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Massacre em Israel é “injustificável e solução deve ser imposta”, diz chanceler francês

O exército de Israel anunciou um cessar-fogo de 7 horas nos ataques da Faixa de Gaza que sofre com falta de abastecimento de água.

O exército de Israel anunciou um cessar-fogo de 7 horas nos ataques da Faixa de Gaza que sofre com falta de abastecimento de água.

REUTERS/Finbarr O’Reilly
RFI

O direito de Israel à segurança não justifica o massacre de civis em Gaza, disse nesta segunda-feira (4) o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius. Segundo ele, uma “solução política” entre os israelenses e os palestinos “deve ser imposta” pela comunidade internacional.

 

A França muda o tom em relação à ofensiva israelense em Gaza, depois de se abster no voto da resolução que condena a operação, aprovada no Conselho de Direitos Humanos da ONU em 23 de julho. O chanceler Laurent Fabius criticou duramente a operação “Limite Protetor”, que já deixou mais 1800 mortos, a maioria civis.

Em um comunicado, o ministro francês lembra que “a tradição de amizade entre Israel e a França é antiga e o direito de Israel à segurança é total, mas esse direito não justifica que crianças sejam assassinadas e civis massacrados”, disse o ministro, que citou o bombardeio de uma escola em Rafah, na Faixa de Gaza.

“O Hamas tem responsabilidade no processo macabro que beneficia os extremistas, mas isso também não justifica o que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, qualificou de crimes”, disse Fabius. Neste domingo, o respresentante da ONU declarou que o ataque da escola a Rafah é “uma nova violação flagrante do direito humanitário internacional.”

O ataque deixou pelo menos dez palestinos mortos. “Quantos mortos serão necessários para que seja colocado um fim ao que podemos chamar de matança em Gaza?”, diz o ministro. Diante da situação, ele propõe a instauração do cessar-fogo proposto pelo Egito e preconiza uma solução política baseada em dois estados imposta pela comunidade internacional.

“Uma solução política é indispensável, e acredito que isso deva ser imposto, já que as duas partes infelizmente se mostraram incapazes em concluir a negociação”, diz. “Cessar-fogo, imposição da solução de dois Estados e segurança de Israel, não existe outro caminho.”

Bombardeios continuam, apesar de trégua de sete

Uma menina palestina de oito anos morreu e 30 ficaram feridas hoje por um tiro que atingiu a região oeste da cidade de Gaza, após a entrada em vigor de uma trégua declarada unilateralmente por Israel.

Os serviços de resgate palestinos acusam a aviação israelense de ter atacado uma casa do campo de refugiados de Chati. A trégua entrou em vigor às 10h locais e deve durar sete horas.

O objetivo dessa trégua é facilitar a entrada de ajuda humanitária e deixar que palestinos retornem às suas casas. Mas esse cessar-fogo é parcial e bastante frágil. A região de Rafah, no sul de Gaza, não é beneficiada por essa pausa nos combates.

O chefe das operações militares israelenses na Cisjordânia ocupada e em Gaza, Yoav Mordechai, informou que se a trégua for violada pelo Hamas, o Exército responderá com disparos contra a origem dos ataques palestinos.

O Hamas, acusado de intransigência por Israel, tenta articular uma solução para o conflito. Hoje, membros do movimento islâmico se reúnem no Cairo com os membros da Autoridade Palestina

Trégua dura pouco e Faixa de Gaza vive novo banho de sangue

AFP

A trégua de 72 horas entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza durou poucas horas e se transformou em um novo banho de sangue, com mais de 60 palestinos mortos, enquanto dois soldados israelenses morreram em uma operação na qual outro teria sido sequestrado.

O governo israelense não tardou em acusar o movimento islamita palestino e seus aliados de violação flagrante do cessar-fogo de três dias estabelecido entre Israel e o Hamas e que teoricamente entrou em vigor às 08h00 da manhã local (23h00 de quinta-feira em Brasília).

O Hamas também atribuiu o rompimento da trégua ao Estado hebreu.

Os confrontos mataram 62 pessoas perto de Rafah, sul de Gaza, e além das vítimas palestinas das últimas horas, um soldado israelense, o subtenente Hadar Goldin, de 23 anos, teria sido capturado.

Este conflito já deixou, em 25 dias, mais de 1.500 palestinos mortos, em sua maioria civis, assim como 63 soldados israelenses e três civis em Israel.

Segundo as forças israelenses, “terroristas” atacaram os militares que destruíam um túnel do Hamas perto de Rafah, onde um palestino detonou explosivos que levava consigo. Dois soldados hebreus foram mortos e um outro foi supostamente sequestrado.

