rindo. À Fifa, Maradona disparou que a entidade está “matando o futebol”.

“A Fifa leva quatro bilhões de dólares com a Copa. O país campeão fica com 35 milhões de dólares. Está errado isso. A multinacional está acabando com a bola. Você, Blatter, não faz nada e está rico. Não é como Bill Gates, que trabalha. Você não faz nada!”, bradou o ex-jogador.

Segundo o argentino, a Copa do Mundo foi trazida ao Brasil por “pessoas ruins”.

“Não tenho dúvidas que o Brasil fará uma grande Copa. Mas não vamos nos esquecer das pessoas da Fifa. Que poder… que poder feio! A verdade é que não há clima para o Mundial. Torço por Dilma, mas este evento chegou aqui trazido por pessoas ruins”, afirmou.

Assim como Victor Hugo Morales, Maradona é um ferrenho defensor dos governos argentino de Kristina Kirchner e do venezuelano de Nicolás Maduro e do chavismo. Durante a transmissão, Maradona aproveitou para mandar “um beijo para Fidel Castro”.

Maradona já teve uma experiência anterior na TV argentina, onde durante 2005 apresentou o programa “La Noche del 10”. Já Morales ficou famoso por ter sido a voz que imortalizou as narrações do título mundial da Argentina na Copa de 1986, tendo inclusive batizado a expressão ‘barrilete cósmico’ no segundo gol de Maradona nas quartas de final contra a Inglaterra.

Fonte: Terra 

Justiça belga pede ajuda da população para encontrar autor do ataque a museu judaico

Homenagem às vítimas do ataque ao Museu Judaico de Bruxelas

Homenagem às vítimas do ataque ao Museu Judaico de Bruxelas

REUTERS|RFI|Eric Vidal

A Justiça belga fez um apelo neste domingo (25) para que testemunhas ajudem a encontrar o autor do ataque contra o Museu Judaico de Bruxelas, ocorrido ontem, que deixou três mortos. O presidente francês François Hollande prometeu que fará tudo para lutar contra “o antissemitismo e o racismo.”

O ataque acontece dois anos depois do atentado perpretado pelo militante extremista Mohamed Merah em um escola judaica em Toulouse, lembrou o Congresso Judaico Europeu. De acordo com a Promotoria belga, a ação foi premeditada em detalhes, provavelmente por um homem sozinho. A Justiça pediu a ajuda da população para encontrar o autor do crime.

Os habitantes da capital belga depositaram flores e velas hoje, em frente ao museu, em homenagem às vítimas. As autoridades belgas decidiram elevar o nível do alerta de segurança na cidade e reforçar o controle em locais frequentados pela comunidade judaica.

Nesta tarde, a polícia deverá divulgar as imagens captadas pelas câmeras de segurança do museu. O ataque por enquanto não foi reivindicado. O suspeito que havia sido preso neste sábado, no final do dia, foi libertado. A porta-voz da Promotoria belga indicou que entre os mortos estão dois israelenses e uma francesa, que trabalhava como voluntária no museu. A quarta vítima, internada em estado grave, trabalhava na recepção do estabelecimento.

Os dois israelenses mortos eram um casal de turistas de Tel Aviv, segundo o governo do país. Ontem, o premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o ataque é resultado da ‘incitação ao ódio’ permanente contra os judeus e Israel. Para o presidente François Hollande, “não há dúvidas” sobre o caráter antissemita da ação.

O chefe de estado francês se declarou solidário ao premiê belga Elio di Rupo e fez um apelo para que “tudo seja feito” para lutar contra o antissemitismo e o racismo. “É uma causa da França e de toda a Europa”, declarou em Tulle, cidade onde esteve hoje para votar nas eleições europeias.

O Conselho Representativo das Instituições Judaicas na França (Crif) convocou uma manifestação no fim do dia em frente à embaixada da Bélgica em Paris para condenar o ataquee pedir “uma resposta europeia ao terrorismo antissemita.”

Na França, dois homens são agredidos na saída de uma sinagoga

Em Créteil, na região parisiense, dois homens foram atacados na saída de uma sinagoga neste sábado. O ataque aconteceu por volta das 23h. Dois irmãos em trajes tradicionais foram agredidos por dois homens e levados ao hospital, mas não correm risco de vida. Ainda não há evidências sobre uma possível conexão com o ataque ocorrido em Bruxelas.

Em um comunicado, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, também pediu que a segurança nos locais de culto fosse reforçada.

Atentado em região muçulmana da China deixa 31 mortos

Policiais chineses bloqueiam a região da feira da cidade de Urumqi, na província de Xinjiang, no noroeste da China, após o atentado desta quinta-feira (22).

Policiais chineses bloqueiam a região da feira da cidade de Urumqi, na província de Xinjiang, no noroeste da China, após o atentado desta quinta-feira (22).
 
REUTERS|Cao Zhiheng/Xinhua|RFI|Foto

Um atentado terrorista na cidade de Urumqi, na região muçulmana de Xinjiang, na China, deixou ao menos 31 mortos e 94 feridos nesta quinta-feira (22). Segundo relatos, dois carros invadiram uma feira livre e, em seguida, seus ocupantes lançaram bombas contra os frequentadores. Os veículos pegaram fogo.

