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39° Aniversário da Independência de Moçambique em clima de instabilidade

Reuters|RFI

O Presidente Armando Guebuza na sua habitual mensagem à nação, apelou à paz e ao diálogo, no momento em que Moçambique atravessa a pior ameaça de guerra desde o Acordo Geral de Paz de 1992.

No seu discurso, o último do seu segundo e derradeiro mandato presidencial, Armando Guebueza referiu “muitos sucessos em 39 anos de independência“, realçou a “unidade nacional e os fundamentos de uma paz assente no diálogo“, pediu aos moçambicano que “não percam a esperança” e reiterou que escolheu “o diálogo, para permitir que as pessoas tenham consciência das suas responsabilidades“.

Na mesma ocasião o comandante da Polsilia da República de Moçambique, Jorge Kalao, afirmou que a Renamo “é a principal fonte de armas para acções criminosas no país” e que “depois do Acordo Geral de Paz, ainda há muitas armas aí, a Renamo escondeu muitas armas…e os bandidos da Renamo, os guardas aque não têm salários, andam a vender armas”

Recorde-se que o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992 entre o Governo e a Renamo, prevê que Afonso Dhlakama possa manter homens armados, para garantir a sua segurança, Jorge Kalao.

Para assinalar o 25 de Junho de 1975 e simultaneamente lançar a sua pré-campanha com vista às eleições gerais de 15 de Outubro, o Movimento Democrático de Moçambique – MDM – terceira força poltica moçambicana, organizou um comício em Maputo, depois da “Marcha do Galo” realizada esta manhã nas ruas da capital moçambicana.

 

 
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
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25/06/2014

A instabilidade continua no país e a resolução final do Conselho Nacional da Renamo, reunido até ontem (24/06) na cidade da Beira, considera que devido ao conflito politico-militar, que dura há mais de um ano, o partido tem legitimidade para dividir o país a partir do rio Save, que atravessa a província de Sofala, no centro de Moçambique, “ficando e por imperativo de paz…a Frelimo a sul e a Renamo no centro e norte do país” afirmou Maria Inês, membro do conselho Nacional da Renamo, propósitos reiterados pelo secretário-geral do partido da perdiz Manuel Bissopo.

PP de Maluf quer indicar vice de Padilha

18/06/2014 

São Paulo, 18 – Depois de selar a aliança com Alexandre Padilha, do PT, na disputa pelo governo de São Paulo sem fazer exigências, o PP de Paulo Maluf agora entra na briga para indicar o vice na chapa. Encorajados pelo fracasso na negociação do PT com o usineiro Maurílio Biagi Filho, que se filiou ao PR, mas desistiu de ser o vice de Padilha, malufistas trabalham intensamente para ocupar o espaço.

O deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual do PP, disse nesta quarta-feira que o partido tem bons nomes para o posto. “A indicação não fez parte da aliança, portanto ele (Padilha) está livre para a escolha, mas nós temos nomes da melhor qualidade.” Maluf não citou os pretendentes, mas disse que o partido tem filiados que preenchem os requisitos do vice idealizado pelo candidato petista, como o bom trânsito junto ao empresariado e ligações com o agronegócio. “Não impusemos essa condição, mas seria gratificante para o PP contribuir com o vice”, afirmou.

Sem confirmar ou negar o assédio malufista, o PT informou que seguem as negociações com o PR e com outros partidos. De acordo com a assessoria do presidente estadual, Emídio de Souza, dificilmente a escolha do vice de Padilha ocorrerá antes de ficar definido se o PT terá ou não o apoio do PR nas eleições majoritárias. Essa definição deve ocorrer apenas no dia 26. Caso prevaleça a aliança, outro nome citado no PR para vice é o do médico oftalmologista Cláudio Lottemberg.

Conforme a assessoria do PT, as conversas incluem o PSD de Gilberto Kassab. O ex-prefeito de São Paulo ainda não definiu se vai se candidatar ao governo estadual ou estará disponível para alianças. O vice de Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição, também não está definido. Outros partidos já completaram a chapa: Paulo Skaf, candidato a governador pelo PMDB, terá como vice o criminalista José Roberto Batocchio. Nesta quarta-feira, o PV fechou com a médica Maria Lúcia Aidar, vereadora de Itapetininga, como vice de Gilberto Natalini, candidato do partido ao governo.