“As primeiras informações sugerem que um soldado das forças de defesa de Israel foi sequestrado por terroristas”, durante uma operação que pretendia destruir os túneis do Hamas quando estava em vigor um cessar-fogo, anunciou o Exército em um comunicado.

Os Estados Unidos acusaram o Hamas de cometer uma barbárie ao violar o cessar-fogo.

“Os israelenses indicaram nesta manhã que o cessar-fogo foi violado e que os militantes do Hamas utilizaram a trégua humanitária para atacar soldados israelenses e tomar um refém. Isso é uma violação bárbara do acordo de cessar-fogo”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, à cadeia CNN.

“Trata-se de uma ação escandalosa e pedimos ao resto do mundo que se una a nós para condená-la”, afirmou o assessor adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Tony Blinken, à televisão MSNBC.

N/A

Conflito já deixou mais de 1.500 palestinos mortos em 25 dias, a maioria civis

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu a libertação imediata do soldado sequestrado e indicou que, se for confirmado, o ataque contra militares israelenses constitui uma “grave violação do cessar-fogo”.

“A ONU não possui meios independentes para verificar exatamente o que aconteceu”, lembrou Ban. Apesar disso, “esses atos colocam em questão a credibilidade das garantias que o Hamas deu à ONU”, considerou.

O rei Abdullah da Arábia Saudita criticou o silêncio indesculpável do mundo diante dos crimes de guerra realizados por Israel em Gaza, em um discurso difundido pela agência oficial SPA.

“Vemos derramar o sangue de nossos irmãos da Palestina nas matanças coletivas que não poupam ninguém, e nos crimes de guerra contra a humanidade que acontecem à vista de toda a comunidade internacional, que permanece indiferente aos acontecimentos da região”, afirmou.

Linha vermelha

Para Israel, o sequestro de um soldado representa uma linha vermelha. O rapto em junho de 2006 do soldado israelense Gilad Shalit desencadeou operações militares que duraram cinco meses na Faixa de Gaza. Shalit foi libertado em outubro de 2011 em troca de mil prisioneiros palestinos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas e outros grupos de terem violado de forma flagrante o cessar-fogo.

Para o porta-voz do Hamas em Gaza, Fawzi Barhum, “a ocupação (Israel) violou o cessar-fogo. A Resistência palestina agiu em nome de seu direito a se defender (e) para colocar fim ao massacre de nosso povo”.

Apesar do rompimento da trégua, o Egito indicou que vai manter as negociações previstas nesta sexta-feira no Cairo por um cessar-fogo duradouro.

População de Gaza desiludida

A trégua foi antecedida de duas horas de intensos bombardeios israelense e disparos de foguetes palestinos.

O conflito em Gaza desencadeia manifestações esporádicas de apoio nas grandes cidades da Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses mataram nesta sexta-feira um palestino perto de Nablus (norte).

A trégua havia sido estabelecida depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu um “cessar-fogo imediato e sem condições”.

Durante a reunião do Conselho, o chefe da Agência da ONU para a Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Pierre Krähenbühl, disse que a população da Faixa de Gaza está no limite.

Segundo Krähenbühl, que não conseguiu conter as lágrimas durante suas declarações, as condições de vida nos abrigos lotados da ONU, que reúnem cerca de 220 mil pessoas, “são cada vez mais precárias”, gerando riscos de epidemias.

A diretora de Operações Humanitárias da ONU, Valerie Amos, lembrou “a obrigação absoluta” dos beligerantes de proteger ao máximo os civis e os trabalhadores humanitários. “A realidade em Gaza hoje é que nenhum lugar está seguro”, lamentou, lembrando que 103 instalações da ONU haviam sido alvo de ataques desde o início do conflito.

O bombardeio, na quarta-feira, de uma escola da UNRWA no campo de refugiados de Jabaliya (norte da Faixa de Gaza), uma das 83 escolas da ONU usadas para abrigar os civis que fogem dos combates, foi energicamente condenado pelas Nações Unidas e por diversas capitais, incluindo Washington.

Apesar da pressão internacional, Netanyahu alertou na quinta que o Exército “vai terminar o trabalho” visando à destruição da capacidade militar do Hamas na Faixa de Gaza.

Colono israelita explica a palestinianos por que tem “direito divino” às suas terras (c/vídeo)

Um colono israelita expõe perante um grupo de palestinos por que pode ocupar as suas terras. “Sereis nossos escravos quando Messias regressar”, diz aos cinco palestinos.

