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França quer que bancos financiem transição energética nas moradias

Ségolène Royal, ministra de Energia e Meio Ambiente.

Ségolène Royal, ministra de Energia e Meio Ambiente.

REUTERS|Benoit Tessier|RFI

A França anunciou nesta segunda-feira (23) um pacote de incentivos fiscais e empréstimos de baixo custo para melhorar o isolamento térmico em edifícios e aumentar o investimento em energia renovável, que deve fornecer 40% do país até 2030. O Estado vai conceder ajuda financeira para a população e as empresas e pede que os bancos financiem as mudanças.

O governo vai disponibilizar 5 bilhões de euros de crédito, com baixas taxas de juros, para apoiar projetos das autoridades locais, explicaram a ministra de Energia e Meio Ambiente, Ségolène Royal, o ministro das Finanças, Michel Sapin, e a ministra da Habitação, Sylvia Pinel, em entrevista coletiva. Atualmente, a energia renovável é responsável por 14% da eletricidade da França.

Proprietários de imóveis serão autorizados a deduzir 30% do custo do isolamento térmico de seus rendimentos tributáveis, limitado a um teto de 16.000 euros por casal. O governo também vai simplificar o acesso a empréstimos para reformas nas casas.

O banco público de investimentos BPI France vai criar um fundo de garantia, disponibilizado pelos bancos comerciais, para pequenas e médias empresas especializadas em isolamento térmico e construção de instalações de energia renovável. “A transição energética é um investimento a longo prazo, mas é um investimento rentável e, portanto, vai encontrar financiamento”, disse Sapin. “A transição energética será um feito do setor privado”, destacou o ministro, para quem o setor é “um acelerador do crescimento de empregos”.

Para Ségolène Royal, “o desafio é mobilizar” os credores privados para que eles “também aproveitem os objetivos” do governo em termos de transição energética.

Programa

O ambicioso programa para reduzir a dependência do país de energia nuclear e combustíveis fósseis foi anunciado na semana passada pelo governo socialista, depois de meses de um intenso debate sobre o projeto. A proposta de lei, apresentada por Royal, visa a transformar a França em um país mais verde e em reduzir os custos energéticos do país.

O projeto é uma oportunidade “para desenvolver novas tecnologias, transporte limpo, eficiência energética e, consequentemente, melhorar a competitividade das empresas”, declarou a ministra, na quarta-feira.

O objetivo é diminuir o consumo final de energia no país pela metade até 2050 e o uso de combustíveis fósseis em 30% até 2030, em comparação com os níveis de 2012.
 

 
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França quer que bancos financiem transição energética nas moradias

Ségolène Royal, ministra de Energia e Meio Ambiente.

Ségolène Royal, ministra de Energia e Meio Ambiente.

REUTERS/Benoit Tessier
RFI

A França anunciou nesta segunda-feira (23) um pacote de incentivos fiscais e empréstimos de baixo custo para melhorar o isolamento térmico em edifícios e aumentar o investimento em energia renovável, que deve fornecer 40% do país até 2030. O Estado vai conceder ajuda financeira para a população e as empresas e pede que os bancos financiem as mudanças.

 

O governo vai disponibilizar 5 bilhões de euros de crédito, com baixas taxas de juros, para apoiar projetos das autoridades locais, explicaram a ministra de Energia e Meio Ambiente, Ségolène Royal, o ministro das Finanças, Michel Sapin, e a ministra da Habitação, Sylvia Pinel, em entrevista coletiva. Atualmente, a energia renovável é responsável por 14% da eletricidade da França.

Proprietários de imóveis serão autorizados a deduzir 30% do custo do isolamento térmico de seus rendimentos tributáveis, limitado a um teto de 16.000 euros por casal. O governo também vai simplificar o acesso a empréstimos para reformas nas casas.

O banco público de investimentos BPI France vai criar um fundo de garantia, disponibilizado pelos bancos comerciais, para pequenas e médias empresas especializadas em isolamento térmico e construção de instalações de energia renovável. “A transição energética é um investimento a longo prazo, mas é um investimento rentável e, portanto, vai encontrar financiamento”, disse Sapin. “A transição energética será um feito do setor privado”, destacou o ministro, para quem o setor é “um acelerador do crescimento de empregos”.

