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Vice-presidente da Argentina é indiciado por corrupção

Se considerado culpado, o vice-presidente argentino, Amado Boudou, pode pegar de um a seis anos de prisão.

Se considerado culpado, o vice-presidente argentino, Amado Boudou, pode pegar de um a seis anos de prisão|©Reuters|RFI

Em uma decisão histórica para a Argentina, o juiz federal Ariel Lijo indiciou, na noite desta sexta-feira (27), o vice-presidente argentino Amado Boudou por suborno e realização de negócios incompatíveis com o cargo público. Boudou está envolvido no escândalo Ciccone, no qual pode ter favorecido alguns empresários e sócios para controlar uma das maiores empresas gráficas do país.

De acordo com o juiz Ariel Lijo, Boudou e seus supostos sócios teriam adquirido a empresa Ciccone Calcografica, que estava à beira da falência, através da sociedade The Old Fund, que seria uma empresa de fachada, quando o vice-presidente era ministro da Economia (2009-2011). Logo depois, ele e seus parceiros teriam se beneficiado de isenções fiscais e contratos governamentais lucrativos para imprimir o peso argentino e material de campanha política.

A decisão do juiz Ariel Lijo foi publicada ontem no site do Departamento de Justiça. O magistrado também deu ordem de apreensão de 200 mil pesos (cerca de R$ 54 mil) de Boudou. Se for considerado culpado, o vice-presidente pode receber a pena de um a seis anos de prisão, além da proibição vitalícia de ocupar um cargo eletivo.

Boudou está em Cuba, mas deve voltar na próxima semana para a Argentina. Ele se declara inocente e vai permanecer em liberdade enquanto aguarda o julgamento. Ele deve prestar depoimento sobre o caso no dia 16 de julho.

Renúncia

Boudou é vice-presidente desde 2011, quando a presidente Cristina Kirchner foi reeleita. Desde que o escândalo Ciccone veio à tona, a chefe de Estado se manteve firme no apoio a seu vice, um dos aliados políticos mais importantes de seu primeito mandato. Muitos argentinos questionam a posição de Kirchner, que vem sofrendo uma intensa pressão de seus adversários, enquanto seus partidários defendem uma renúncia imediata de Boudou.

Vigiar Julian Assange custa caro aos cofres da Inglaterra

Julian Assange está escondido há dois anos na Embaixada do Equador em Londres.

Julian Assange está escondido há dois anos na Embaixada do Equador em Londres|Flickr|Espen Moe

Hoje faz dois anos que Julian Assange, fundador do site Wikileaks, está refugiado na embaixada do Equador em Londres. A vigilância do militante australiano custa uma fortuna por dia para os contribuintes da Grã-Bretanha, cerca de €11 mil (R$33 mil). Do momento em que ele se escondeu na embaixada até hoje já foram gastos €8 milhões, cerca de R$24 milhões.
 

 

A soma gasta nestes dois anos inclui os salários dos policiais, horas extras, uso de veículos, escritórios e material informático. Vinte e quatro horas por dias os oficiais estão de guarda do lado de fora da embaixada, um prédio de tijolos perto da Harrods, uma das lojas mais luxuosas de Londres.

Por razões de segurança, a Scotland Yard não divulga o número de pessoas mobilizadas na vigilância de Assange, que completou 42 anos.

Extradição

Foi no dia 19 de junho de 2012 que Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres para escapar de uma extradição para a Suécia, sob acusação de estupro e agressão sexual.

Temendo ser, em seguida, extraditado para os Estados Unidos e ser julgado por ter revelado em seu site milhares de documentos confidenciais americanos, Assange se escondeu na representação diplomática equatoriana. E não saiu de lá até hoje.

O hacker mais famoso do mundo pode contar com a proteção do Equador. O presidente Rafael Correa declarou que o australiano sempre terá a proteção do seu país e pode ficar na embaixada por quanto tempo quiser.

