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Faixa de Gaza tem trégua não-declarada para festa religiosa muçulmana

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza.

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza.

REUTERS/Finbarr O’Reilly/Files

O Conselho de Segurança da ONU adotou na madrugada desta segunda-feira (28) uma declaração unânime exigindo um “cessar-fogo humanitário imediato e incondicional” na Faixa de Gaza. Desde ontem, as hostilidades praticamente pararam, por conta da festa muçulmana do Eid al-Fitr, que marca o fim do jejum do Ramadã.

 

Os 15 países reunidos emergencialmente em Nova York pediram que Israel e o Hamas apliquem essa trégua “plenamente”, não só durante a data religiosa, mas depois também. E, que respeitem o direito internacional, principalmente no que diz respeito à proteção dos civis.

O Conselho pediu assistência humanitária à população de Gaza, com o aumento das contribuições ao escritório da ONU para os refugiados palestinos. Em alusão ao bombardeio de uma escola das Nações Unidas, o comunicado frisa que instalações civis e humanitárias devem ser respeitadas e protegidas. Único membro árabe do Conselho, a Jordânia pediu que a declaração seja adotada solenemente sem demora.

O embaixador palestino na ONU, Ryad Mansur, lamentou que o Conselho não tenha pedido o fim do embargo israelense a Gaza e que tenha optado por uma simples declaração no lugar de uma resolução. Do lado israelense, o embaixador Ron Prosor condenou o texto por não citar o Hamas nem seus foguetes. Ele voltou a acusar o movimento islâmico de usar a população como escudo humano.

Desde ontem à noite, os ataques praticamente cessaram, por ocasião da festa muçulmana. Um porta-voz do Hamas afirmou que “Israel será responsabilizado por qualquer escalada durante o Eid al-Fitr”. De acordo com o exército israelense, desde as 23 horas do domingo, o Hamas não atira nenhum foguete e Israel não realiza nenhum ataque aéreo.

Apesar disso, hoje de manhã, dois palestinos que haviam sido feridos na semana passada morreram na Faixa de Gaza. Com isso, o número de palestinos mortos desde o início da operação Limite Protetor, em 8 de julho, chega a 1.035. Os hospitais de Gaza receberam 6.200 feridos. Do lado israelense, o conflito deixou até agora 43 soldados mortos e três civis, atingidos pelos foguetes do Hamas.

Combates na Ucrânia já deixaram mais de 1.100 mortos desde abril

Um separatista pró-russo ao norte da cidade de Donetsk, bastião da insurgência.

Um separatista pró-russo ao norte da cidade de Donetsk, bastião da insurgência.

AFP PHOTO/ BULENT KILIC

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (28), a ONU denunciou as mortes de 1.129 pessoas desde o início da operação do Exército contra os separatistas no leste da Ucrânia, em meados de abril. Além do elevado número de mortes, os combates deixaram 3.442 feridos, segundo a ONU.

 

O texto chama de alarmantes as informações sobre os combates em Donetsk e Lugansk, onde as duas partes “utilizam armas pesadas como artilharia, tanques, foguetes e mísseis” em áreas residenciais.

Citada pelo comunicado, a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirma que a queda do avião da Malaysia Airlines, abatido por um míssil no leste da Ucrânia, pode se assimilar a um crime de guerra. “Tudo será feito para que os responsáveis dessa tragédia sejam levados à justiça”, disse ela. O Boeing fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur no dia 17 de julho, com 298 pessoas a bordo. Kiev e as potências ocidentais apontam a responsabilidade dos rebeldes pró-russos e de seus aliados em Moscou.

Dez dias depois do acidente, fragmentos de corpos e pedaços da aeronave continuam espalhados pela região sob controle dos separatistas. Apesar de um frágil cessar-fogo ter sido estabelecido ao redor do área, os combates voltaram a se intensificar.

Equipes de policiais holandeses e australianos tentam chegar ao local do acidente. Ontem, eles desistiram da incursão por conta dos confrontos entre tropas ucranianas e rebeldes pró-russos, que aconteciam não só na estrada que leva à região, mas no próprio local do acidente, a cerca de 60 quilômetros de Donetsk, bastião da insurgência. A ministra australiana das Relações Exteriores, Julie Bishop, viajou a Kiev para discutir o assunto com as autoridades locais.

Desarmados, os policiais não estão encarregados da segurança do perímetro. Eles vão simplesmente observar o local em detalhes, uma etapa importante para a investigação, que deve durar entre cinco e sete dias.

Porochenko expõe plano de paz na TV; Putin pede diálogo ‘genuíno’ com rebeldes

Famílias ucranianas que fogem dos combates em Donetsk são transferidas de helicóptero para campo de refugiados instalado em Rostov, na fronteira russo-ucraniana.

Famílias ucranianas que fogem dos combates em Donetsk são transferidas de helicóptero para campo de refugiados instalado em Rostov, na fronteira russo-ucraniana|REUTERS/Eduard Korniyenko

O presidente ucraniano, Petro Porochenko, expôs neste domingo (22) à nação seu plano de paz para superar o conflito com os separatistas pró-russos no leste do país. O governo propõe um diálogo com os rebeldes que não tenham cometido assassinatos e torturas. Mas na prática, o cessar-fogo é ignorado pelo Exército e os separatistas, que travam combates intensos nas regiões de Donetsk e Slaviansk.

