Apesar da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que, na quarta-feira, concedeu liminar que determina a manutenção de 100% do funcionamento do Metrô nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários de operação nesta quinta-feira, três das cinco linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no início desta manhã, por conta da greve dos metroviários paulistas.
De acordo com a Companhia do Metropolitano, por conta da paralisação, os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha não circulavam no início da manhã. Apenas as linhas 4-Amarela e 5-Lilás operavam normalmente. Os trens da 5-Lilás iniciaram o dia parados, mas por volta das 5h30, segundo o Metrô, começaram a circular. Às 6h28, o Metrô informou que as Linhas 1, 2 e 3 passaram a operar parcialmente, mas as portas continuavam fechadas em muitas das estações.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã de hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) criticou a decisão dos metroviários de cruzarem os braços. Disse que o governo fez todos os esforços para que a paralisação não acontecesse. “Mas a categoria já estava determinada a isso. É uma greve de caráter político”, afirmou o governador.
Usuários fazem fila na estação Corinhianas-Itaquera fechado devido à greve
Na zona leste da cidade, usuários dos trens da CPTM também encontraram dificuldades na estação Corinthians-Itaquera. A estação que interliga as linhas 3-Vermelha (Metrô) e 11-Coral (CPTM) também foi fechada.
SP bate recorde de trânsito pela manhã
Com greve de marronzinhos e metroviários, o trânsito bateu recorde de congestionamento no período da manhã nesta quinta-feira. Às 9h havia, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 193 km de ruas e avenidas congestionadas. Isso representa 22,3% dos 868 km monitorados pela companhia – o normal para o horário é 11,9%.
O recorde anterior havia sido verificado no dia 22 de maio – 168 km de lentidão às 9h. O recorde histórico para o período da manhã, no entanto, ainda não foi atingido. De acordo com a CET, o maior pico de congestionamento verificado das 7h às 10h, aconteceu no dia 23 de maio de 2012 quando a cidade registrou 249 km de ruas e avenidas travadas.
Por conta da greve de metrô o rodízio foi suspenso. São Paulo também amanheceu sem os agentes de trânsito que fazem uma greve por tempo indeterminado. Algumas faixas reversíveis não foram montadas o que complica ainda mais o trânsito.
Procurada, a CET diz que não tem como mensurar o tamanho da paralisação dos agentes nem quantas faixas reversíveis deixaram de ser montadas nesta manhã.
Reunião
Na quarta-feira, terminou sem acordo a reunião entre representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e representantes do Metrô, apesar de a empresa ter elevado a proposta de reajuste que daria aos trabalhadores para 8,7%.
De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Altino Melo Prazeres Júnior, a categoria não aceitará uma proposta com reajuste inferior a dois dígitos, ou seja, menos de 10%. Os metroviários reivindicam 16,5% de reajuste salarial. “Espero que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pense e, até a hora da assembleia, faça uma proposta possível de aceitarmos. Menos de dois dígitos não dá. Fora isso, há outros fatores a serem negociados.”
Melo disse ainda que a categoria concordaria em não fazer a greve, caso o governo estadual aceite liberar a catraca. “O governo está colocando que não quer ter prejuízo, mas, de alguma forma, o Metrô vai parar.” Ele alertou que, mesmo com número reduzido de funcionários trabalhando, o Metrô terá problemas. A greve será feita por tempo indeterminado e os trabalhadores farão assembleias todas as noites para decidir a continuidade.