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Vandalismo estraga festa argentina pelo vice-campeonato

Confronto entre policiais e torcedores no centro de Buenos na madrugada desta segunda-feira (14); após a derrota na final da Copa do Mundo, alguns torcedores promoveram atos de vandalismo na capital artentina.

Confronto entre policiais e torcedores no centro de Buenos na madrugada desta segunda-feira (14); após a derrota na final da Copa do Mundo, alguns torcedores promoveram atos de vandalismo na capital artentina.

Reuters
RFI

O centro de Buenos Aires tornou-se um campo de batalha entre vândalos e policiais. Comércios foram saqueados, agências bancárias invadidas e até um teatro foi depredado. Bares e restaurantes viraram refúgio para famílias com crianças, que festejavam a conquista do vice-campeonato.

 

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogênio e jatos d’água. Os torcedores violentos brigavam entre si e atiravam pedras nos poilciais. Ao menos 65 pessoas ficaram feridas, incluindo oito policiais.

A batalha campal durou mais de cinco horas e foi até de madrugada, estragando o clima de festa que se vivia pelas ruas da cidade.

Se um desavisado chegasse a Buenos Aires depois do jogo entre Argentina e Alemanha, juraria que a Argentina tinha sido campeã. Buzinas, cornetas, bandeiras e muitas cantigas enchiam as ruas da capital.

Orgulho

Milhares de torcedores homenageavam uma seleção que chegou a uma final pela primeira vez em 24 anos. Eles deixavam a derrota de lado e valorizavam o vice-campeonato. A tristeza era superada pelo orgulho.

“Festejamos o fato de termos uma grande equipe, que jogou muito bem, que deixou tudo no campo de jogo e, sobretudo, que ficamos acima do Brasil”, exibia a sua admiração o universitário Darío Rodríguez, de 26 anos.

“Festejamos o fato de termos motivos para nos reunirmos aqui depois de 24 anos sem uma final do mundo e pela dignidade dos jogadores argentinos”, completa o músico José Castellanos, de 38 anos. Sobre a confusão na região do Obelisco da Avenida 9 de Julho, José diz que não são os mesmos torcedores que festejam o vice-campeonato: “São os mesmos inadaptados de sempre”.

“Não conseguimos ser campeões como queríamos, mas valorizamos o esforço argentino. Por isso, saímos às ruas para festejar porque esses jogadores merecem”, concorda Emanuel Fernández, de 24 anos.

Nesta segunda-feira (14), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, vai homenagear os jogadores e o corpo técnico da seleção.

Seleção pede desculpas e promete aprender com erros

Jogadores brasileiros saem do campo depois do apito final.

Jogadores brasileiros saem do campo depois do apito final.

Foto: Reuters

Muita tristeza, desolação e pedidos de desculpas à torcida marcaram a saída dos jogadores brasileiros do estádio Mané Garrincha após a goleada de 3 a 0 neste sábado (12) para a Holanda, na disputa pelo terceiro lugar da Copa. A seleção saiu consciente de que frustrou um país inteiro por não estar à altura do alto nível das equipes que enfrentou, sobretudo nos dois jogos finais.O grupo coloca um fim nesta dolorosa experiência com a promessa de aprender com os erros para não repetir vexames no futuro e reconquistar a confiança do torcedor.

 

Elcio Ramalho, enviado especial a Brasília

A derrota para a Alemanha, que pôs fim ao sonho do hexa, teve efeitos nefastos que repercutiram no jogo pelo terceiro lugar com a Holanda. Esta é a percepção dos atletas que estiveram em campo neste sábado e não souberam reencontrar o caminho da vitória.

A tão propalada motivação expressa pelos jogadores nos últimos dias para vencer a Holanda, terminar em terceiro e aliviar a dor pela derrota histórica de 7 a 1 para os alemães na semifinal se ofuscou logo no início da partida, aos 2 minutos, com a abertura do placar pela Holanda.

O temor de mais um fiasco pairou sobre o estádio Mané Garrinha, especialmente após o segundo gol, aos 17 minutos. Das arquibancadas, torcedores foram incansáveis no apoio à equipe e vibrando com cada lance bonito e com as (poucas) possibilidades concretas de gol.