Porochenko expôs seu plano de paz em um pronunciamento de 12 minutos na TV, transmitido pelos principais canais do país. “Nosso objetivo é a paz, mas aqueles que pretendem utilizar estas negociações com o único objetivo de ganhar tempo e reunir suas forças devem saber que temos um plano B detalhado. Eu não vou falar agora, porque eu acho que o nosso plano pacífico vencerá”, declarou o presidente ucraniano.

Em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, convidou o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos a iniciar um “diálogo genuíno e substancial”. Putin reafirmou que o Exército ucraniano deveria cessar suas operações militares nas regiões rebeladas. “Para que o plano de paz funcione, os ucranianos que falam russo devem se sentir uma parte inalienável da Ucrânia e ter seus direitos garantidos pela Constituição”, disse Putin. “Isso vai garantir o sucesso do plano de paz”, acrescentou. “A Rússia vai apoiar estes esforços. Mas o mais importante é o processo político”, concluiu o presidente russo

Na sexta-feira, Porochenko anunciou um cessar-fogo unilateral de uma semana no leste do país, onde as tropas ucranianas lutam desde abril contra separatistas pró-russos. A Rússia tem enviado mensagens contraditórias às autoridades de Kiev. O Kremlin colocou suas tropas em estado de alerta no centro da Rússia, ao mesmo tempo em que declara que vai apoiar o plano de paz de Kiev.

Combates aumentam entre Renamo e exército moçambicano

Sofala, Província onde se encontra a localidade de Muxungué

Sofala, Província onde se encontra a localidade de Muxungué

Wikipedia|RFI

Nos últimos dias,  houve recrudescimento dos combates, entre as forças governamentais e homens armados da Renamo, em Sofala, no centro de Moçambique, que fizeram pelo menos, dois mortos e quatro feridos.

Nos três últimos dias, forças da Renamo, maior partido da oposição, em Moçambique, atacaram colunas militares do exército moçambicano, na província de Sofala, no centro do país, provocando a morte de duas pessoas e quatro feridos.

 

A população da região, em pânico, já fala abertamente, no retorno da guerra em Moçambique, mas o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, que encerrava, este sábado, 21 de Junho, as suas presidenciais abertas, na província de Manica, disse, continuar aberto ao diálogo:

 

“Estou sempre pronto para falar com o líder da Renamo. Desde o ano passado, que nós manifestámos, isso; mas, o líder da Renamo, promete e não aparece. Como nós, queremos a paz, vamos continuar a insistir.” 

 

Por seu lado, Manuel Bissopo, Secretário Geral da Renamo, declarou que a paz, só é possível, com a criação de uma força conjunta, segundo o estipulado nos acordos de paz, assinados em 1997, em Roma, na Itália.

 

De Maputo, o nosso correspondente, Orfeu Lisboa.

 
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
 

21/06/2014

Combates pelo controle do aeroporto de Donetsk deixam 50 mortos

Helicóptero ucraniano atira em rebeldes no terminal principal do aeroporto internacional de Donetsk, na segunda-feira, 26 de maio de 2014.

Helicóptero ucraniano atira em rebeldes no terminal principal do aeroporto internacional de Donetsk, na segunda-feira, 26 de maio de 2014|REUTERS/Yannis Behrakis

As manobras militares pelo controle do aeroporto de Donetsk, na Ucrânia, continuam nesta terça-feira (27), 24 horas após milicianos separatistas terem invadido o complexo e provocado a intervenção das Forças Armadas, que contra-atacam com soldados, helicópteros e aviões de caça.

Andrei Netto, enviado do jornal “O Estado de S.Paulo”, especial para RFI

O prefeito de Donetsk, Alexandre Lukiantchenko, anunciou a morte de 48 pessoas nos enfrentamentos, incluindo dois civis. O separatista Alexander Borodai, autoproclamado primeiro-ministro da República Popular de Donetsk, disse que mais de 50 pró-russos morreram em combate. O governo de Kiev declarou não ter perdido nenhum soldado.

No centro de Donetsk, a situação é de calma relativa, com fluxo de veículos e parte do comércio aberto. Mas a tensão é palpável, já que na segunda-feira pelo menos um civil morreu atingido por um morteiro em frente à Estação Central de Trens de Donetsk.

Presidente eleito recusa negociar com separatistas

A operação deve continuar nas próximas horas, já que o presidente eleito no domingo, Petro Porochenko, prometeu ontem não dialogar com o que chamou de “terroristas”. “Os que se recusam a depor as armas são terroristas, e nós não negociamos com terroristas. Eu não deixarei que ninguém faça isso no território de nosso Estado. Espero que a Rússia apoie minha abordagem”, disse Porochenko.

Hoje pela manhã, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu aos observadores internacionais da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) que intercedam para acabar com o confronto. “Nós esperamos de Kiev o cessar-fogo das operações militares contra seu próprio povo”, afirmou em nota o ministério russo, em Moscou.

A OSCE perdeu contato com quatro membros de sua equipe enviados a Donetsk. Os quatro civis, que não tiveram suas nacionalidades reveladas, deram notícias pela última vez nesta segunda-feira, quando foram barrados em um check point separatista. Quarenta minutos depois, a OSCE perdeu contato com o grupo.