Michel Platini é acusado de envolvimento no escândalo “Catargate”

Michel Platini classificou as revelações do Daily Telegraph como “sem fundamento” e com objetivo de sujar sua imagem.

Michel Platini classificou as revelações do Daily Telegraph como “sem fundamento” e com objetivo de sujar sua imagem|

AFP PHOTO / KARIM JAAFAR|RFI

Após as revelações do jornal britânico Sunday Times no último fim de semana sobre a existência de documentos que provam que o Catar teria pago propina para sediar a Copa do Mundo de 2022, um outro diário inglês faz novas acusações nesta terça-feira (3). O Daily Telegraph aponta que a França e um dos ícones do futebol do país e atual presidente da União das Federações Européias de Futebol (Uefa), Michel Platini, estariam envolvidos no escândalo.

Um novo elemento endossa o escândalo do pagamento de mais de € 5 milhões de propinas pelo ex-vice-presidente da Fifa, o catariano Mohamed bin Hamman, para personalidades influentes do futebol com o objetivo de eleger o Catar como sede do Mundial de futebol de 2022. De acordo com a edição de hoje do Daily Telegraph, Platini teria se encontrado secretamente em 2010 com Hamman, na época presidente da Confederação Asiática de Futebol.

Através de um comunicado, Platini classificou as informações como “sem fundamento” e com objetivo de sujar sua imagem. No entanto, ele reconhece ter encontrado o ex-vice-presidente da Fifa várias vezes, já que ambos integravam o Comitê Executivo da Fifa. Platini explica que neste encontro específico citado pelo jornal inglês, Hamman queria convencê-lo de disputar a presidência da Fifa.

“Não estou surpreso com a divulgação destes rumores sem fundamento que visam sujar minha imagem em um momento importante para o futuro do futebol. Mais nada me surpreende!”, escreve o presidente da Uefa, referindo-se à sua candidatura à liderança da Fifa, que deve ser apresentada pelo atual presidente da organização, Joseph Blatter, na próxima semana.

Apoio explícito

O ex-jogador francês nunca escondeu seu apoio explícito ao Catar para abrigar a Copa de 2022 e diz que o fez de forma independente. “É a prova total da minha transparência e que ninguém dita a minha conduta”, diz.

Platini também não nega ter participado de um jantar no Palácio do Eliseu, a convite do então presidente francês Nicolas Sarkozy, com a presença do emir do Catar, Sheikh Hamad bin Khalifa al-Thani, mas nega que isso o tenha pressionado. “Eu afirmo categoricamente que o ex-presidente Sarkozy não me pediu que eu votasse no Catar como sede do Mundial de 2022, nem antes, nem durante, nem após este encontro”, ratifica.

Joseph Blatter afirmou recentemente não se surpreender com esta reunião e reconheceu ter sido informado da realização da mesma “em toda a transparência”.

Nova eleição

Sunday Times afirma ter tido acesso a e-mails, documentos e transferências bancárias que comprovam a manobra financeira de Hammam para garantir a eleição do Catar. As revelações do último fim de semana aumentaram a pressão para que a Fifa organize uma nova eleição para a sede da Copa do Mundo de 2022.

A Austrália, uma das candidatas derrotadas, classificou de “graves” as acusações de corrupção na polêmica escolha do Catar e disse estar pronta para se apresentar a um novo páreo. O governo e autoridades futebolísticas da Grã-Bretanha também defendem um novo voto, caso as suspeitas da imprensa britânica sejam confirmadas.

Polícia espanhola desmantela rede de tráfico de carne de cavalo

Polícia francesa segue pista sobre o tráfico de carne de cavalo na Espanha.

Polícia francesa segue pista sobre o tráfico de carne de cavalo na Espanha|Reprodução Youtube|RFI

A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira (29) a prisão de diversas pessoas envolvidas em um novo escândalo de tráfico da carne de cavalo imprópria para consumo.