 

As explosões foram registradas nas proximidades do Palácio da Cultura da cidade, em um grande mercado ao ar livre da localidade, no horário em que os chineses costumam comprar seus produtos alimentícios.

Fotos divulgadas na rede social chinesa Weibo mostram corpos estendidos no chão, no meio das chamas e da espessa fumaça. De acordo com outro portal local de informações na internet, as vítimas foram evacuadas para hospitais da região e muitos feridos se encontram em estado grave.

“Vi muito fogo e uma nuvem preta, os veículos e as tendas do mercado pegaram fogo, enquanto os vendedores corriam para todos os lados”, escreveu uma testemunha do atentado no Weibo.

O presidente chinês, Xi Jinping, disse estar comprometido a “caçar ‘os terroristas’”, como se referiu aos autores dos ataques. O chefe de Estado declarou pretender “reprimir duramente” os responsáveis pelas explosões.

O atentado demonstra o aumento da radicalização da etnia uigure, muçulmanos de origem turca majoritários nesta região da Ásia Central. O grupo reclama da perseguição das autoridades chinesas e se diz vítima de uma política repressiva contra sua religião e cultura.

O incidente é registrado um dia após o anúncio de que 39 pessoas foram detidas em Xinjiang sob a acusação de divulgar vídeos terroristas. Os detidos devem receber duras penas e podem permanecer até 15 anos na prisão.

Onda de violência

As violências promovidas pelos radicais uigures começaram no ano passado, quando três integrantes uigures entraram na Cidade Proibida e promoveram um imenso atentado suicida na praça Tiananmen, em Pequim, símbolo do poder do país.

A onda de violências teve sequência em março, quando um grupo promoveu uma matança na estação de Kunming, no sudoeste da China. Vinte e nove pessoas morreram esfaqueadas e outras 143 foram feridas.

No último dia 30 de abril, um novo ataque foi realizado durante a visita do presidente Xi Jinping na região de Xinjiang. Uma pessoa morreu e outras 79 ficaram feridas em explosões e esfaqueamentos.

Após ataque a Parlamento, europeus se dizem preocupados com situação na Líbia

Homens armados invadiram o Parlamento da Líbia neste domingo (18).

Homens armados invadiram o Parlamento da Líbia neste domingo (18).

REUTERS|Stringer|RFI

A União Europeia se declarou nesta segunda-feira (19) muito preocupada com a “degradação” da situação na Líbia. No domingo, um grupo armado atacou o Parlamento em Tripoli para reivindicar sua dissolução. As autoridades enfrentam dificuldades para estabilizar o país, dois anos e meio após a queda de Muammar Kadafi.

A situação continua confusa nesta segunda-feira (19) na capital Tripoli, depois que um grupo armado atacou, no domingo, o Parlamento, a mais alta autoridade política no país, para reivindicar sua dissolução.

Testemunhas afirmam que o ataque foi promovido pelas brigadas de Zenten, um grupo armado que combate extremistas islâmicos e já promoveu uma ação semelhante em fevereiro passado. O grupo armado deixou o Parlamento poucos minutos depois do ataque e entrou em confronto com milícias rivais na estrada que leva para o aeroporto da capital líbia. Pelo menos duas pessoas morreram e 55 ficaram feridas, segundo as autoridades.

A União Europeia está “muito preocupada” com a “degradação” da situação na Líbia, disse nesta segunda-feira Michael Mann, porta-voz da chanceler europeia, Catherine Asthon. Os europeus pedem que todas as partes envolvidas “evitam o uso da força” e “trabalhem juntas” a fim de favorecer “uma transição bem-sucedida” na Líbia.

Milícias armadas

Desde a queda de Muammar Kadafi, em outubro de 2011, o governo de transição da Líbia tenta sem sucesso controlar as milícias armadas formadas por ex-rebeldes e dominadas por grupos islâmicos radicais. Essas milícias aproveitam a incapacidade do Estado de garantir a segurança da população para ditar suas próprias regras, criando um clima de anarquia na Líbia.

A situação também é caótica em Benghazi, a principal cidade do leste da Líbia, onde um militar aposentado, que combateu Kadhafi, lançou uma ofensiva na sexta-feira (16) contra rebeldes islâmicos fortemente armados que dominam a cidade. Os combates deixaram 79 mortos e 141 feridos.

Nova ofensiva no Iêmen mata cinco integrantes da Al Qeda

Militares iemenitas em Chabwa, durante a ofensiva contra a Al Qaeda.

Militares iemenitas em Chabwa, durante a ofensiva contra a Al Qaeda.

REUTERS/Yemen’s Defence Ministry/Handout via Reuters
RFI

Cinco membros da Al Qaeda morreram nesta sexta-feira (2) em um ataque das forças armadas iemenitas no sul do Iêmen, segundo a agência oficial Saba. O ataque também teria deixado dezenas de feridos e acontece três dias depois da operação que teria matado supostos extremistas de nacionalidade brasileira que integrariam a rede.
 

