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A ‘crise’ e os lucros

Jornal do Brasil

Nunca, em tempo algum de nossa história, os bancos privados brasileiros lucraram tanto quanto no último semestre. 

Anunciou-se, ontem, que o Itaú Unibanco obteve o lucro de nove bilhões e trezentos e dezoito milhões de reais. Em cifras: 9.318.000.000,00. 

Na semana passada, o Bradesco já havia anunciado o maior lucro líquido contábil de sua história para este período do ano, de 3,778 bilhões no segundo trimestre de 2014, 9,7% superior ao verificado nos três primeiros meses do ano, e 28,1%, maior que o obtido no segundo trimestre de 2013. 

O Santander lucrou mais de 1 bilhão de reais no primeiro semestre, aumentando os lucros que manda para fora do país, para sua sede na Espanha, que deverão ficar ainda maiores depois da “recompra” com notório prejuízo para os investidores, de suas ações lançadas em bolsa há quatro anos.     

Grande parte do lucro dos bancos foi auferida com os empréstimos consignados, nos quais a inadimplência é zero; com medidas do governo destinadas a aumentar a oferta de crédito; com a aplicação em títulos públicos; e a cobrança de serviços, muitas vezes, escorchante, aos seus correntistas.

Quando se fala em abusos do sistema bancário privado, vem à memória dos historiadores o veto oposto pelo presidente Andrew Jackson, à renovação da patente do Banco dos Estados Unidos, controlado pelos aristocratas da Filadélfia. Jackson havia sido eleito pelo povo contra um deles, Henry Clay, com o projeto de exercer o poder executivo em sua plenitude, acima do legislativo e do judiciário. Defensor dos fazendeiros e da incipiente indústria manufatureira, Jackson fora eleito  contra o poderoso apoio que Nicholas Biddle, presidente do Banco, dava a seu competidor, em 1828.  

Ao assumir a presidência, em 1829, Jackson decidiu não renovar a patente do Banco dos Estados Unidos, e foi contrariado pela decisão do Congresso, reafirmada pela Suprema Corte de antecipar a renovação do privilegio. “Assim como o Sol nasceu para todos – disse Jackson – o governo deve defender os que trabalham em suas fazendas e em suas indústrias. O papel dos bancos é o de promover o bem-estar comum.” 

Daí nasceu a sua controvertida doutrina, segundo a qual o chefe do poder executivo interpreta a Constituição como quiser: desde que seu juramento  – ao assumir o cargo – é o de cumprí-la conforme a sua consciência .

Os bancos públicos existem para reaplicar seus ganhos em ações sociais e de desenvolvimento. Os bancos privados para dar lucros obscenos a seus acionistas controladores e a seus executivos. E para emitir – por meio de “analistas” e “entendidos” –  notas desacreditando o país, como fez o Santander. 

extraordinário lucro dos bancos, que se multiplicou por várias vezes nos últimos anos, na esteira do crescimento do emprego, da renda, da safra agrícola, da produção de automóveis, do crédito e do consumo, é o maior desmentido à repetisada falácia de que o país está em crise – e endossa as afirmações feitas, ontem, pelo Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, lembrando que não existe crise em um país que está com o mais baixo desemprego da história; que a inflação se encontra controlada; e que a queda das expectativas de crescimento econômico é um fenômeno planetário, que atinge, igualmente, países desenvolvidos e em desenvolvimento de todas as regiões do mundo. 

Santander diz a clientes que economia pode piorar se Dilma subir nas pesquisas

Texto foi impresso no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, com renda mensal superior a R$ 10 mil 

Santander diz a clientes que economia pode piorar se Dilma subir nas pesquisasTexto foi impresso no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, com renda mensal superior a R$ 10 mil

Estado de Minas | Fernanda Borges

25/07/2014

Banco pede desculpas aos clientes por meio de seu site oficial (Reprodução/internet)
Banco pede desculpas aos clientes por meio de seu site oficial

O Banco Santander esclareceu nesta sexta-feira o conteúdo do texto enviado a clientes de alta renda afirmando que um cenário de reversão pode surgir se a presidente Dilma se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas eleitorais. O documento enviado neste mês orienta os clientes quanto aos investimentos e ressalta, entre outros pontos, uma possível desvalorização do câmbio, juros altos, queda do índice da Bovespa. O texto foi veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, com renda mensal superior a R$ 10 mil.

Procurado pelo em.com, o banco disse que adota “critérios exclusivamente técnicos” em suas análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, “sem qualquer viés político ou partidário”. No entanto, a instituição entendeu que o texto “pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz”. Ainda por meio da nota, o Santander pediu desculpas aos seus clientes e acrescentou que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação.

O Santander também se manifestou por meio de seu site oficial em comunicado para toda a carteira de clientes. Na mensagem, o banco afirma que o texto foi enviado “a um segmento de clientes que representa apenas 0,18%” de sua base. O banco também voltou atrás e disse que reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá bem sucedida trajetória de desenvolvimento.

Confira o extrato na íntegra:

Você e seu dinheiro

A economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em conta corrente. A quebra de confiança e pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vai caindo nas últimas pesquisas, e que tem contribuído para a subida do Ibovespa. Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e um o índice da Bovespa caíra, revertendo parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos. Diante desse cenário, converse com o seu Gerente de Relacionamento Select para alocar seus investimentos da maneira mais adequada ao ser perfil de investimento. 

Bruxelas acusa três bancos de manipular de taxas de juro de derivados no Euribor

Por Redação de A Bola|Portugal
 
Crédit Agricole, HSBC e JPMorgan foram hoje acusados pela Comissão Europeia (CE) de poderem ter manipulado taxas de juro interbancárias Euribor para os produtos financeiros derivados, violando as regras da concorrência, numa conclusão preliminar realizada pela CE

Bruxelas desconfia que os três bancos se combinaram entre si fixar taxas de juro, distorcendo o mercado.

Crédit Agricole, HSBC e JPMorgan vão agora defender-se das acusações da Comissão Europeia, após o que será tomada uma decisão final.