Os suspeitos foram detidos em clínicas veterinárias, abatedouros e fazendas de criação nas regiões de Valença, Astúrias, Corunha, Madri, Valladodid, Saragoça e Jaen, declarou um porta-voz da Guarda Civil espanhola. De acordo com ele, algumas das prisões estão relacionadas ao escândalo da empresa francesa Spanghero e a polícia do país participou da operação.

A investigação policial quer apurar a falsificação dos documentos de identificação e de controle sanitário com o objetivo de driblar a fiscalização para preparar a carne de cavalo para consumo humano. Por enquanto, a polícia não soube confirmar se o caso está ligado à prisão, em 16 de dezembro de 2013, de 21 pessoas em 11 departamentos na França.

Empresa pede concordata

Um ano depois do escândalo, a empresa Spanghero, situada no sul da França, que utilizava carne de cavalo para preparar pratos prontos, informou que vai pedir concordata, na esperança de salvar 100 empregos. Segundo o advogado da empresa, Christophe Lèguevaques, as grandes redes de varejo cancelou os contratos com a Spanghero, criada em 1970. Apesar da mudança de direção, a polêmica manchou a imagem o grupo que não conseguiu retomar os negócios. 

Ex-diretor de campanha de Sarkozy confessa fraude e derruba direção do partido UMP

Ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy em 2012, Jérôme Lavrilleux, chora durante entrevista ao canal BFM-TV, ao relatar fraudes na contalibidade do partido.

Ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy em 2012, Jérôme Lavrilleux, chora durante entrevista ao canal BFM-TV, ao relatar fraudes na contalibidade do partido|Reprodução Youtube

O líder do partido conservador UMP, Jean-François Copé, anunciou sua demissão do cargo nesta terça-feira (27), pressionado depois que seu chefe de gabinete, Jérôme Lavrilleux, confessou chorando, ontem à noite na televisão, que o partido emitiu cerca de 11 milhões de euros (33,3 milhões de reais) de notas frias durante a campanha de Nicolas Sarkozy em 2012. Na época da fraude, Lavrilleux ocupava o cargo de diretor-adjunto da campanha presidencial.

Adriana Moysés e Elcio Ramalho

O novo escândalo de suspeita de financiamento ilegal da campanha do ex-presidente está sendo chamado de Bygmalion, nome da empresa de comunicação que emitiu as notas frias. O esquema, segundo denúncias, serviu para desviar gastos exorbitantes da campanha de Sarkozy, que eram limitados por lei a 22,5 milhões de euros. A fraude também teria beneficiado financeiramente os donos da Bygmalion, amigos de Copé.

Em entrevista ao canal de BFM-TV, na noite desta segunda-feira, o ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy admitiu que o partido utilizou notas frias da Bygmalion para justificar despesas de comícios e deslocamentos do ex-presidente que ultrapassavam o teto autorizado pela lei. Chorando diante das câmeras de TV, Lavrilleux assumiu a responsabilidade pela fraude e explicou que foi vítima de “uma engrenagem que foi longe demais”. Lavrilleux tentou inocentar Sarkozy e Copé, dizendo que eles não tinham conhecimento do esquema.

A empresa Bygmalion chegou a emitir notas frias em nome de deputados que sequer tinham conhecimento da fraude. Furiosos, eles exigiram a demissão de Copé. Na manhã de hoje, em uma reunião extraordinária do diretório do partido, Copé jogou a toalha. Ele anunciou sua demissão e de toda a cúpula do partido. A medida será efetiva no dia 15 de junho.

A confissão pública de Lavrilleux levou a polícia a realizar uma devassa na sede do partido. Uma dezena de policiais passaram a madrugada recolhendo documentos na sede da UMP e nas casas de personalidades citadas no escândalo.