No segundo tempo, na medida em que as esperanças se tornavam mais remotas, parte da torcida ensaiou um “olé” quando a bola circulava pelos pés dos holandeses para mostrar sua decepção, mas a maioria calou a tentativa de nova humilhação aos jogadores com gritos de incentivo. Evitou um desconforto ainda maior, mas não o terceiro gol holandês, já nos acréscimos da partida, selando mais uma goleada sofrida pela equipe de Luiz Felipe Scolari, que saiu de campo sob vaias.

O capítulo de uma história que deveria ter um final feliz neste domingo no Maracanã terminou escrita de maneira melancólica e com o gosto amargo da derrota. O treinador Felipão anunciou a entrega de seu cargo, explicando que estava previsto antes da Copa. Quando ainda tentava convencer os brasileiros de um balanço positivo de sua seleção, o atacante Neymar interrompeu rapidamente a entrevista coletiva para dar um abraço no treinador. Um gesto elegante de solidariedade e respeito de um jogador que deixou um país inteiro órfão de seu talento, na fase decisiva da Copa.

Antes de seguirem para o Rio de Janeiro e São Paulo, os jogadores que estiveram em campo falaram pela última vez com os jornalistas:

Júlio Cesar: “Nesses momentos é ter cabeça fria, levar os ensinamentos e pensar o que deve ser melhorado. A tristeza existe, por tudo o que aconteceu, principalmente na semifinal. Mas vai passar, os campeões devem olhar sempre para frente. Que esse grupo possa tirar bastante coisa positiva, lapidar essa situação que ocorreu para o futuro. Tem que tirar muito ensinamento para em 2018, que está logo ali, conquistar o tão sonhado hexa.”

Fred: “A gente tem que ter humildade para reconhecer que não aconteceu como imaginávamos. A gente desejava o título, coisas melhores. O penúltimo jogo foi bem marcante para a gente de forma negativa. Agora temos que levantar a abeça. Ninguém vai morrer. A gente fica triste. Essas cicatrizes, vamos carregar e vamos ter que erguer a cabeça.”

Ramirez:  “Não era assim que gostaríamos de ser lembrados pelos torcedores, ficaremos marcados. Virão críticas, vamos ser colocados para baixo, mas temos que ser fortes. A gente sabe que até para voltar ao clube fica complicado porque vamos ouvir gracinhas. A gente fica perdido porque não tem muito o que falar nem o que fazer. Agora vão falar de vexame, vergonha, humilhação. A gente vai ter que aceitar porque é o que aconteceu.”

Hulk: “Temos que pedir desculpas pelos dois jogos e continuar trabalhando. A vida segue. É erguer a cabeça e ter consciência de que erramos e vamos assumir nosso erro. Ninguém esperava perder de 7 a 1 contra a Alemanha e hoje de 3 a 0 contra a Holanda. Tomar 10 gols em dois jogos, não tem que explicar. Temos é que pedir desculpas e levantar a cabeça para continuar trabalhando.”

Maxwell: “É difícil a gente começar um jogo com um gol e correr atrás de um resultado contra uma equipe rápida e organizada. Saio com o sentimento dividido pela alegria de ter estreado e participado, e pela tristeza por ter perdido e sofrido esses gols que deixaram uma marca grande. Eu vou me lembrar dessa Copa do Mundo pelos momentos fantásticos, inesquecíveis, de uma experiência fantástica. Chegar entre os quatro (do Mundo) é muito grande para qualquer profissional. Perder da maneira que foi deixa dolorido, não mostra a realidade do nível dos jogadores, mas mostra que não estivemos bem organizados e cometemos erros que se pagam num nível como este.”

Oscar: “Foi uma derrota difícil de assimilar (para a Alemanha) e temos que aprender com os erros para melhorar no futuro. O Felipão foi um excelente treinador até hoje e tomara que ele fique, mas se não for ele, será outro. A seleção é assim e os jogadores também não sabem se vão continuar.”

: “Desses 28 jogos que essa seleção fez junto, dois jogos têm que ser apagados. Agora cada um tem que saber que tem condições, são jogadores que estão nas melhores equipes do mundo. Todos têm condições de fazer coisas melhores no futuro. A gente despertou muita coisa no povo brasileiro, por isso que eles nos vaiaram. A gente conseguiu trazer emoção de volta. Agora é erguer a cabeça e se desculpar, é claro. Muitos ainda têm condições de jogar uma outra Copa do Mundo e isso não pode ficar guardado porque tem muita coisa pela frente.”