Marine Le Pen vai a Bruxelas em busca de aliados

Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, partido da extrema-direita francesa,desembarcou em Bruxelas para articular seu grupo no Parlamento Europeu.

Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, partido da extrema-direita francesa,desembarcou em Bruxelas para articular seu grupo no Parlamento Europeu|REUTERS/Philippe Wojazer

Marine Le Pen, presidente do partido francês de extrema-direita Frente Nacional (FN), está em Bruxelas nesta quarta-feira (28) para encontrar aliados. Entre eles, eurocético britânico Nigel Farage, que também luta para formar um grupo sólido no seio do Parlamento Europeu.

As regras do Parlamento instituem que para se constituir um grupo político são necessários, no mínimo, 25 deputados de sete países.

Articulações

Com 24 deputados eleitos na votação do último domingo (25), o FN preenche um dos critérios praticamente sozinho. O desafio agora é conquistar aliados de outras seis nacionalidades. O partido neonazista grego Aurora Dourada demonstrou interesse em uma aliança com o FN, mas Marine Le Pen descartou, assim como o Jobbik húngaro e o NPD (neonazista) alemão.

O Ukip britânico e o partido antieuro alemão AFD excluíram qualquer aliança com a família Le Pen. O líder do Ukip, Nigel Farage, disse não gostar do “antissemitismo inscrito no DNA da Frente Nacional”.

Para o FN, restam aliados históricos como o partido belga Vlaams Belang, o holandês PVV, o austríaco FPO e a Liga Norte italiana. Marine Le Pen também contatou os Democratas Suecos.

Líderes europeus se reúnem em Bruxelas para estudar resposta à onda populista

O chefe do governo italiano, Matteo Renzi, saiu reforçado das eleições europeias.

O chefe do governo italiano, Matteo Renzi, saiu reforçado das eleições europeias|REUTERS|Tony Gentile

Os chefes de Estado e de governo da União Europeia fazem uma reunião de urgência nesta terça-feira (27) em Bruxelas para discutir como reagir ao voto de protesto do último domingo. Chamados a renovar o Parlamento Europeu, eleitores dos 28 países do bloco exprimiram seu descontentamento votando em partidos extremistas e contrários às instituições europeias.

O chefe do governo italiano, Matteo Renzi, fortalecido pelo sucesso de seu partido de centro-esquerda nas eleições, pede uma resposta rápida das autoridades europeias. A ideia é nomear o quanto antes os novos dirigentes das instituições do bloco (presidentes do Parlamento e Da Comissão, além de comissários de área), a fim de estabelecer um programa de ações para estimular o crescimento, a criação de empregos e a gestão dos fluxos migratórios no bloco.

Não será fácil convencer a chanceler alemã, Angela Merkel, a abandonar a austeridade econômica que ela defendeu até agora. Ciente disso, Renzi vai buscar o apoio do presidente francês, François Hollande, para emplacar suas ideias. O problema é que o socialista chega enfraquecido a Bruxelas, depois da vitória histórica, na França, do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN).

O sucesso do movimento comandado por Marine Le Pen deixou os dois principais partidos do país em crise. Tanto que os líderes da UMP, o partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, de direita, e do Partido Socialista, atualmente no poder, reavaliam suas estratégias políticas.

Le Pen vai a Bruxelas encontrar aliados

Marine Le Pen anunciou que vai a Bruxelas nesta quarta-feira (28) encontrar possíveis aliados. Ela negocia alianças para formar um grupo parlamentar de extrema-direita e impedir avanços na construção de uma federação europeia. Pelas regras da Casa, para constituir um grupo político são necessários no mínimo 25 deputados de sete países.

Com 24 deputados eleitos, o FN preenche um dos critérios praticamente sozinho. O desafio é conquistar aliados de outras seis nacionalidades. O partido neonazista grego Aurora Dourada demonstrou interesse em uma aliança com o FN, mas Marine Le Pen descartou, assim como o Jobbik húngaro e o NPD (neonazista) alemão.

O Ukip britânico e o partido antieuro alemão AFD excluíram qualquer aliança com a família Le Pen. O líder do Ukip, Nigel Farage, disse não gostar do “antissemitismo inscrito no DNA da Frente Nacional”. 

Para o FN, restam aliados históricos como o partido belga Vlaams Belang, o holandês PVV, o austríaco FPO e a Liga Norte italiana. Marine Le Pen também contatou os Democratas Suecos. 

