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Concorrência chinesa ameaça sobrevivência de fábricas em Manaus

Componentistas lamentam prejuízo financeiro há dois anos e estão temerosos em fechar as portas

Jornal do Commércio

MANAUS – As fabricantes de componentes do Polo Industrial de Manaus (PIM) amargam prejuízos nos últimos dois anos devido à concorrência com importadoras chinesas. Segundo a Associação dos Fabricantes de Componentes da Amazônia (Aficam) os Processos Produtivos Básicos (PPBs) da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) já contemplam diretrizes de incentivo à compra de insumos locais, porém, a entidade alega falta de fiscalização. Atualmente existem apenas cinco empresas componentistas em funcionamento no Distrito Industrial.

O presidente da Aficam, Cristóvão Marques, afirma que três das cinco empresas fabricantes de componentes correm o risco de “fechar as portas” até o próximo ano por conta da competitividade com as indústrias chinesas. Entre os produtos importados por algumas montadoras instaladas no PIM estão: chicote de força, estamparia de forno micro-ondas, peças utilizadas no ar-condicionado split e ainda peças de injeção plástica. “As montadoras de produto final teriam que comprar componentes produzidos em Manaus. Porém, atualmente esses materiais são importados. Isso tem prej udicado o segmento. Corremos o risco de ter redução de mais três empresas”, alerta.

Segundo Marques, nos últimos dois anos muitos funcionários foram demitidos, número que, de acordo com ele, representa uma redução de 50% da produção. O presidente também disse que neste ano o setor já registrou queda de mais de 10% na produtividade em comparação ao primeiro semestre de 2013. Um dos produtos que continua sendo produzido mas sem saída é o carregador de celular.

O presidente afirma que a solução para o problema está na concessão dos incentivos fiscais, por parte da Suframa, somente às empresas que comprarem os componentes na capital. Ele avalia que a mudança resultaria na geração de empregos. Marques anuncia que a medida já foi inserida nos artigos do PPB da Suframa, porém, ainda falta fiscalização. “Temos cobrado a Suframa e a Seplan – Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – quanto a necessidade de haver vistorias relacionadas às compras feitas pelas empresas de bem final. A resposta que sempre recebemos é que a autarquia não tem pessoal suficiente para esse trabalho”, reclama.

Indústria. Foto: Marco Antonio/Jornal do Commercio

Falência

Neste ano, uma empresa decretou falência e demitiu 800 funcionários. Marques disse que não poderia anunciar o nome fábrica e nem das que ainda estão em funcionamento por temer problemas futuros com os clientes.

De acordo com o diretor de política industrial da Afcam, Jhones Lima, o modelo do Polo Industrial não apresenta incentivos que motivem a empresa do bem final a comprar produtos na região. Ele afirma que as indústrias coreanas e chinesas buscam comprar ao máximo materiais em seu país de origem por conta da viabilidade econômica e logística. “Isso restringe a nossa região. Se boa parte dos componentes fosse produzido pelo Polo Industrial, com certeza teríamos uma geração de empregos em maior escala. Não estamos pedindo para produzir tudo aqui mas acreditamos que é necessário intensificar essa atividade no PIM”, argumentou.

Um diretor de uma empresa fabricante de componentes e associado da Afcam, que pediu para não ter o seu nome e o da indústria revelados, também falou sobre a dificuldade enfrentada pelo setor. Ele disse que a empresa atua no PIM há 24 anos e que o problema da competitividade com os materiais chineses sempre existiu, mas que nos últimos dois anos a situação tem se agravado. Um dos principais motivos, segundo o diretor, é a demanda de investimentos exigidos pelo sistema econômico e industrial brasileiro que apresenta a obrigatoriedade dos gastos com o funcionário, com itens como a alimentação, fardamento e plano de saúde. Segundo o associado, na China a situação é bem diferente porque as empresas são livres desses encargos fiscais.

Em 2013 a empresa registrou uma queda de 20% na produção em comparação a 2012. Já no primeiro semestre deste ano houve um declínio de 16% dos materiais produzidos em relação ao primeiro semestre de 2013. A projeção, segundo o diretor, é de que até o final de 2014 esse índice alcance uma redução de 25%.

A solução, segundo o empresário, é a construção de uma política industrial mais adequada que incentive a compra dos produtos fabricados no Polo Industrial.