David Luiz: “A gente tinha reacendido uma chama com a torcida. E o baque foi sentido, mas que sirva de aprendizado. Vamos colocar os pés no chão, com muita humildade e ver as coisas boas para mantê-las e aprender com o que não fizemos bem. Quem não quer aprender com tudo o que se vive na vida não evolui. É triste ver que o sonho alimentado por uma país inteiro, de ganhar um hexa, não vai ser realizado. Mas quem sabe não foi tudo por um bom motivo para em 2018 ganharmos o hexa. Só homens e grandes guerreiros irão sobreviver a isso tudo.”

Thiago Silva: “O jogo de hoje foi consequência do jogo passado contra a Alemanha. É difícil você se reeguer com uma derrota da forma que foi. Temos que começar tudo de novo. Nós temos que tirar muitas lições desses últimos dois jogos, porque tudo o que a gente não tinha errado antes, erramos em um só jogo. Esse momento não é a seleção brasileira e é difícil aceitar a derrota do jeito que foi. Apesar de não ter conseguido o troféu, conseguimos muitas outras coisas também, como ter trazido a torcida de volta, é o ponto positivo que a gente pode tirar desse momento. Esse grupo pode chegar em 2018 com uma condição melhor do que tem hoje.” 

Cerca de 70 mil argentinos devem invadir São Paulo para jogo

Para um torcedor argentino, a torcida brasileira não é tão apaixonada quanto a argentina

Para um torcedor argentino, a torcida brasileira não é tão apaixonada quanto a argentina|REUTERS/Stefano Rellandini|A seleção argentina enfrenta a Suíça nesta terça-feira (1°), na Arena Corinthians, em jogo de oitavas de final da Copa. A Prefeitura de São Paulo estima que cerca de 70 mil argentinos devam se concentrar na capital paulista para assistir a partida. No caso de vitória, os torcedores querem comemorar na Vila Madalena, apesar dos apelos das autoridades paulistanas para evitar concentrações em um só local.
 
Eles chegam de avião, carro, ônibus e motorhome. Muitos já acamparam no sambódromo na noite passada, que tem 500 vagas para estacionamento. A Prefeitura de São Paulo disponibilizou também o autódromo de Interlagos, na Zona Sul. O clima é de festa e muitas provocações dos torcedores não só contra a Suíça, mas também contra o Brasil, alimentando animadamente a rivalidade dos dois países.

Antes de uma provável festa de comemoração, os ‘hermanos’ sem ingressos devem acompanhar a partida na Fifa Fan Fest, no Anhangabaú, no centro.

Dicas de paquera

O jornal Folha de São Paulo dedicou uma página dupla em espanhol especialmente dedicada para os torcedores argentinos em São Paulo, com conselhos sobre onde ver a partida, como chegar ao estádio e até dicas de paquera.

O especial “São Paulo para argentinos” inclui muitos endereços para aproveitar a vida noturna e gastronômica da cidade, principalmente nas áreas boêmias da Vila Madalena e Baixo Augusta.

Na quarta-feira passada, cem mil argentinos se deslocaram a Porto Alegre, para acompanhar o duelo contra a Nigéria (3×2). 

Le Monde tenta explicar excelente média de gols na Copa 2014

Neymar, um dos artilheiros do mundial, comemora um de seus dois gols contra a Croácia

Neymar, um dos artilheiros do mundial, comemora um de seus dois gols contra a Croácia|REUTERS/Ivan Alvarado|RFI

“Carnaval de gols” é o título da matéria principal do caderno dedicado à Copa do Mundo no Le Monde. Ao longo de três páginas, ilustradas por fotografias de Neymar, Müller, Messi e Benzema, o vespertino tenta explicar a surpreendente média de 2,8 bolas na rede por partida, a melhor desde 1970 (2,96). Em tom bem-humorado, o jornal escala suas teorias.

A primeira delas atribuiria o mérito do espetáculo a FIFA, “essa vendedora de espetáculos”. A entidade recomendou que a arbitragem priorizasse os ataques em detrimento das defesas. Derivam disso os altos índices de cartões e pênaltis marcados nas primeiras partidas. Mas, vale lembrar que os pênaltis praticamente desapareceram depois de uma chuva de críticas e outra, de centroavantes voadores. A recomendação da FIFA ajuda, mas não explica a profusão de placares elásticos.

