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Manifestantes protestam contra golpe militar em Bangcoc

Policiais dominam mulher durante protesto contra golpe militar neste sábado em Bangcoc, na Tailândia.

Policiais dominam mulher durante protesto contra golpe militar neste sábado em Bangcoc, na Tailândia|REUTERS/Athit Perawongmetha

Manifestantes desafiaram a lei marcial que proíbe protestos na Tailândia e saíram neste sábado (24) nas ruas da capital Bangcoc para condenar o golpe militar. “Por que o Exército faz isso?”, questionou Boontarika Sukonatat, uma manifestante de 55 anos ouvida pela agência AFP. Ela condenou o golpe ocorrido na quinta-feira, mas é um caso isolado. A maioria da população permanece indiferente à crise, num país que já sofreu 19 golpes ou tentativas de golpe de Estado desde 1932.

 

A junta militar que deu um golpe de Estado na Tailândia anunciou neste sábado (24) a dissolução do Senado, assumindo o poder legislativo no país. Paralelamente, os militares convocaram mais 35 pessoas para depor, entre elas vários estudantes universitários e o fundador do movimento monarquista antigoverno.

Os militares informaram que poderão manter a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra sob custódia durante uma semana. A libertação da ex-premiê “dependerá de sua cooperação”, disse um oficial militar. Yingluck Shinawatra, 46 anos, foi detida ontem, depois de a junta divulgar uma lista de 155 personalidades proibidas de deixar o território nacional. Seu partido afirma que ela está presa em uma base militar.

O golpe tem sido criticado pela comunidade internacional, incluindo Washington, que suspendeu parte da sua ajuda militar ao país aliado e pediu um “retorno à democracia”.

Com o golpe, o poderoso movimento pró-governo, conhecido pelas “camisas vermelhas”, foi temporariamente decapitado devido à prisão de vários de seus líderes. De acordo com a lei marcial imposta pelos militares, os detidos podem de fato ser mantidos sob custódia durante uma semana, sem acusações.

A ONG Human Rights Watch pediu ao Exército para “libertar todos aqueles que foram arbitrariamente detidos”, além de “restaurar com urgência a democracia” no país.

O comandante do Exército da Tailândia, Prayuth Chan-Ocha, chefe da junta, disse que os militares tomaram o poder para restaurar a ordem e promover reformas, após sete meses de instabilidade governamental e contestação política. Em uma carta endereçada ao rei Bhumibol, 86 anos, figura venerada na monarquia constitucional tailandesa, a junta pede que ele aprove o novo regime.

Segundo analistas, a crise na Tailândia está principalmente relacionada a uma disputa de poder no contexto da sucessão do rei Bhumibol.

Sete meses de protestos

Há 7 meses a Tailândia vive uma grave crise política que opõe os “camisas vermelhas” – partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, derrubado pelo Exército em 2006 -, e a elite monarquista, conhecida por “camisas amarelas”, cor da realeza do país.

Ex-magnata das telecomunicações, Thaksin vive no exílio desde 2008 para evitar cumprir uma pena de prisão na Tailândia por corrupção. Entretanto, ele se beneficia ainda de uma forte popularidade em algumas regiões rurais e zonas urbanas mais pobres.

Os antigoverno alegam que Thaksin continuava governando o país através de sua irmã. Yingluck era acusada por seus opositores de implementar um governo populista e de utilizar fundos públicos para compra de votos.

Desde o fim do ano passado, o confronto entre os dois grupos resultou na morte de 28 pessoas e mais de 700 feridos.

A oposição, que denunciava a dominação do “clã Shinawatra” aprovou o golpe, com a esperança de levar ao poder um primeiro-ministro “neutro”, capaz de realizar “reformas” antes da organização de uma nova eleição no país.

Chefe do Exército anuncia golpe de Estado na Tailândia

AGÊNCIA BRASIL

O chefe do Exército tailandês, general Prayut Chan-O-Cha, anunciou nesta quinta-feira (22) pela televisão um golpe de Estado “para que o país regresse à normalidade”, após sete meses de crise política. “Para que o país regresse à normalidade”, as Forças Armadas “tomam o poder a partir de 22 de maio às 16h30, declarou.

