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EUA apoiam estratégia de presidente colombiano sobre as Farc

Joe Biden (d) reafirmou o apoio dos Estados Unidos ao presidente reeleito da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Joe Biden (d) reafirmou o apoio dos Estados Unidos ao presidente reeleito da Colômbia, Juan Manuel Santos|REUTERS/Jose Miguel Gomez
RFI

De passagem por Bogotá, Joe Biden declarou que os Estados Unidos apoiam totalmente o processo de negociações lançado pelo presidente colombiano Juan Manuel Santos com os guerrilheiros das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc). A visita do vice-presidente norte-americano ao país faz parte de um giro do representante de Washington pela América Latina, que começou esta semana no Brasil.

Durante uma entrevista coletiva ao lado do chefe de Estado colombiano, Biden confirmou seu apoio à política de pacificação de Santos. “Da mesma maneira que os Estados Unidos apoiaram durante anos os dirigentes colombianos nos campos de batalha, nós os apoiamos totalmente na mesa de negociações”, declarou o vice norte-americano. “Nada me fará mais feliz do que voltar à Colômbia para a assinatura de um acordo de paz”, completou o representante da Casa Branca.

Reeleito no domingo passado para um segundo mandato, Santos está em plena negociação com as Farc e o Exército de Liberação Nacional (ELN), as últimas guerrilhas de extrema-esquerda no país, que contam, respectivamente, com 8 mil e 2,5 mil combatentes. “Ainda há muito a ser feito, mas eu tenho confiança absoluta em sua determinação. Qualquer que seja o resultado, ele será benéfico para o povo colombiano”, afirmou Biden.

O presidente colombiano disse que o apoio dos Estados Unidos é de uma “grande importância” para o processo de paz. Santos ressaltou que os norte-americanos também vão colaborar com as políticas a serem implementadas após o final dos conflitos.

Os colombianos são os principais aliados dos Estados Unidos na América Latina. Bogotá recebeu de Washington desde o ano 2000 uma ajuda de mais de US$ 8 bilhões para lutar contra a guerrilha e o tráfico de drogas.L

Angola vai lutar ainda melhor contra as drogas

RFI_Pierre René-Worms|RFI

Terminou esta terça-feira, em Luanda, a primeira conferência nacional sobre políticas de drogas, em presença de especialistas nacionais e estrangeiros. Uma das conclusões é que o « crack » continua a ser a droga mais perigosa e viciante no seio dos toxicodependentes.

A conferência decorreu durante dois dias, na Assembleia Nacional, em Luanda, e estava subordinada ao lema “Por uma saúde familiar e institucional livremo-nos das drogas”.

Na abertura dos trabalhos, o Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, salientou que o Executivo angolano considera que a problemática da droga deve ser combatida através duma « estratégia multidisciplinar de prevenção, redução de riscos e tratamento de toxicodependentes, que permita o controlo efectivo do consumo e tráfico de drogas no País ».

O Governo angolano deseja promover debates com a sociedade civil sobre a prevenção e o combate à droga,  e desenvolver a cooperação internacional, a nível da troca e partilha de informações e experiências. Por outro lado, foi anunciada a abertura – muito em breve – do primeiro Centro de Reabilitação de Toxicodependentes, na província do Bengo, a 60 km da capital. 

O correspondente da RFI em Luanda, Avelino Miguel, tem mais pormenores 

Polícia encontra carga de droga na Gaviões

Caminhão saiu de Cotia com 1,5 tonelada de maconha e foi acompanhado até seu local de descarga, na quadra da escola de samba

Carga foi apreendida nesta madrugada / Cristiano Novais/Sigmapress/FolhapressCarga foi apreendida nesta madrugadaCristiano Novais/Sigmapress/Folhapress

Da Redação noticias@band.com.br

Cerca de uma 1,5 tonelada de maconha foi apreendida, na madrugada deste domingo, no barracão da escola de samba e torcida Gaviões da Fiel, localizado no Bom Retiro, na região central de São Paulo.

Durante uma investigação com intuito de reprimir o tráfico de entorpecentes, a DISE (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) da cidade de Cotia, cidade da Grande São Paulo, descobriu um carregamento de drogas.

Ao avistar o caminhão, a polícia seguiu o veículo até o seu destino final, no barracão da Gaviões da Fiel. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram dois homens descarregando a droga, que estava escondida em uma carga de soja. Os entorpecentes seriam distribuídos por toda a capital paulista.