Ciência

Talvez o calor. O jornal escreve que as altas temperaturas que os jogadores enfrentam sob o sol tropical das 13h enfraqueceriam os organismos, reduzindo a concentração. Isso beneficiaria os atacantes, que se aproveitam de “apagões” defensivos para fazer jogadas rápidas. “Pequisadores britânicos se dedicam à questão porque sempre há um pesquisador britânico para se dedicar ao futebol”, ironiza Le Monde. O que eles teriam concluído? Que “o tempo bom favorece a audácia, enquanto o frio produz um futebol mais retranqueiro”.

As grandes defesas também não entraram em campo. Até agora, a única atuação de goleiro que recebeu destaque foi a do mexicano Guillermo Ochoa, principal responsável por um dos raros zero a zero do torneio. Aliás, vem da América Latina a próxima teoria: a coletividade e a raça do Novo Mundo se impõe sobre o individualismo dos craques do Velho Continente, como Cristiano Ronaldo, Andrea Pirlo e Mario Balotelli.

Contra-ataques sucessivos

Mas quem sustenta as melhores teses é o ex-treinador francês Christian Gourcuff, entrevistado pelos enviados especiais do Le Monde Benoit Hopquin e Bruno Lesprit: “As equipes jogam todas no contra-ataque”, ele explica. “O ritmo é tão forte que a organização tática desaparece”. O ônus deste jogo verticalizado, de ligações diretas entre os setores defensivo e ofensivo, é o desaparecimento do meio de campo. Pouca coisa acontece no meio de campo.

Que o diga a seleção brasileira, que deposita toda sua esperança de armação pelo meio nas costas de Oscar, de 22 anos. Além da responsabilidade de exercer essa função mítica, desempenhada por gente do calibre de Pelé, Sócrates, Zico, Rivaldo e aí por diante, ele tem de auxiliar os volantes na marcação. Logo ele, que está acostumado a jogar quase como um terceiro atacante no Chelsea.

Em meio a todas as teorias, os brasileiros podem sacar uma superstição da alta média de gols do Mundial de 2014: a última vez em que os craques marcaram mais do que 2,7 gols por partida, foi em 1970. Aquela que, até hoje, é considerada por unanimidade a melhor copa de todos os tempos. Nela, o Brasil terminou campeão. Que qualquer semelhança não seja mera coincidência.
 

Copa bate recordes de audiência em vários países

Funcionários de um posto de gasolina assistem pela televisão a um jogo da Copa, em Ribeirão Preto.

Funcionários de um posto de gasolina assistem pela televisão a um jogo da Copa, em Ribeirão Preto|REUTERS/Charles Platiau|RFI

A audiência das televisões em vários países do mundo tem sido bastante acima da média durante a transmissão dos jogos da Copa do Mundo, conforme um estudo publicado nesta sexta-feira (27). A França, entretanto, é uma exceção – os índices de audiência no país têm sido abaixo do esperado.

Na Europa, Itália, Holanda, Alemanha, Grécia e Bélgica são alguns dos países onde os jogos da Copa do Mundo atraíram mais de 80% dos telespectadores, inclusive com a quebra de recordes de audiência.

A partida entre a Bélgica e Coreia do Sul, por exemplo, foi o jogo de futebol mais visto da história da televisão belga, reunindo 5,1 milhões de pessoas. Na Itália, 82% dos telespectadores assistiram ao embate entre a seleção do país e a Inglaterra, enquanto que 84,2% dos alemães que assistiam à televisão acompanharam o jogo contra os Estados Unidos. Na Holanda, 88,4% dos aparelhos ligados estavam sintonizados no confronto com o Chile.

No Brasil, o jogo de abertura da Copa, contra a Croácia, registrou o recorde de 42,9 milhões de torcedores conectados. Essa partida também foi a mais vista dos últimos 12 anos no Reino Unido, com 11,2 milhões de telespectadores atentos ao primeiro jogo da seleção brasileira.

Até na Austrália, onde as partidas são transmitidas de madrugada, 2,3 milhões de pessoas assistiram à partida contra o Chile, enquanto nos Estados Unidos 25 milhões de telespectadores acompanharam o jogo contra Portugal. O número se aproxima dos registrados em uma final da NBA, mais tradicional do que o futebol entre os americanos.

Exceções

Alguns países, entretanto, têm sido exceções à regra. Na Espanha, curiosamente o primeiro jogo do país, contra a Holanda, só foi assistido por 11,2 milhões de pessoas, o equivalente a 68,5% da audiência. Em campo, os espanhóis foram goleados por 5 a 1.