Neonazistas alemães do NPD conquistam vaga no Europarlamento

Partido entrará pela primeira vez na história na Eurocâmara

O partido neonazista alemão NPD entrará pela primeira vez na história na Eurocâmara, segundo os resultados definitivos das eleições europeias na Alemanha publicados nesta segunda-feira e que confirmam a vitória dos conservadores de Angela Merkel.

Com 300 mil  votos e um resultado de 1%, o NPD conquistou um dos 96 assentos pertencentes à Alemanha na nova assembleia, contra 99 da legislatura anterior. O partido de extrema-direita se beneficia do sistema eleitoral alemão para a votação europeia, que passou ao proporcional integral e que, portanto, não prevê um número mínimo para conquistar uma cadeira. Esta reforma também permitiu que outros pequenos partidos, como o conjunto de associações Freie Wahler, afiliado aos Liberais europeus, o Partido para a Proteção dos Animais, o Partido da Família, o Partido Pirata ou o satírico Die PARTEI (O Partido) conquistassem um assento cada um. Este partido, fundado pelo humorista Martin Sonneborn, recebeu uma vaga com apenas 184.525 votos, 0,6% do total.

O partido conservador da chanceler Angela Merkel CDU/CSU ganhou as eleições com 35,3% dos votos (34 assentos), à frente de seu sócio de coalizão, o social-democrata SPD (27,3%, 27 cadeiras).

Fonte: AFP

 

Pesquisa parece melhor do que é para Dilma

Estadão|José Roberto Toledo|Análise

Após uma série de más notícias, a pesquisa Ibope é um alívio para Dilma Rousseff (PT). Mostra que a tática do medo ajudou a presidente a encontrar um piso eleitoral – patamar abaixo do qual é difícil cair – em torno de 40%. É o dobro da intenção de voto do adversário mais próximo. Parece confortável, mas não é.

O problema de Dilma é que seu teto eleitoral está baixo. Na simulação de segundo turno contra Aécio Neves (PSDB), a presidente aparece com 43%, apenas três pontos a mais do que sua intenção de voto no primeiro turno. Contra Eduardo Campos (PSB), a taxa de Dilma é ainda menor: 42%.

Se, por um lado, a presidente parou de cair, por outro, ela terá mais dificuldade para subir além do que já conseguiu recuperar desde abril. A raiz do problema é a avaliação do governo. A taxa de quem acha sua administração ruim ou péssima continuou crescendo em maio e chegou a inéditos 33%. Está cada vez mais perto dos 35% que acham seu governo ótimo ou bom.

Não por acaso, a taxa de rejeição de Dilma também está em um terço do eleitorado. É bem mais alta do que a de Aécio (20%) e a de Eduardo (13%). A de Dilma ficou estável, enquanto a dos rivais caiu – ao mesmo tempo que eles se tornaram mais conhecidos do eleitor por força de suas propagandas na TV.

Há uma polarização crescente do eleitorado, entre simpatizantes do governo e quem não o suporta. As opiniões estão se radicalizando – fazendo cair, por exemplo, a taxa de quem acha o governo regular. Aos poucos, o eleitor está descendo do muro.

Faz parte da estratégia petista provocar essa divisão do eleitorado. A propaganda do PT no rádio e na TV procurou enfatizar quem é governo e quem é oposição, quem quer continuidade e quem quer mudança. Deu certo, ao menos em parte.

O Ibope mostra que aumentou marginalmente a taxa de pessoas que desejam a continuidade dos programas governamentais e daqueles que aprovam o governo e declaram voto em Dilma. De quebra, a presidente mostrou aos aliados reticentes, principalmente do PMDB, que ela continua com chances no jogo eleitoral. Abandonar sua canoa agora é mais difícil o que era antes da pesquisa.

A contraparte da tática petista é que ela deixa mais claro para o eleitor de oposição quem são os adversários da presidente. Dobrou a taxa de intenção de voto de Eduardo Campos entre os eleitores que querem mudar tudo ou quase tudo (de 7% para 14%). Aécio também cresceu no eleitorado mudancista: de 18% para 25%, e empatou tecnicamente com Dilma (ela tem 27%) nesse segmento.