A dupla foi presa em flagrante e encaminhada para a seccional de Carapicuíba, onde o caso foi registrado.

Presa mulher que transportava 57 quilos de droga em ônibus

DIÁRIO DA MANHÃ|NATÂNIA CARVALHO

Foto: Bill Guerra

Foto: Bill Guerra

Uma equipe do Batalhão Rodoviário apreendeu 57 quilos de maconha em um ônibus que trafegava pela GO-080, ontem por volta das 23h. 

Informados pelo Comando de Operações da Polícia Militar (Copom) da Polícia Rodoviária que a droga estava sendo transportada em um dos veículos da Expresso Satélite Norte, os oficiais pararam três ônibus da mesma empresa até encontrar a carga.

A abordagem foi realizada no Km 89, perto de Jaraguá. Os policiais pediram que os passageiros descessem em pares e pegassem suas bagagens para vistoria. Na operação, Josiléia Santos Cardoso,  natural de Cururupu (MA) foi pega transportando 57 quilos de maconha. 

Ela recebeu a droga na Rodoviária de Goiânia, não sabendo informar quem a entregou, e iria entregá-la em São Luiz (MA). A suspeita já foi encaminhada para a Polícia Federal, em Goiânia.

Caminhoneiros ficam até quatro dias sem dormir

Além de drogas, motoristas também podem “comprar sexo” nos pontos de parada

Histórias de verdadeiras loucuras feitas por caminhoneiros usando rebite ao volante são abundantes. É o caso de um desses profissionais que, em 24 de abril, estava em um posto de combustível, em Carazinho. Ele deu uma parada, segundo disse, para “descansar” e partiria no dia seguinte para São Paulo, com uma carga de hortifrutigranjeiros. 

Com 1,80 m de altura, comunicativo, Antônio (o nome é fictício), 20 anos, após estacionar no meio de outros “brutos” – apelido dos caminhões -, desceu da cabine e foi conversando com quem estava por perto. Oriundo de uma cidade próxima de Três Passos, com sotaque típico dos descendentes de italianos, quando soube que dois dos presentes eram repórteres do Correio do Povo e da TV Record RS, comentou sobre o caso Bernardo, perguntando se havia novidade.

Durante a conversa, não se negou a falar sobre o uso do rebite. Disse que usou a anfetamina por algum tempo e garante ter parado com a droga, apesar de ainda manter uma cartela, ainda com três comprimidos, na boleia do seu caminhão. “Muitos usam drogas devido à necessidade de cumprir o horário das entregas”, justifica. Solteiro e morando com os pais, no ano passado ele começou a atuar no transporte interestadual. Em uma das viagens, teve contato com o rebite.

Estava cansado, mas precisava chegar no horário a São Paulo. Um colega lhe ofereceu um comprimido. “Se nos atrasamos, muitas vezes perdemos a vez de descarregar”, conta Antônio. “Temos que ir para o fim da fila e perdemos a carga, que é perecível, e dinheiro”, justifica. Em junho de 2012, em uma viagem para Pernambuco, saindo de Porto Alegre, não teve dúvidas: usou a anfetamina para “render mais”. Diluiu quatro comprimidos em uma garrafa de água mineral, sem gás. Resultado: ficou 96 horas com os olhos abertos, sem saber ao certo se estava dormindo ou acordado.

Por sorte não se envolveu em nenhum acidente. Quando chegou ao destino, estava confuso em relação ao horário. “Olhava no relógio e ele marcava 11h”, lembra. “Pensava que ainda era noite. Achava que era impossível ser aquele horário e ter sol”, relata. A sensação causada, de acordo com ele, é de confiança, dando a impressão de que o sono não chega. Em certos momentos, mesmo estando com os olhos abertos, admite que não tinha noção do que ocorria na rodovia. O corpo fervia e o coração batia descompassado. “Você não pensa em nada quando toma o rebite”, afirma. “Fiquei com os olhos abertos, agarrado na direção, cerrando os dentes. Me transformei num zumbi”.

Drogas e sexo presentes nos pontos de parada

Não são apenas drogas que os caminhoneiros podem comprar nos postos de combustível, quando param. O sexo também é oferecido. Em Carazinho, em um posto de combustível da entrada da cidade, garotas, em uma versão gaúcha de call girl, oferecem o “serviço” aos motoristas por R$ 50. Uma delas, Jeniffer, disse ter 18 anos, apesar de aparentar bem menos. Ela e uma amiga visitam o local todas as noites, como ocorreu na noite de 24 de abril. Normalmente quando chegam já agendaram algum programa. Em outras ocasiões, recebem uma oferta.