Já na França, somente 56,3% dos telespectadores acompanharam o jogo contra Honduras. Após essa primeira vitória, porém, os números melhoraram nas partidas seguintes – foram de 62% no embate contra o Equador. 

Portugal mantém esperança e descarta “acordo” entre Alemanha e Estados Unidos

Cristiano Ronaldo (à frente) e Nani participam de treino noMané Garrincha, em Brasília.

Cristiano Ronaldo (à frente) e Nani participam de treino noMané Garrincha, em Brasília.

Em situação “extremamente difícil” no grupo F, a seleção portuguesa treinou no início da tarde desta quarta-feira (25) no estádio Mané Garrincha onde irá enfrentar Gana pela última rodada da fase de grupos. Além de vencer por uma grande diferença de gols a equipe africana, a seleção comandada por Paulo Bento depende de uma vitória da Alemanha contra os Estados Unidos. Os portugueses não acreditam haver qualquer tipo de acordo entre as duas líderes da chave para se classificarem.

Elcio Ramalho, enviado especial à Brasília,

Na mesma situação, com um ponto cada uma, as seleções de Portugal e Gana alimentam esperanças remotas de passar à próxima fase da competição. “Para a gente é possível. É difícil, mas temos que lutar. É nosso lema, lutar, e isso vamos fazer até o final, com as dificuldades que temos, mas vamos tentar”, afirmou o zagueiro Pepe durante a entrevista coletiva antes da equipe entrar no gramado para o treino.

Suspendido por um jogo pela Fifa, após a expulsão contra a Alemanha no jogo de abertura quando Portugal foi goleado por 4 a 0, o zagueiro poderá voltar à equipe contra Gana, mas sua escalação ainda é incerta. “Não sou eu que me escalo, é o ‘mister’ que decide”, disse Pepe ao lado do treinador Paulo Bento.

Questionado sobre um eventual “acordo” entre Alemanha e Estados Unidos, já que um empate classifica as duas seleções e elimina automaticamente Portugal e Gana, o zagueiro respondeu: “Acho que nós somos todos profissionais de futebol.Temos que respeitar essa magia que é o futebol. E nem sequer passa pela nossa cabeça que isso possa acontecer”.

O treinador Paulo Bento também refutou qualquer possibilidade de que alemães e americanos tenham feito qualquer tipo de compromisso. “Não acredito. No futebol não deve haver. O que deve haver haver é respeito, dignidade, trabalho”, afirmou.

“A Alemanha e os Estados Unidos têm outro jogo a fazer. E nós temos que jogar e vencer o nosso. É isso que vamos tentar”, disse. E acrescentou: “O que me habituei a fazer ao longo de 25 anos de futebol e nos 45 anos que tenho de vida, foi respeitar os outros para que os outros me respeitassem. Oxalá todos pensassem assim e o mundo e o futebol seriam muito melhor”.

Técnico descarta demissão

Sem dar indicações da equipe que pretende colocar em campo contra Gana, o treinador português apenas garantiu que estuda a melhor estratégica para enfrentar uma equipe que também vem motivada para vencer. Paulo Bento recusou-se a comentar os problemas envolvendo os jogadores ganeses que chegaram a ameaçar fazer greve e não treinaram ontem para exigir receber os prêmios previstos pela participação deles no Mundial.

“A equipe também tem o objetivo de classificar-se e essa é sua maior motivação”, acredita o treinador. “Nós devemos acreditar nas poucas possibilidades que temos e ter um pensamento: escolher a melhor estratégia para ganhar o jogo de amanhã contra uma equipe que é tecnicamente evoluída”, disse Paulo Bento. Ele ainda elogiou a condição física e a agressividade “extremamente elevadas” de Gana e considera a equipe perigosa principalmente nos contra-ataques.

 

 
O treinador de Portugal, Paulo Bento.

Foto: Reuters

Apesar da tarefa “complicada” como ele mesmo definiu, Paulo Bento chegou a bater boca e se irritou com jornalistas portugueses que questionaram seu futuro à frente da seleção.”A confiança que tenho da pessoas, do staff da Federação e de seu presidente não é de agora, vem de muito tempo”, explicou.

Ele lembrou ter feito em abril um acordo com a federação portuguesa de futebol para um trabalho de longo prazo, com vistas também à Eurocopa de 2016, a ser disputada na França. “Aconteça o que acontecer no jogo de amanhã, eu não me demito do cargo de treinador da seleção nacional”, garantiu.