 

Apesar das suspeitas, o Itamaraty negou ter enviado um diplomata ao país para confirmar a existência de brasileiros na Al Qaeda no Iemên. A embaixada brasileira em Riade, na Árabia Saudita, ainda está em contato com as autoridades iemenitas para verificar a informação. Segundo o governo brasileiro, existe a possibilidade dos combatentes terem usado passaportes falsos.

O ataque desta sexta-feira na região de Maifaa aconteceu por terra e teve o apoio de aviões de combate. Três veículos da rede terrorista, um deles equipado com lança-foguetes, foram destruídos. O bombardeio integra a ofensiva organizada pelo governo para expulsar os combatentes da Al Qaeda em Chabwa e na província vizinha de Abyane.

Até agora, 51 pessoas já morreram na operação militar lançada nesta terça-feira, entre eles 24 soldados e 27 integrantes da rede. Diversos bombardeios aéreos também destruíram bases de treinamento dos extremistas.

Chefe da Al Qaeda no Iêmen ameaça autoridades iemenitas

O chefe militar da Al Qaeda na Península Arábica, Qassem al-Rimi, ameaçou nesta sexta-feira as autoridades do país de represálias depois dos ataques dos drones americanos contra os islamitas. Em um vídeo publicado no site da rede, o comandante da Aqpa declarou que o grupo atacaria todos os “estabelecimentos, ministérios, bases, quartéis e veículos que tivessem ajudado os americanos”.

O chefe da rede extremista também diz ter uma lista de “todos aqueles que participaram das operações’’, que ‘’deverão pagar o preço’’ pelo envolvimento na ofensiva do governo iemenita.

Os Estados Unidos são o único país que possui drones na região. Os aparelhos foram usados de maneira intensa no ano passado para dar apoio à luta das autoridades iemenitas contra a Aqpa e mataram dezenas de pessoas suspeitas de pertencer à rede terrorista.

A Aqpa é considerada a filial mais perigosa da Al Qaeda, que aproveitou o enfraquecimento do governo iemenita em 2011 para reforçar sua presença no sul e no leste do país. 

Brasileiros estariam entre vítimas do ataque contra Al Qaeda no Iêmen

O Exército do Iêmen lançou nesta terça-feira, 29, vasta ofensiva contra Al-Qaida.

O Exército do Iêmen lançou nesta terça-feira, 29, vasta ofensiva contra Al-Qaida.

REUTERS/Yemen’s Defence Ministry/Handout via Reuters
RFI

O Exército do Iêmen mantém a ofensiva contra extremistas da Al Qaeda no sul do país. O Itamaraty diz não ter informações sobre os supostos combatentes brasileiros da Al Qaeda mortos na operação nesta terça-feira (30).  Três soldados foram feito prisioneiros pelos extremistas, segundo um responsável dos serviços de segurança.

 

O Itamaraty informou que está em contato com as autoridades iemenitas para confirmar a identidade dos brasileiros que estariam entre os 12 supostos membros da Al-Qaeda que morreram no ataque. Além deles, 18 soldados perderam a vida.

Entre os mortos, haveria ainda franceses, holandeses, alemães e árabes, de acordo com o governo iemenita. Os corpos estão em poder das autoridades locais e, de acordo com o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, nenhum governo quis recuperá-los. Hadi disse ainda que cerca de 70% dos militantes da Al-Qaeda no país são estrangeiros.

Além dos soldados iemenitas e de aviões não-tripulados norte-americanos, milícias privadas participaram da ação de ontem nas províncias de Chabwa e Abyane, no sul do Iêmen.

De acordo com um responsável militar do país, mais de 30 militantes morreram, vários deles sauditas. Nos dias 19 e 20 de abril, drones americanos e a Força Aérea iemenita atacaram uma série de campos de treinamento da Aqpa, a Al-Qaeda na Península Arábica, matando 60 terroristas. Apesar das constantes ofensivas, este é o braço mais perigoso da rede terrorista, segundo os Estados Unidos.

Al Qaeda mantém três soldados presos

Três soldados iemenitas foram presos pela Al-Qaeda no sul do Iêmen, durante a ofensiva contra a rede extremista, segundo o chefe da província de Chabwa. Os corpos, com marcas de tortura, foram encontrados pelos habitantes perto de um cruzamento em Ataq.

De acordo com ele, os três soldados fazem parte dos 15 militares sequestrados nesta terça-feira pela Al-Qaeda, no primeiro dia da ofensiva. Dois deles foram liberados depois de terem sido espancados. Não há notícias sobre os outros 10 soldados.

Depois da descoberta, as forças iemenitas recuaram cinco quilômetros a leste de Ataq. Um comandante do exército do país também afirmou que três combatentes da Al Qaeda morreram e dez ficaram feridos por tiros de artilharia nos vilarejos de Sanaj e Moajallah, na província de Abyane. Com esse balanço, sobe para 36 o número de mortos na operação lançada nesta terça-feira.