Na terça-feira (20), o general tinha anunciado a imposição da Lei Marcial, pela necessidade de manter a ordem no país, onde a violência causou 28 mortes desde o início da crise, no outono. “Todos os tailandeses devem manter a calma e os funcionários [públicos] devem continuar a trabalhar como habitualmente”, acrescentou.

O anúncio foi feito ao final da segunda rodada de negociações entre os principais atores da crise. Líderes dos manifestantes dos dois lados – anti e pró-governo (camisas vermelhas) – foram levados do local da reunião em veículos militares, pouco antes do anúncio do golpe de Estado, disseram testemunhas.

A Tailândia sofreu 18 golpes de Estado ou tentativas fracassadas ao longo de 80 anos. O último, em 2006, foi contra o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra (atualmente no exílio) e desencadeou uma série de crises políticas.

O episódio atual começou no outono, com manifestações para exigir a saída da irmã de Thaksin, primeira-ministra desde 2011. Yingluck foi destituída pelo Tribunal Constitucional no início do mês.

Foto: Reprodução

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Collor diz que impeachment foi ‘golpe parlamentar’

“A história precisa ser revisada, recontada e reconstruída, queiram ou não”. Esse foi o foco do pronunciamento feito pelo senador Fernando Collor, na tarde desta quinta-feira, no Senado Federal, duas semanas após o julgamento do Supremo Tribunal Federal, ocorrido no dia 25 de abril, que o absolveu, definitivamente – e por unanimidade –, de todas as acusações a ele imputadas quando no exercício da Presidência da República.

Collor comparou o impeachment sofrido, antes atribuído a ‘crimes de corrupção’ e hoje tratado como ‘julgamento político’, a um golpe de Estado, parecido com o ocorrido 1964. “Ora, condenação política, por fatos apurados que depois levaram a uma completa absolvição jurídica, pode ser interpretada como golpe”, disse ele.

E afirmou que a reflexão sobre as diversas opiniões reveladas na repercussão da decisão judicial, nessas duas semanas, o fez perceber que, de um modo geral, os meios demonstraram incômodo com a pergunta feita por ele: ‘Quem poderá me devolver tudo aquilo que perdi?’. E esse incômodo, segundo Collor, é por se depararem com a possibilidade de ter que revisar a história ‘que foi insuflada e escrita essencialmente pela mídia’.

Citando algumas reportagens recentes, algumas delas publicadas pela Revista Veja e pelos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, Collor se empenhou em desmistificar conceitos nelas contidas. Na sua avaliação, mesmo após a absolvição, os meios de comunicação continuam desvirtuando fatos, ‘ludibriando a população com informações erradas’.

Referindo-se a um trecho publicado pela Veja, segundo o qual, “ser inocentado no STF não significa que o Congresso errou ao destituí-lo do cargo”, Collor indagou: “Como não? Comissão Parlamentar de Inquérito, como assevera a Constituição Federal,’ tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, (…) sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores’. E foi exatamente isso o que aconteceu”.

E reforçou: “Se a fundamentação jurídica da CPI – e depois, do Ministério Público – estava improcedente – como atestou a Justiça Comum e o Supremo Tribunal Federal –, foi baseado em quê, então, que o Congresso Nacional decidiu pela cassação do mandato presidencial?” Na sua avaliação, o que sobrou foi apenas a predisposição política do Congresso Nacional em destituir o Presidente da República, por meio de uma decisão 100% política, como atesta a própria Revista Veja.

“Isso, sob esta ótica e visto de hoje – depois da decisão do Supremo Tribunal Federal e da própria conclusão da revista –, é a conclusão óbvia de que o impeachment, na prática, configurou um ‘golpe parlamentar’, já que decidiu politicamente baseado em elementos juridicamente inaceitáveis, ou, em outras palavras, em suposições, em elucubrações, em conjecturas, em mentiras”, destacou.

Fonte: Com gazetaweb.com e assessoria