Paulo Bento também chamou para si a responsabilidade pelo desempenho de Portugal na Copa. “O único responsável sobre o que está a passar na seleção nacional e os resultados, sou eu”, afirmou.

Pepe está preparado para fim de carreia

O zagueiro Pepe, brasileiro naturalizado português, evitou falar de seu futuro com a seleção de Portugal após a Copa do Mundo. Aos 31 anos, ele foi questionado se estaria disputando seu último Mundial. “Sobre a minha decisão de deixar a seleção, não vou mandar cartas como alguns já o fizeram. Quando o presidente decidir que não tenho mais condições de dar um contributo para a seleção, quando isso acontecer, vou estar preparado para deixar a seleção e a carreira”, avisou.

Nascido em Alagoas, Pepe se esquivou da pergunta se vai torcer pelo Brasil caso a seleção portuguesa for eliminada. E voltou a falar de seu orgulho em defender sua segunda pátria.

“Tem um grupo que me apoia, muitos portugueses me apoiam e isso me faz ter força para superar as dificuldades que encontro no meu caminho. Vou tentar jogar com meu coração para ajudar o meu país. Eu me sinto um português, é bem claro na minha cabeça”, insistiu. “Para mim cada jogo com a seleção portuguesa é especial. Foi isso que me fez chegar à seleção. Vou ser grato pelo resto da vida. Sinto-me feliz por estar em Portugal, devo muito a esse país”, resumiu.

Copa no Brasil aumenta popularidade do futebol nos EUA

Torcedores amercianos em Los Angeles, California, durante jogo contra o Portugal em 22 de junho de 2014.

Torcedores amercianos em Los Angeles, California, durante jogo contra o Portugal em 22 de junho de 2014|REUTERS/Lucy Nicholson|RFI

As transmissões dos jogos da Copa do Mundo 2014 vêm batendo recordes de audiência nos Estados Unidos. Segundo dados de cadeias de TV que transmitem o evento, quase 26 milhões de telespectadores sintonizaram a partida da equipe americana contra os portugueses. E ao vivo, no Brasil, os americanos são a maior torcida estrangeira, com quase 200 mil ingressos comprados. 
 

A cifra supera os números registrados em finais de campeonatos de esportes mais populares no país, como basquete ou beisebol. Uma audiência maior ainda é esperada para a quinta-feira (26), quando Estados Unidos enfrentam a Alemanha, partida que define uma vaga para as oitavas de final.

O canal aberto ESPN contabilizou 18,2 milhões de espectadores no último domingo, quando os Estados Unidos empataram com Portugal em 2 a 2. O canal Univisión, em espanhol, registrou 6,5 milhões. Já o canal a cabo ESPN3 teve audiência de 3 milhões de pessoas.

Em comunicado, a ESPN declarou que o jogo EUA-Portugal foi o jogo de futebol mais visto no país até o momento, superando o recorde anterior de quase 18 milhões de torcedores da final do Mundial feminino de 1999, entre Estados Unidos e China, pela cadeia ABC.

A popularidade do futebol vem aumentando desde a Copa de 1994 no país, que levou à criação de uma liga profissional do esporte. “Os torcedores sabem quem são os jogadores, estão por dentro do que se passa, se emocionam e torcem”, diz o meia Michael Bradley, um dos principais jogadores da equipe dirigida pelo alemão Jurgen Klinsmann.

Imprensa europeia questiona se Neymar consegue levar sozinho o Brasil ao hexa

Performance de Neymar é destaque na imprensa europeia.

Performance de Neymar é destaque na imprensa europeia.

REUTERS|Ueslei Marcelino/ the gardien/ abola/ el pais|Adriana Moysés

A imprensa europeia se pergunta se Neymar, sozinho, conseguirá conquistar o hexa para o Brasil. Segundo o jornal esportivo francês L’Équipe, “o primeiro do grupo A não é o Brasil: é Neymar”. “Mais uma vez o craque da seleção brasileira mostrou que é capaz de levar sozinho a equipe. O Brasil pode saborear a vitória, foi merecida”, afirma L’Équipe.

O diário espanhol AS concorda que Neymar foi o rei da partida. “O Brasil segue apresentando carências em relação a jogadores fundamentais, mas a capacidade de liderança de Neymar é tão impressionante que as falhas dos outros perdem a importância”, observa o jornal. El País diz que a única certeza do Brasil é que Neymar está disposto e preparado para liderar o caminho para o título, com um futebol criativo.