Jeniffer não larga o telefone celular, pois é através do aparelho que os caminhoneiros solicitam o serviço. “Como repetem muito a mesma rota, já me conhecem”, diz. “Eles têm o meu número e quando estão chegando na cidade, me ligam”, completa. Elas normalmente permanecem por 2 horas (das 20h às 22h) fazendo trottoir por entre os caminhões e as carretas.

Ela afirma que não há saídas para motéis. O programa é feito na boleia do caminhão. Algumas vezes, salienta ela, o caminhoneiro não procura exatamente sexo. Quer desabafar, falar da vida e da família. “Eles falam das dificuldades com a família deles e nós das nossas”, revela. “Somos quase como psicólogas”, compara a garota, cujos pais sequer imaginam onde ela “trabalha”. O dinheiro compensa. Por semana, fatura quase R$ 1 mil. Bem mais, de acordo com ela, do que é pago nas empresas da cidade. “O problema é meus pais não saberem de nada. Digo que vou na casa de uma amiga para conversar”, revela.

Fonte: Correio do Povo/Paulo Roberto Tavares  

Suíça rumo à regulação do mercado da maconha

DROGAS

Uma das salas na Conferência, em Viena.

Uma das salas na Conferência, em Viena. (Heloísa Broggiato)

Por Heloísa Broggiato, swissinfo.ch 
Viena
29. Abril 2014

Novas abordagens sobre o consumo de maconha em outros países têm chamado a atenção dos Suíços. Portugal é um exemplo bem-sucedido de política de drogas. Cada vez que um português é pego consumindo maconha e porte uma quantidade inferior a 15 gramas, é convidado a se apresentar à Comissão de Dissuasão de Tóxico Dependentes em até 72 horas. A droga é apreendida e pesada. O cidadão é então avaliado por um jurista, um psicólogo e um assistente social e o órgão coletivo avalia as próximas etapas.

Há 20 anos a Suíça protagonizou a criação de um modelo eficaz de atendimento aos consumidores de heroína, que até hoje é uma referência para o mundo. Depois de passar por um período de maior tolerância ao consumo de maconha, desde de 2004 a Suíça se caracteriza por ser relativamente repressiva no que se refere à droga. Em 2013 o país avançou na descriminalização do consumo da maconha. Plantar e comercializar é proibido, mas qualquer pessoa com mais de 18 anos apanhada com até dez gramas de cânhamo receberá uma multa de cem francos, e não terá o nome colocado na ficha de antecedentes criminais.

Repressão

Os especialistas afirmam que apesar das medidas repressivas as infrações cometidas por consumidores aumentaram nos últimos anos. Para Jean Felix-Savary, secretário geral do Groupement Romand d’Études d’Addiction (GREA), é importante que as políticas públicas estejam centradas nos consumidores de droga. E na Suíça a maconha representa uma fatia importante do mercado. “Sempre se fala de consumo de cocaína mas os mesmos traficantes de cocaína são também os de maconha”, explica.
 
Para lidar com o problema, ainda não existe um modelo ideal mas Savary acredita que os caminhos que poderiam nortear os próximos passos da política pública teriam de  diminuir a acessibilidade às drogas, promover maior controle dos produtos consumidos e facilitar o acesso dos consumidores ao serviços sociais e perseguir o tráfico. “Todos sabem que consumir a droga é ruim, mas é preciso ajudar o consumidor”, explica Savary. “A ideia de que a repressão resolve o problema é falsa”, completa. Uma prova disso é o que ocorre em países onde as drogas são reprimidas ainda com mais vigor como no Irã ou na Rússia. ”Quanto mais repressão, mais aumenta o consumo de droga”, acrescenta ao explicar que o consumo ocorre independente das medidas repressivas. Na Suíça a tendência se confirma. “Em 2013 o número de prisões por crimes relacionados à droga aumentou em relação ao ano anterior”, afirma.

Prevenção

Enquanto a sociedade suíça decide sobre os rumos da política sobre drogas Savary acredita que o caminho mais adequado é o da prevenção do consumo e regulação do mercado de drogas, além de um trabalho conjunto entre a polícia, os assistentes sociais e os governos das cidades. “Para garantir a tranquilidade pública, cuidar das pessoas e regular a questão do mercado da droga”.
 
Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça e membro da Comissão Global de Política de drogas (Global Comission on Drug Policy) reafirma a linha de raciocínio de Savary no que se refere ao trabalho conjunto. “A colaboração é importante em todos os níveis da política e também ao nível internacional”, acrescenta Dreifuss. “Dessa forma é possível evitar que um grupo atrapalhe o trabalho de outro grupo”, completa. A ideia é aliviar a carga de trabalho judicial e economizar esforços para que a polícia não perca tempo com infrações leves e possa investir mais tempo e recursos em questões mais graves envolvendo o combate à ações mais complexas dos traficantes.

Jean Felix-Savary, , secretário geral do Groupement Romand d’Études d’Addiction (GREA)

Jean Felix-Savary, , secretário geral do Groupement Romand d’Études d’Addiction (GREA)
(Keystone)

 

Comissão portuguesa

Novas abordagens sobre o consumo de maconha em outros países têm chamado a atenção dos Suíços. Portugal é um exemplo bem-sucedido de política de drogas. Cada vez que um português é pego consumindo maconha e porte uma quantidade inferior a 15 gramas, é convidado a se apresentar à Comissão de Dissuasão de Tóxico Dependentes em até 72 horas. A droga é apreendida e pesada. O cidadão é então avaliado por um jurista, um psicólogo e um assistente social e o órgão coletivo avalia as próximas etapas.
 
“Se for um caso de dependência, a pessoa é encaminhada para o tratamento”, explica João Goulão, director geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). “ Também são adotadas penas alternativas, mas no primeiro contato não há penalidade, normalmente não há sanção e o processo não é criminal”, explica Goulão. Durante seis meses o cidadão fica em observação e se ocorrer reincidência pode haver pagamento de uma multa.
 
Com isso, as autoridades portuguesas procuram tentar identificar em indivíduos não dependentes dos fatores de risco que eventualmente levariam a um caso de dependência. “É preciso buscar a resposta adequada a cada caso já que a prisão relacionada ao uso de substâncias entorpecentes pode ter um impacto na vida do individuo, que pode acabar levando-o à marginalização, pela exclusão”, explica Goulão. Ele lembra que a crise econômica na Europa não teve efeito dramático sob os recursos para o tratamento da tóxico dependência.” Ficou mais difícil obter transporte  e por isso alguns pacientes acabam perdendo a adesão ao tratamento.
 
A política de Portugal baseada na descriminalização com penalização administrativa nem sempre foi bem aceita. “O governo não queria aceitar”, conta Goulão. Hoje, 12 anos depois, a reflexão se encontra em outro patamar. “Nosso desafio agora é entrar na discussão de um novo paradigma. O da regulação”, completa.  

Uruguaios

Não só Portugal busca o caminho da regulação. A ousada política de drogas desenvolvida recentemente no Uruguai utiliza o monopólio do Estado para visualizar o panorama sobre o consumo de maconha no país. Enquanto o Estado uruguaio permite o consumo e a distribuição da droga no país, as autoridades acreditam poder identificar peculiaridades da maconha, quem são seus consumidores e os próximos passos a serem dados.
 
 Apesar de ousado, o caminho seguido pelos uruguaios não causou estranheza nos corredores da ONU, em Viena. Segundo Julio Calzada, secretário geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai. “Podemos dizer que não houve nenhuma resolução condenatória à nossa política de drogas”, completa. “Também não houve nenhuma declaração de apoio, mas o fato de não haver condenações é da maior relevância”, afirma Calzada. Para ele, a política uruguaia está alinhada ao espírito das Convenções já que voltada para a saúde, levando em conta os fatores sociais, culturais e econômicos próprios da idiossincrasia uruguaia.

De olho

 A Suíça tem se mostrado um espectador atento às discussões sobre drogas ilícitas em outros países e vê com bons olhos abordagens e intervenções baseadas em evidência científica que levem em consideração os direitos humanos e aspectos sociais, culturais e econômicos, segundo as informações do Ministério da Saúde suíço.

Preparação

A partir de agora, os Estados-Membros da ONU se preparam para a próxima rodada de discussões em Viena, durante a UNGASS – Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2016. Essa será a ocasião para avaliar e debater questões globais como saúde, gênero e prioridades para o controle de drogas. Na última edição da UNGASS, em 2009 a ideia central era buscar a eliminação total das drogas no mundo. Hoje, tudo indica que os líderes políticos e a sociedade civil compreenderam que essa é uma abordagem perigosa

Dupla é flagrada com drogas, tenta subornar PMs e acaba presa

A Tribuna|Egle Cisterna

Dois homens foram presos em flagrante pela Polícia Militar na manhã deste sábado, em Praia Grande, por suspeita de tráfico de drogas. A dupla chamou a atenção da equipe, que fazia ronda, por estar em atitude suspeita numa esquina da Rua 14, no Jardim Real.