Para Ségolène Royal, “o desafio é mobilizar” os credores privados para que eles “também aproveitem os objetivos” do governo em termos de transição energética.

Programa

O ambicioso programa para reduzir a dependência do país de energia nuclear e combustíveis fósseis foi anunciado na semana passada pelo governo socialista, depois de meses de um intenso debate sobre o projeto. A proposta de lei, apresentada por Royal, visa a transformar a França em um país mais verde e em reduzir os custos energéticos do país.

O projeto é uma oportunidade “para desenvolver novas tecnologias, transporte limpo, eficiência energética e, consequentemente, melhorar a competitividade das empresas”, declarou a ministra, na quarta-feira.

O objetivo é diminuir o consumo final de energia no país pela metade até 2050 e o uso de combustíveis fósseis em 30% até 2030, em comparação com os níveis de 2012.

Governo francês apresenta projeto de transição energética

A ministra da Ecologia da França, Segolène Royal, apresentou nesta quarta-feira (18) um projeto de lei de transição energética para o país.

A ministra da Ecologia da França, Segolène Royal, apresentou nesta quarta-feira (18) um projeto de lei de transição energética para o país.

REUTERS|Benoit Tessier|RFI

Depois de meses de debates e negociações, sobretudo com os ecologistas, o governo francês apresentou nesta quarta-feira (18) seu projeto de lei sobre a transição energética. O presidente da França, François Hollande, descreveu o texto como um dos mais importantes do seu mandato. Um dos pontos mais controversos foi a energia nuclear.

Esse projeto “é um grande desafio para o país, a nação” e “a oportunidade de reduzir a conta energética” da França, declarou a ministra da Ecologia, Ségolène Royal. Segundo ela, a lei valoriza as novas tecnologias, o transporte limpo e a eficiência energética, o que contribuirá para a competitividade das empresas francesas.

Um dos pontos mais controversos foi a energia nuclear. Os ecologistas quiseram garantir que o Estado poderá controlar sua redução progressiva no conjunto de fontes energéticas utilizadas no país. O objetivo é reduzir a proporção da energia nuclear a 50% da produção de eletricidade em 2025. Atualmente essa proporção é de 75%, o que faz da França um dos países mais dependentes desse tipo de energia no mundo. A energia nuclear está inclusive sendo abandonada por alguns vizinhos europeus, como a Alemanha.

Medidas emblemáticas

O projeto de lei inclui 80 artigos, que tratam do carro elétrico à renovação de prédios, passando pela poluição do ar ou ainda o desenvolvimento das energias renováveis.

Entre as medidas mais emblemáticas estão o “cheque-energia” para as famílias de baixa renda, novos incentivos fiscais, a obrigação de renovação energética em caso de reforma, ou ainda um plano ambicioso de instalar sete milhões de estações de recarregamento para veículos elétricos até 2030.

O texto também define grandes objetivos: redução de 50% em 2050 do consumo energético final em relação a 2012, diminuição de 30% em 2030 do consumo de energias fósseis em relação a 2012, ou ainda aumentar para 32% a proporção da energia renovável no consumo final de energia até 2030.

Debates

Esse projeto, que ainda está no início de um longo percurso legislativo, foi redigido após nove meses de debate nacional envolvendo empresas, ongs, parlamentares, sindicatos e especialistas, com pontos de vista às vezes opostos.

A principal ambição da lei é lutar contra as mudanças climáticas e diminuir os gastos da França com energia.
Durante o debate sobre o tema, os especialistas estimaram que a transição energética demandaria entre 15 e 30 bilhões de euros de investimentos suplementares por ano.

No que diz respeito à energia nuclear, e ao contrário do que haviam anunciado o presidente François Hollande e o ex-primeiro ministro Jean-Marc Ayrault, a possibilidade de o Estado fechar uma central nuclear não está presente na lei. Em compensação, a capacidade nuclear instalada não poderá ultrapassar o nível atual.

O texto será debatido no parlamento francês durante o segundo semestre de 2014.