O britânico The Guardian fala que mais uma vez Neymar mostrou que os 200 milhões de brasileiros podem contar com ele. E prevê um jogo fascinante, sábado, contra o Chile. “A questão parece não ser tanto se o Brasil pode ganhar a Copa do Mundo, mas se Neymar pode ganhar sozinho para eles”, questiona o diário britânico. Para o próximo jogo, ainda há trabalho a cumprir, principalmente porque o Chile poderá se espelhar em Camarões, que segurou a seleção brasileira durante os primeiros 45 minutos, quando as limitações defensivas de Daniel Alves foram novamente expostas, destaca The Guardian.

Faltam outras cartas na manga

O italiano Gazzetta dello Sport afirma que a classificação do Brasil em primeiro lugar no grupo A estava prevista. Neymar foi maravilhoso contra Camarões, mas a impressão é que, além dele, o Brasil não tem outras cartas na manga, escreve o diário italiano. A defesa brasileira é porosa. “David Luiz alterna momentos geniais com outros em que dorme em campo. Daniel Alves está muito abaixo da média. Mas Felipão pode ter encontrado uma solução trocando Paulinho, considerado medíocre, por Fernandinho.”

O português A Bola destaca a modéstia de Neymar, que depois de marcar o quarto gol na Copa disse que não era melhor que seus companheiros. E anota a frase de Felipão: “temos de melhorar um pouco mais se quisermos passar o Chile, que é uma seleção muito boa”. 
 

 
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Imprensa europeia questiona se Neymar consegue levar sozinho o Brasil ao hexa

Performance de Neymar é destaque na imprensa europeia.

Performance de Neymar é destaque na imprensa europeia.

REUTERS/Ueslei Marcelino/ the gardien/ abola/ el pais
Adriana Moysés

A imprensa europeia se pergunta se Neymar, sozinho, conseguirá conquistar o hexa para o Brasil. Segundo o jornal esportivo francês L’Équipe, “o primeiro do grupo A não é o Brasil: é Neymar”. “Mais uma vez o craque da seleção brasileira mostrou que é capaz de levar sozinho a equipe. O Brasil pode saborear a vitória, foi merecida”, afirma L’Équipe.

 

O diário espanhol AS concorda que Neymar foi o rei da partida. “O Brasil segue apresentando carências em relação a jogadores fundamentais, mas a capacidade de liderança de Neymar é tão impressionante que as falhas dos outros perdem a importância”, observa o jornal. El País diz que a única certeza do Brasil é que Neymar está disposto e preparado para liderar o caminho para o título, com um futebol criativo.

O britânico The Guardian fala que mais uma vez Neymar mostrou que os 200 milhões de brasileiros podem contar com ele. E prevê um jogo fascinante, sábado, contra o Chile. “A questão parece não ser tanto se o Brasil pode ganhar a Copa do Mundo, mas se Neymar pode ganhar sozinho para eles”, questiona o diário britânico. Para o próximo jogo, ainda há trabalho a cumprir, principalmente porque o Chile poderá se espelhar em Camarões, que segurou a seleção brasileira durante os primeiros 45 minutos, quando as limitações defensivas de Daniel Alves foram novamente expostas, destaca The Guardian.

Faltam outras cartas na manga

O italiano Gazzetta dello Sport afirma que a classificação do Brasil em primeiro lugar no grupo A estava prevista. Neymar foi maravilhoso contra Camarões, mas a impressão é que, além dele, o Brasil não tem outras cartas na manga, escreve o diário italiano. A defesa brasileira é porosa. “David Luiz alterna momentos geniais com outros em que dorme em campo. Daniel Alves está muito abaixo da média. Mas Felipão pode ter encontrado uma solução trocando Paulinho, considerado medíocre, por Fernandinho.”

O português A Bola destaca a modéstia de Neymar, que depois de marcar o quarto gol na Copa disse que não era melhor que seus companheiros. E anota a frase de Felipão: “temos de melhorar um pouco mais se quisermos passar o Chile, que é uma seleção muito boa”. 

Hulk volta à ser titular em treino coletivo para enfrentar Camarões

Hulk (à esquerda) e Bernard treinaram hoje na Granja Comary.

Hulk (à esquerda) e Bernard treinaram hoje na Granja Comary.