Amigos relatam descontentamento de Sarkozy com as acusações

O tesoureiro da campanha de Sarkozy, Philippe Briand, nega qualquer problema nas contas apresentadas pelo ex-presidente. No entanto, em julho do ano passado, o Conselho Constitucional já havia apontado irregularidades no valor de 400 mil euros nas contas do partido. Por conta disso, a UMP deixou de receber 10 milhões de euros do financiamento oficial previsto pelo Estado. Para cobrir o rombo no caixa, a legenda realizou uma campanha de arrecadação excepcional de fundos junto dos militantes.

Sarkozy ainda não comentou o caso Bygmalion. Mas amigos do ex-presidente dizem que ele está profundamente “descontente” que seu nome seja associado à fraude das notas frias.

O advogado da empresa Bygmalion declarou que as notas falsas foram apresentadas a pedido da UMP.

Diante do escândalo e da demissão da cúpula do partido, ficou definido que três ex-premiês franceses – François Fillon, Jean-Pierre Raffarin e Alian Juppé – vão comandar a legenda até a realização de um Congresso extraordinário do partido no segundo semestre.

Quanto a Jérôme Lavrilleux, ele foi eleito deputado pela UMP no Parlamento Europeu, no último domingo, e espera se beneficiar da imunidade parlamentar.

 
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Ex-diretor de campanha de Sarkozy confessa fraude e derruba direção do partido UMP

Ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy em 2012, Jérôme Lavrilleux, chora durante entrevista ao canal BFM-TV, ao relatar fraudes na contalibidade do partido.

Ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy em 2012, Jérôme Lavrilleux, chora durante entrevista ao canal BFM-TV, ao relatar fraudes na contalibidade do partido.

Reprodução Youtube

O líder do partido conservador UMP, Jean-François Copé, anunciou sua demissão do cargo nesta terça-feira (27), pressionado depois que seu chefe de gabinete, Jérôme Lavrilleux, confessou chorando, ontem à noite na televisão, que o partido emitiu cerca de 11 milhões de euros (33,3 milhões de reais) de notas frias durante a campanha de Nicolas Sarkozy em 2012. Na época da fraude, Lavrilleux ocupava o cargo de diretor-adjunto da campanha presidencial.

 

Adriana Moysés e Elcio Ramalho

O novo escândalo de suspeita de financiamento ilegal da campanha do ex-presidente está sendo chamado de Bygmalion, nome da empresa de comunicação que emitiu as notas frias. O esquema, segundo denúncias, serviu para desviar gastos exorbitantes da campanha de Sarkozy, que eram limitados por lei a 22,5 milhões de euros. A fraude também teria beneficiado financeiramente os donos da Bygmalion, amigos de Copé.

Em entrevista ao canal de BFM-TV, na noite desta segunda-feira, o ex-diretor-adjunto da campanha de Sarkozy admitiu que o partido utilizou notas frias da Bygmalion para justificar despesas de comícios e deslocamentos do ex-presidente que ultrapassavam o teto autorizado pela lei. Chorando diante das câmeras de TV, Lavrilleux assumiu a responsabilidade pela fraude e explicou que foi vítima de “uma engrenagem que foi longe demais”. Lavrilleux tentou inocentar Sarkozy e Copé, dizendo que eles não tinham conhecimento do esquema.

A empresa Bygmalion chegou a emitir notas frias em nome de deputados que sequer tinham conhecimento da fraude. Furiosos, eles exigiram a demissão de Copé. Na manhã de hoje, em uma reunião extraordinária do diretório do partido, Copé jogou a toalha. Ele anunciou sua demissão e de toda a cúpula do partido. A medida será efetiva no dia 15 de junho.

A confissão pública de Lavrilleux levou a polícia a realizar uma devassa na sede do partido. Uma dezena de policiais passaram a madrugada recolhendo documentos na sede da UMP e nas casas de personalidades citadas no escândalo.

Amigos relatam descontentamento de Sarkozy com as acusações

O tesoureiro da campanha de Sarkozy, Philippe Briand, nega qualquer problema nas contas apresentadas pelo ex-presidente. No entanto, em julho do ano passado, o Conselho Constitucional já havia apontado irregularidades no valor de 400 mil euros nas contas do partido. Por conta disso, a UMP deixou de receber 10 milhões de euros do financiamento oficial previsto pelo Estado. Para cobrir o rombo no caixa, a legenda realizou uma campanha de arrecadação excepcional de fundos junto dos militantes.