Com um deles foram encontrados 16 pinos de cocaína, 22 porções de maconha, 19 pedras de crack e R$ 80,00.  O homem que estava com as drogas ainda tentou negociar com os policias militares para tentar ficar livre do flagrante. Ele ofereceu dinheiro à equipe, além de informações que incriminavam o outro suspeito.

Ele contou que na casa do comparsa havia mais drogas. A polícia foi até o local indicado, no mesmo bairro, e apreendeu 112 porções de maconha, 112 pedras de crack e 152 pinos de cocaína, além de R$ 300.

A tentativa de suborno não foi bem sucedida. Os suspeitos foram encaminhados à Delegacia de Praia Grande, onde foram autuados por tráfico de drogas e corrupção ativa.

COMBATE À DROGA Bloco de Esquerda quer reativar salas de injeção assistida

por LusaHoje

O Bloco de Esquerda quer aprovar até junho uma resolução para reativar as salas de injeção assistida, considerando tratar-se de um mecanismo de redução de riscos essencial para travar “o aumento” do consumo de drogas duras.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo, que se manifestou alarmado com indicadores relativos a “uma subida do número” de indivíduos toxicodependentes, sobretudo casos de refluxo em relação à heroína, e com uma alegada crescente fragilização dos centros públicos de prevenção e combate ao consumo de drogas.

“A razão do projeto de resolução reside no facto de o Bloco de Esquerda reconhecer que o país se encontra num momento especialmente sensível do combate às toxicodependências. Há uma degradação das situações sociais, consequência da crise que o país atravessa há alguns anos e que constitui um caldo de cultura para a intensificação dos problemas do uso e abuso de drogas. Há indicadores de que os serviços de toxicodependência estão a ser mais procurados do que antes”, apontou João Semedo.

O médico e dirigente do Bloco de Esquerda referiu que, neste aumento, não se trata tanto de novos consumidores, mas, sobretudo, de “recaídas de heroinómanos”.

“A segunda razão tem a ver com o facto de o Governo ter escolhido este período para mudar significativamente o sistema de resposta de tratamento e combate à toxicodependência, fechando e desarticulando o Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT). As unidades que resultaram desta desarticulação foram colocadas sob a responsabilidade das administrações regionais de saúde – uma mudança que criou uma instabilidade nos serviços, diminuindo a capacidade de resposta”, disse, numa crítica ao executivo PSD/CDS.

Questionado sobre a eficácia das salas de injeção assistida para o combate à droga, João Semedo alegou que um dos principais problemas da toxicodependência está relacionado com o conjunto de infeções associadas, sobretudo em consequência dos consumos injetáveis.

“Devem existir salas de consumo assistido para permitir que os consumidores estejam em ambiente protegido, num ambiente que os aproxima dos mecanismos de tratamento. Nestas salas, a forma de injetar é garantidamente feita em condições de higiene, não havendo contágio de seringas infetadas”, sustentou o coordenador do Bloco de Esquerda.

Interrogado se esse problema não se poderá resolver através do programa de troca de seringas, João Semedo disse que também aí se verificam insuficiências.

“Este Governo também interrompeu esse programa, depois de se terem trocado milhões de seringas nas farmácias. Agora o Governo está a emendar a mão e já está em discussão com a Associação Nacional de Farmácias para que exista um novo protocolo”, declarou, já após ter criticado a anterior decisão do executivo de concentrar as trocas de seringas nos centros de saúde.

Para João Semedo, em relação ao fenómeno da toxicodependência, “a regra tem de ser prevenir, porque até sai mais barato, sobretudo em termos de custo humano”.

“Atualmente, ao nível das drogas, verifica-se que há muito policonsumo, com drogas químicas que substituíram hábitos antigos em torno da heroína e da cocaína. Mas, ultimamente, também se verifica uma maior procura dos centros de tratamento por parte de heroinómanos que recaem no consumo de heroína”, acrescentou o deputado do Bloco de Esquerda.

noticias gerais e, especificamente, do bairro do Brás, principalmente do comércio