REUTERS/Paulo Whitaker

A seleção brasileira realizou neste sábado (21) seu último treino da semana na Granja Comary antes de embarcar para Brasília, onde enfrenta na segunda-feira a equipe de Camarões. Felipão comandou um coletivo e, aparentemente, terminou com um mistério. Deu a camisa de titular para o atacante Hulk.

Elcio Ramalho, enviado especial à Copa do Mundo

Depois de ter ficado no banco de reservas contra o México, o camisa 7 da seleção deve voltar a ser titular contra a seleção africana. O treinador Scolari chegou a brincar na hora de distribuir as camisetas para o coletivo ao passar direto por Hulk sinalizando que iria escolher outro jogador, mas depois deu meia-volta e a entregou ao atacante.

Hulk parece ter reconquistado a posição, depois de uma tentativa não muito bem-sucedida de colocar Ramires no ataque. Durante o treino, Felipão deu bastante ênfase nas jogadas de ligação entre meio de campo e ataque. Neymar e Paulinho marcaram gols.

Na segunda parte do treino, Felipão trocou três jogadores que estão com cartão amarelo: Thiago Silva, Luiz Gustavo e Neymar foram substituídos por Dante, Fernandinho e Wiliam, em uma clara demonstração de que quer ter opções caso um dos titulares receba um segundo cartão amarelo e tenha que cumprir suspensão automática.

Contra Camarões a seleção vai atingir a marca de 100 partidas em Copas do Mundo. A seleção deve embarcar às 20h30 do Rio de Janeiro em direção à Brasília, onde deve chegar por volta das 22h30. Neste domingo, o treino de reconhecimento do gramado será no final da tarde, às 18h30, seguido de uma entrevista coletiva.

Copa do Mundo é objetivo mais difícil

A comissão técnica, com o aval dos jogadores, anunciou o cancelamento da folga prevsita para terça-feira. A medida foi interpretada com uma decisão para evitar críticas de que o time estaria rendendo abaixo do esperado.

Na coletiva desta sábado na Granja Comary, o desempenho da equipe nos dois primeiros jogos foi um dos temas abordados com o lateral direito Daniel Alves. O jogador lembrou que vitórias consideradas surpreendentes, como as da Costa Rica, revelam que a competição é muito difícil e existe mais equilíbrio entre as equipes.

Espontaneamente, Daniel fez referências às comparações entre a atual seleção brasileira e a equipe que conquistou a Copa das Confederações no ano passado.

“A gente não é a seleção da Copa das Confederações e nem devemos ser porque estamos jogando um Mundial e essa competição é muito mais exigente. A gente não pode ficar esperando nem tentando ser igual à Copa das Confederações porque esse objetivo (do título do Mundial) é superior e mais difícil”, disse o jogador do Barcelona.

Portugal precisa de vitória contra EUA hoje para continuar no Mundial

O atacante português Cristiano Ronaldo treina na Arena da Amazônia.

O atacante português Cristiano Ronaldo treina na Arena da Amazônia.

REUTERS/Siphiwe Sibeko

A Bélgica pode chegar às oitavas de final da Copa do Mundo, se a equipe vencer a Rússia neste domingo (22), no Maracanã, pelo grupo H. No mesmo grupo, Coreia do Sul e Argélia se enfrentam em Porto Alegre. No grupo G, o dia é decisivo para Portugal, que precisa vencer os Estados Unidos, em Manaus, caso queira preservar as chances de passar à próxima fase.

O técnico de Portugal, Paulo Bento, ilustrou a importância da partida contra os Estados Unidos. “A situação é muito simples: ou ganhamos ou voltamos para casa, e no caso de um empate dá no mesmo”, disse Bento, durante entrevista coletiva em Manaus. O técnico acredita, porém, que a seleção portuguesa será capaz de reagir bem à pressão do resultado, mesmo estando com quatro jogadores contundidos e Bruno Alves sendo dúvida para a partida contra os americanos.

Goleado por 4 a 0 pela Alemanha, Portugal é último no grupo G com zero pontos. O treinador português também procurou minimizar a pressão sobre Cristiano Ronaldo, dizendo que o camisa 7 não é responsável por todos os problemas da equipe. “Temos um dos melhores jogadores do mundo, mas temos outros para apoiá-lo”, argumentou Bento. O técnico português descartou fazer uma mudança radical na equipe após a derrota para a Alemanha.