Por ter sido feita após a série de propagandas partidárias dos três principais candidatos, a pesquisa Ibope mostrou, mais do que as anteriores, como a propaganda de TV é importante para a definição dos rumos da campanha. Foi uma prévia do que deve acontecer a partir de agosto, quando o eleitor não terá mais como escapar do debate eleitoral.

Eduardo Campos, Aécio e depois Dilma, todos se beneficiaram das propagandas de seus partidos na TV. É um sinal de como o palanque eletrônico é cada vez mais decisivo na eleição.

Saiba o que faz e quanto ganha um eurodeputado

A socialista portuguesa Ana Gomes, candidata à reeleição, participa ativamente dos debates de política externa, segurança, defesa e direitos humanos.

A socialista portuguesa Ana Gomes (foto), candidata à reeleição, participa ativamente dos debates de política externa, segurança, defesa e direitos humanos|Wikipédia|Adriana Moysés

O Parlamento Europeu é o único órgão, entre as quatro instâncias de representação política da União Europeia, eleito diretamente pelos cidadãos do bloco. Os eurodeputados exercem três poderes fundamentais: participam da elaboração das leis (diretivas e regulamentações) aplicáveis no conjunto dos países membros, votam o orçamento do bloco, além de exercer um poder de censura nas ações da Comissão Europeia e do Conselho de Ministros dos governos.

Desde a adesão da Croácia, em 2013, o Parlamento Europeu conta com 766 deputados, mas o número de cadeiras será reduzido na próxima legislatura para 751 parlamentares, adaptando-se às mudanças introduzidas pelo Tratado de Lisboa (2007), que rege o funcionamento da União Europeia.

Repartição proporcional

A repartição das cadeiras é proporcional à população dos países, ou seja, os mais populosos são numericamente melhor representados. Alemanha, França, Reino Unido e Itália, que possuem o maior número de habitantes do bloco, vão eleger respectivamente 96, 74, 73 e 73 deputados. Estônia, Chipre, Luxemburgo e Malta terão as menores bancadas, de seis membros cada um.

Salário e assessores

Um eurodeputado ganha um salário mensal bruto de 7.956,87 euros, cerca de 24 mil reais. Como a maior parte de suas atividades acontece longe do país de origem, as despesas com viagens e transporte são reembolsadas perante apresentação de recibos. Além disso, um eurodeputado recebe 304 euros de diária, cerca de 920 reais, cada vez que comparece a uma sessão parlamentar.

Cada eurodeputado tem a libertade de recrutar seus assessores e fixar os salários, desde que respeite o teto global de 21.209 euros por mês, cerca de 64 mil reais.

Parlamento tem sedes em três países

Por razões históricas, o Parlamento Europeu tem três sedes. A sede principal fica em Estrasburgo, no leste da França, onde acontece a maioria das sessões plenárias. As comissões parlamentares se reúnem em Bruxelas (Bélgica) e a secretaria parlamentar fica em Luxemburgo. Essa estrutura conta com 7 mil funcionários permanentes e temporários, incluindo 430 intérpretes e 700 tradutores.

Em 2013, o orçamento do Parlamento Europeu foi de 1,75 bilhão de euros, pouco mais de 5,3 bilhões de reais. Um estudo recente demonstrou que se todas as atividades dos eurodeputados fossem unificadas em Bruxelas, haveria uma economia de 103 milhões de euros por ano, cerca de 320 milhões de reais. O próximo Parlamento poderá rever esse funcionamento oneroso para os contribuintes.

Projetos controlam até volume de água nas descargas

O Parlamento Europeu funciona por comissões que elaboram leis e relatórios sobre os mais variados temas, como governança econômica do bloco, livre circulação dos trabalhadores, segurança, defesa, serviços, agricultura, pesca, saúde pública, educação, pesquisa, vistos, asilo, imigração, justiça, segurança energética, transportes, meio ambiente, cultura e direitos humanos.

Da mesma forma que os eurodeputados examinam legislações complexas, como por exemplo a Política Agrícola Comum (PAC) ou as regras de gestão do euro adotadas pelo Banco Central Europeu, o Parlamento é alvo de críticas por excessos de regulamentação e intromissão nos hábitos dos cidadãos.

Um projeto de lei aprovado no ano passado virou motivo de piada na imprensa. Os eurodeputados adotaram uma norma uniformizando o volume de água das descargas dos banheiros em todos os países do bloco. O objetivo é reduzir o consumo de água, um motivo louvável, mas o projeto consumiu três anos de estudos e custou 89 mil euros à Comissão Europeia.