Sarkozy ainda não comentou o caso Bygmalion. Mas amigos do ex-presidente dizem que ele está profundamente “descontente” que seu nome seja associado à fraude das notas frias.

O advogado da empresa Bygmalion declarou que as notas falsas foram apresentadas a pedido da UMP.

Diante do escândalo e da demissão da cúpula do partido, ficou definido que três ex-premiês franceses – François Fillon, Jean-Pierre Raffarin e Alian Juppé – vão comandar a legenda até a realização de um Congresso extraordinário do partido no segundo semestre.

Quanto a Jérôme Lavrilleux, ele foi eleito deputado pela UMP no Parlamento Europeu, no último domingo, e espera se beneficiar da imunidade parlamentar.

Beijo de atriz a diretor do festival escandaliza Irã

Diário de Notícias|Luís Manuel CabralHoje

 
Beijo de atriz a diretor do festival escandaliza Irão

Para um ocidental, uma mulher cumprimentar um homem com um beijo na face é uma cena perfeitamente normal, no entanto, para os iranianos não. O beijo que a atriz iraniana Leila Hatami deu ao diretor do Festival de Cannes, Gilles jacob, escandalizou o Irão.

“As mulheres que participam em eventos internacionais deveriam ter em conta a reputação e castidade das iranianas, para não darem uma má imagem das mulheres do seu país. E esta foi uma atitude inapropriada”, afirmou o vice-ministro da Cultura iraniano, Hossein Noushabadi, comentando o beijo de Leila Hatami a Gilles Jacob.

Segundo o jornal espanhol “El Mundo”, o responsável pela Cultura iraniana lançou duras críticas a Hatami, afirmando que “seja artista ou não, a mulher iraniana é um símbolo da castidade e da inocência, e a sua atitude no Festival de Cannes foi inapropriada e não está de acordo com os nossos princípios religiosos”, disse.

Segundo a lei islâmica, em vigor no Irão desde a revolução de 1979, uma mulher não pode ter qualquer tipo de contacto físico com um homem estrangeiro.

Nascida em Teerã entre uma família de cineastas, Leila Hatami alcançou a fama internacional com o filme “Uma Separação”, de Asghar Farhadi, que ganhou um Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2011 e um Óscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.Após inúmeras críticas de iranianos indignados com o beijo de Hatami, que rapidamente encheram as redes sociais, Gilles Jacob foi obrigado a vir a público defender a atriz, afirmando que “um beijo não é mais que um costume habitual no Ocidente”, adiantando que “fui eu que cumprimentei a senhora Hatami com um beijo porque, nesse momento, ela era a representante do cinema iraniano em Cannes”, disse.

Escândalo abala candidato direitista na reta final das presidenciais na Colômbia

19. Maio 2014 – 15:34

Por Luis Jaime Acosta

BOGOTÁ (Reuters) – A campanha pelas eleições presidenciais da Colômbia terminou no domingo em polvorosa, depois da divulgação de um vídeo de denúncia contra Oscar Iván Zuluaga, candidato de direita que, segundo as pesquisas de intenção de voto, disputará palmo a palmo nas urnas com o atual presidente Juan Manuel Santos dentro de uma semana.

A divulgação de um vídeo no qual Zuluaga fala com um hacker, acusado de interceptar comunicações para sabotar o processo de paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), marcou o fim da jornada da campanha presidencial. 

Zuluaga, em uma declaração, saiu em defesa de sua integridade; enquanto isso, Santos insistiu que os ataques à negociação de paz com a guerrilha não o desviarão de seu caminho para pôr fim ao conflito que já dura cinco décadas. 