Uma gravação, realizada num ponto indeterminado da Palestina ocupada, dá uma clara ideia sobre as motivações dos colonos israelitas ao deixarem as suas casas para ocuparem território palestino.  O vídeo mostra o colono israelita a tentar explicar a um grupo de pelo menos cinco palestinos as razões pelas quais têm de lhe ceder metade das suas terras para cultivar trigo.   

“Em breve o Messias virá, você entende isso, está escrito no Corão”, afirma o colono que adverte ainda os palestinos de que “quando o Messias vier serão nossos escravos”.

Os agricultores palestinos tentam discutir com o colono, “estas são as nossas terras”, dizem. Perante o argumento, o colono responde, “só se nos quisermos”,  para depois fazer uma oferta: “Tu queres pão e nós também queremos pão, para que isso seja justo tu semeias metade da terra e eu semeio a outra metade, o que é que te parece?”

“Mas estas terras são do meu pai, não posso deixar que semeies aqui”, responde um dos palestinos. “Não. A terra de Israel foi dada por Deus a Abraão, Isaac e Jacob e nós somos o povo de Israel, filhos de Jacob. Essa foi a sua vontade”, finaliza o colono israelita.

Paquistanesa é apedrejada pela família por casar-se com homem que amava

27. Maio 2014

Por Mubasher Bukhari

LAHORE (Reuters) – Uma mulher de 25 anos foi apedrejada até a morte por sua família do lado de fora de um dos principais tribunais do Paquistão nesta terça-feira, em uma chamada sentença de morte por “honra”, cujo motivo foi ter se casado com o homem que amava, disse a polícia.

Farzana Iqbal estava esperando a abertura da Alta Corte na cidade de Lahore, leste do país, quando um grupo de dezenas de homens a atacou com tijolos, disse o policial Umer Cheema.

O pai dela, dois irmãos e um ex-noivo estavam entre os agressores, disse ele. Farzana sofreu severos danos na cabeça e morreu no hospital, segundo a polícia.

Todos os suspeitos, exceto o pai, escaparam. Ele admitiu ter matado a filha, de acordo com Cheema, e afirmou que era uma questão de honra. Muitas famílias paquistanesas consideram que uma mulher se casar com alguém de sua própria escolha traz desonra à família. 

Farzana havia sido noiva de um primo, mas casou-se com outro homem, disse o policial. Sua família registrou uma acusação de sequestro contra ele, mas Farzana havia ido à corte para argumentar que havia casado com ele por vontade própria. 

Cerca de 1.000 paquistanesas são mortas todos os anos por suas famílias em nome da honra, de acordo com o grupo de direitos Aurat Foundation. Mas o número real é provavelmente muitas vezes maior, considerando que a fundação apenas registra dados baseados em registros de jornais. O governo não compila estatísticas nacionais.

Reuters

Sudanesa condenada à morte deu à luz hoje na prisão

Diário de Notícias| Mariana Pereira, com agênciasHoje

 
Sudanesa condenada à morte deu à luz hoje na prisão

Mariam Yahya Ibrahim, a sudanesa condenada à morte por enforcamento por recusar renunciar à sua fé cristã, deu à luz na madrugada de hoje, numa prisão de Cartum.

Meriam Yehya Ibrahim, sudanesa ortodoxa de 27 anos, casada com um cristão, deu à luz uma menina na madrugada de hoje, numa prisão de Cartum, onde está presa com o seu filho de 20 meses. A justiça sudanesa, regida pela lei islâmica (sharia) desde 1983, acusou Meriam de adultério em agosto de 2013, por estar em união com um homem que não é muçulmano. Em fevereiro de 2014, foi acusada de apostasia por se ter afirmado cristã, renunciando à religião do seu país. A 15 de maio foi condenada a cem chicotadas por adultério e, por apostasia, à morte por enforcamento. Ao ouvir o veredito, a jovem manteve-se impassível, segundo relataram as agências. As embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Holanda divulgaram um comunicado conjunto onde manifestaram a sua “profunda preocupação” com o caso e evocaram o “direito à liberdade de religião” perante o Sudão.

A Amnistia Internacional (AI) disse hoje que as condições da mãe e do bebé não são conhecidas, visto que o advogado de Meriam Ibrahim e o seu marido viram o acesso à prisão negado. “O Governo sudanês tem de garantir a sua segurança e a segurança das suas crianças, incluindo a recém-nascida”, disse ao britânicoThe Guardian Manar Idriss, da AI. Hoje, segundo o jornal britânico, o pedido de libertação de Ibrahim lançada pela AI tem o apoio de 700 mil pessoas em todo o mundo.

Ainda antes do nascimento de hoje, as autoridades sudanesas tinham já declarado que o cumprimento da sentença de morte de Ibrahim iria ser adiado por dois anos, para que ela possa cuidar da recém-nascida.

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