A pesquisa concluiu que a Alemanha é o país com o maior número de privadas e mictórios do bloco (77 milhões), enquanto a França onde as pessoas mais dividem os banheiros. O Reino Unido é o campeão do desperdício: com reservatórios de 9 litros, contra uma média de 6 litros nos demais países do bloco, cada vez que um inglês puxa a descarga ele desperdiça 30% de água.

Premiê iraquiano vence legislativas, mas deve formar coalizão para governar

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, foi o vencedor das eleições legislativas do Iraque, segundo os resultados iniciais divulgados nesta segunda-feira (19).

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, foi o vencedor das eleições legislativas do Iraque, segundo os resultados iniciais divulgados nesta segunda-feira (19)|REUTERS/Ahmed Jadallah|RFI

O atual primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, venceu as eleições legislativas de 30 de abril no Iraque, segundo os resultados provisórios divulgados nesta segunda-feira (19). Mas seu bloco não obteve a maioria das cadeiras no Parlamento, o que o obrigará a negociar com outros partidos para formar um governo.

De acordo com os dados anunciados pela Alta Comissão Eleitoral Iraquiana, a Aliança pelo Estado de Direito de Nuri al-Maliki obteve 92 das 328 cadeiras que compõem o Parlamento iraquiano, bem à frente de seus rivais.

Na capital, o movimento obteve 30 cadeiras e chegou em primeiro lugar em 10 das 18 províncias do país para essa eleição, a primeira desde a partida dos últimos soldados americanos, no final de 2011. Nas eleições legislativas de 2010, o grupo de Nuri al-Maliki havia conquistado 89 cadeiras.

O resultado desta segunda-feira não será suficiente para formar sozinho um governo, e Nuri al-Maliki deverá continuar as negociações já iniciadas com outros partidos, sobretudo sunitas e curdos, a fim de garantir um terceiro mandato no comando do país.

Monopólio do poder

Os principais grupos rivais do atual primeiro-ministro conquistaram entre 19 e 20 cadeiras cada um. Vários desses partidos, incluindo o do ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, o do influente líder xiita Moqtada Sadr e o do presidente da região autônoma do Curdistão, Massoud Barzani, rejeitam a ideia de um terceiro mandato para Nuri al-Maliki. Eles o acusam de monopolizar o poder e de ser incapaz de impedir o aumento da violência. Desde o início do ano, mais de 3.500 pessoas morreram em episódios de violência.

O segundo mandato de Nuri al -Maliki também foi marcado por tensões com a região autônoma do Curdistão, pela evidente impossibilidade de conseguir que leis importantes fossem aprovadas pelo Parlamento e pelo reaparecimento de desacordos entre sunitas e xiitas.

Candidato em Bagdá, o primeiro-ministro continua sendo popular entre seus eleitores: ele obteve 721 mil votos, o melhor resultado em nível nacional, o que pode favorecer a perspectiva de um terceiro mandato.

Os resultados definitivos devem ser divulgados somente daqui a várias semanas, após o exame pela comissão eleitoral de denúncias de fraudes e irregularidades.

Além da escolha de um primeiro-ministro, os diferentes partidos também terão que chegar a um acordo sobre a nomeação dos próximos presidentes da república e do Parlamento.

Segundo um acordo informal tradicionalmente aceito pelas três principais comunidades iraquianas, a presidência é dada a um curdo, o primeiro-ministro é xiita e a presidência do Parlamento fica a cargo de um sunita.

Partido nacionalista hindu vence legislativas na Índia

Partidários do BJP comemoram após os primeiros resultados da apuração na Índia nesta sexta-feira (16).

Partidários do BJP comemoram após os primeiros resultados da apuração na Índia nesta sexta-feira (16)|Reuters|RFI

Com 800 milhões de pessoas aptas a votar, a eleição legislativa indiana é a maior do mundo. As projeções apontam que essa será a primeira vez em 30 anos que um único partido obterá a maioria no parlamento indiano. A apuração até agora mostra que o partido nacionalista hindu de Narendra Modi conquistou com facilidade os 272 assentos do parlamento necessários para compor uma maioria. O atual primeiro-ministro, Manmohan Singh, do partido do Congresso Nacional, já reconheceu publicamente a derrota.