Outros candidatos com menos possibilidade de ganhar condenaram o escândalo, e Enrique Peñalosa, candidato da Aliança Verde, pediu a renúncia de Zuluaga, na última intenção de ganhar espaço dentro de uma campanha movida mais por escândalos do que pelas propostas e debates políticos. 

O vídeo, publicado pela revista Semana em sua página na Internet, mostra o hacker acusado, Andrés Sepúlveda, atualmente preso, dizendo a Zuluaga que tinha acesso a informações militares confidenciais.

“Esse vídeo vazado à revista Semana faz parte de uma vulgar montagem que foi preparada para manchar nossa campanha”, disse Zuluaga a jornalistas. “A montagem é uma farsa e não por acaso foi publicada quando ganho pontos nas pesquisas e o presidente candidato cai”, acrescentou. 

Zuluaga, impulsionado pelo apoio do ex-presidente Álvaro Uribe, por seu discurso linha-dura contra a guerrilha, pelas críticas ao processo de paz e por uma agressiva campanha de publicidade, ganhou terreno nas pesquisas de intenção de voto. 

O candidato de direita reconheceu depois da prisão do hacker que ele havia prestado serviços no gerenciamento de redes sociais de sua campanha e que em uma ocasião se reunira brevemente com ele para cumprimentá-lo, mas negou qualquer relação com suas supostas atividades ilícitas de espionagem.

Santos chega fortalecido à eleição por um acordo sobre drogas alcançado na sexta-feira com as Farc na negociação para acabar com um conflito que já deixou mais de 200 mil mortos, e também pela decisão das Farc e do grupo guerrilheiro Exército da Liberação Nacional (ELN) de declarar uma trégua. 

Santos tratou indiretamente sobre o tema do vídeo. “Tenham a segurança de que esses ataques, esses métodos distorcidos não vão me desviar do objetivo de que a Colômbia quer a busca da paz”, afirmou o mandatário em uma solenidade de campanha. 

Quase 33 milhões de colombianos estão habilitados para ir às urnas no próximo domingo. As pesquisas indicam empate técnico entre Santos e Zuluaga, que teriam que se enfrentar em um segundo turno em 15 de junho caso nenhum deles consiga mais de 50 por cento dos votos na primeira etapa. 

(Por Luis Jaime Acosta)

Reuters

Comissão anti-pedofilia pede regras claras contra abusos sexuais na igreja

Presidente da comissão anti-pedofilia, cardeal Sean O'Malley, neste sábado (3), no Vaticano.

Presidente da comissão anti-pedofilia, cardeal Sean O’Malley, neste sábado (3), no Vaticano.

Reuters
RFI

A comissão de especialistas constituída pelo papa Francisco pede regras claras para lutar contra a pedofilia na igreja católica. A comissão, criada em março, se reuniu pela primeira vez durante três dias no Vaticano e divulgou neste sábado (3) suas primeiras recomendações.

 

A comissão composta por quatro homens e quatro mulheres se reuniu durante três dias e teve encontros com vários responsáveis do Vaticano, entre eles o papa Francisco. O comunicado divulgado neste sábado, no final desses três dias de discussões, pede que os padres pedófilos respondam por seus crimes e sejam punidos.

“O direito da criança é prioritário” indica o texto. Não deve haver nenhuma tolerância para quem comete os crimes nem para quem é negligente diante desses crimes, disse o presidente da comissão, o cardeal americano Sean O’Malley.

Ausência de propostas jurídicas

Os especialistas insistiram sobre a educação do clero, mas não propuseram meios jurídicos punitivos como havia sugerido o comitê de direitos da criança da ONU, em critica contra o Vaticano no inicio do ano.

A grande maioria dos casos de pedofilia envolvendo a igreja católica ocorreu há muitos anos, mas só foi revelada recentemente. Muitos padres culpados foram protegidos pela hierarquia da igreja e não foram denunciados à Justiça.

No mês passado, o papa Francisco pediu publicamente desculpa pelos abusos sexuais cometidos por padres contra crianças.