 

Integrantes do BJP (Bharatiya Janata Party), o partido nacionalista hindu, tomaram as ruas de diversas cidades da Índia nesta sexta-feira (16), celebrando os primeiros resultados da apuração. A vitória de Modi, que deve ser alçado a primeiro-ministro, também marca o fim dos 10 anos de hegemonia do Partido do Congresso Nacional, grupo político presidido por Sonia Gandhi que governou a Índia em vários períodos desde a independência do país.

“Aceitamos a derrota. Estamos dispostos a entrar para a oposição”, disse o porta-voz e dirigente do partido, Rajeev Shukla. “Modi prometeu mundos e fundos à população. As pessoas compraram esse sonho”, acrescentou ele.

As projeções que dão a vitória ao partido de Narendra Modi ultrapassam todas as previsões das pesquisas eleitorais. O BJP deve obter mais do que a maioria absoluta de 272 das 543 cadeiras do parlamento, e com seus aliados somaria mais de 300 deputados.

Nacionalista

Narendra Modi tem 63 anos e é filho de um vendedor de chás do estado de Gujarat. Essa é justamente a região que Modi governa desde 2001 e que foi a sua grande vitrine durante a campanha eleitoral. Ele promete levar a mesma pujança econômica de Gujarat, que é uma zona industrial do país, para o restante da Índia – não é a toa que contou com amplo apoio dos industriais indianos. Mas sua biografia não é somente uma história de sucesso. Modi é acusado de perseguir minorias religiosas em sua região, principalmente os islâmicos.

A chegada de Modi ao poder será uma mudança radical para os grandes países ocidentais, que até agora boicotaram o líder indiano durante quase dez anos após os confrontos violentos que ocorreram no Gujarat em 2002. Mais de mil pessoas haviam sido assassinadas na época, em sua maioria de religião muçulmana.

Durante a campanha, Modi evitou falar sobre as reivindicações nacionalistas mais radicais do programa do BJP.

Maratona eleitoral da Índia termina nesta segunda-feira

Última fase de votação para as eleições nacionais na Índia depois de cinco semanas da 'maratona' eleitoral.

Última fase de votação para as eleições nacionais na Índia depois de cinco semanas da ‘maratona’ eleitoral|REUTERS/Ahmad Masood
RFI

A maratona eleitoral na Índia chega ao fim nesta segunda-feira marcada por um duelo na cidade santa de Benares, também conhecida por Varanasi, no Estado de Uttar Pradesh, a cidade mais sagrada do hinduísmo.

Nesta última jornada eleitoral estão em jogo 41 cadeiras nos Estados de Uttar Pradesh, Bihar e Bengala Ocidental. No total, 814 milhões de eleitores foram convocados às urnas em uma eleição que prolongou por cinco semanas distribuídas em 10 fases. Os resultados das eleições indianas devem ser divulgados na sexta-feira.

O líder nacionalista Narendra Modi, do partido BJP, espera vencer o candidato Arvind Kejriwal, que centrou sua campanha na luta contra a corrupção. Em nível nacional, as pesquisas indicam, de fato, a vitória dos nacionalistas do BJP. O partido de Modi deve conquistar a maioria das cadeiras do Parlamento indiano, tirando do poder o Partido do Congresso, dirigido pela família Nehru-Gandhi e há dez anos no governo.

Modi baseou a sua campanha no bom desempenho econômico da sua região, o Estado de Gujara. Ele também tem como fortes aliados o setor empresarial com quem promete fazer uma parceria estratégica para relançar a economia do país.

Candidato sem convicção

Rahul Gandhi, filho do ex-premiê indiano assassinado, Rajiv Gandhi, fez sua primeira campanha eleitoral neste ano. Herdeiro de uma família que já deu três primeiros-ministros à Índia, Rahul é descrito como pouco interessado pela política. Ele próprio chegou a declarar que “era contra ao conceito de dinastia política”. Sua irmã, Priyanka, foi apontada como mais carismática. Segundo analistas, em algumas aparições públicas ela roubou a cena do irmão candidato.

O terceiro nome

Ex-funcionário público, Arvind Kejriwal se apresenta como o “candidato do povo”. Líder do l’Aam Aadmi Party (partido do homem comum), Kejriwal baseou sua campanha na luta contra a corrupção. Ele acusa tanto o Partido do Congresso quanto o BJP de serem responsáveis pelo alto nível de corrupção que atinge o país.