 

Zona Franca de Manaus teme efeitos do calote argentino

País vizinho absorve 26,8% das exportações, sendo principal parceiro comercial do Amazonas

JORNAL DO COMMÉRCIO|MANAUS

MANAUS – A Argentina, principal parceira comercial do Brasil – e do Amazonas –, corre contra o tempo e procura evitar cair no segundo calote da sua dívida em 13 anos. Com poucos dólares em caixa, os ‘hermanos’ tendem a reter as compras, o que pode afetar as exportações da Zona Franca de Manaus (ZFM), já que o país vizinho é responsável por absorver 26,8% de tudo o que é exportado pela ZFM, de aparelhos e lâminas de barbear a televisores e motocicletas, principalmente de 125 cilindradas, que foram responsáveis pela segunda maior arrecadação (20% de alta) da ZFM entre janeiro e maio deste ano.

Presente para apoiar a base produtiva do Estado, com foco nas exportações, o Centro Internacional de Negócios (CIN-AM) espera por mais detalhes e pelo fim do prazo estabelecido para poder tomar qualquer medida de proteção à indústria amazonense, conta o gerente executivo do Centro, José Marcelo de Lima. “É tudo muito recente e ainda não fomos atingidos em cheio. Talvez piore nos próximos meses, mas as reduções nas exportações já eram vistas. O que nos irá segurar os negócios da ZFM será o mercado interno que vem absorvendo nossa produção. Esperamos por medidas do governo federal para tomarmos as nossas”, disse Lima.

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Austeridade

As imposições da Suprema Corte dos EUA, que cobram do governo argentino o pagamento dos ‘fundos abutres’(como os argentinos chamam os credores), podem jogar o país vizinho em uma política de austeridade e a falta dos dólares argentinos em nosso mercado, pode ser a causa de crises nas exportações da ZFM, aponta o presidente do sistema Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-Am), José Roberto Tadros. “Desde a criação do Mercosul (bloco econômico, formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela) venho dizendo: mercado entre países pobres não tem a chance de vingar. No caso com a Argentina é ainda pior, pois este amarra o Brasil e o impede de fazer novos negócios”, disse.

Para Tadros, a crise argentina é crônica e este calote pode abalar a economia em um momento já difícil, com poucas exportações e balança comercial em baixa. Mesmo assim o presidente acredita que o quadro pode ser revertido. “A presidente argentina declarou que há uma reserva de fundos para o pagamento, creio que a dívida será mais uma vez renegociada”, resume.

Tragédia anunciada

Em mais de uma década de crise o governo argentino vem causando insegurança no mercado internacional e o recente agravamento da situação econômica parece ser a confirmação de uma tragédia anunciada, conta o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon- AM) Marcus Evangelista.

Segundo o economista, pouco se pode fazer quanto a possível crise nas exportações da ZFM. “As perspectivas sempre foram ruins, desde o primeiro sinal de calote. Infelizmente, por um tempo vamos ficar sem um parceiro comercial. O que podemos fazer é procurar novas parceiras e aguardar”, fecha.

O tempo de espera por melhoras, segundo Evangelista não pode ser determinado agora, mas o economista cita viradas de jogo como o que aconteceu nos EUA em 2008. “Uma coisa boa é que nenhuma crise pode ser eterna e esse jogo pode ser mudado. A crise americana parecia ser duradoura, mas o país conseguiu superar. Esperamos o mesmo para a Argentina,” disse.

O mercado brasileiro e amazonense têm se mostrado preparado para oscilações econômicas, mas os golpes nem sempre são absorvidos. A falta de vendas para a Argentina fará o Brasil buscar outros parceiros do Mercosul, países com economia também cambaleante. “O governo argentino de vez em quando solta uma ‘bomba’ dessas, às vezes com imposições tarifárias que impedem novos negócios. No momento o que podemos fazer é manter as exportações para outros países”, conta Lima.

Alternativas

Como alternativas para o mercado argentino, o presidente do CIN-AM lembra dos concentrados e bases de bebidas dos produtos Coca-Cola da Recofarma, que exporta para Venezuela, Colômbia, Paraguai, Equador e Trinidad/Tobago, além da P&G que abastece o Mercosul e mais de 19 países com produtos de higiene pessoal. “Estas empresas junto ao mercado interno, tem tido grande representatividade para a ZFM e devem ser incentivadas”, ressalta Lima.

Usar a capacidade de fazer bons negócios adquirida pela indústria amazonense também é citada como alternativa para o PIM e para o comércio do Estado, segundo o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) Wilson Périco. “Cabe às políticas comerciais de cada empresa decidir sobre a busca de novos parceiros. Já havia essa dificuldade de receber dos argentinos, então o melhor seria fazer novos negócios ou incrementar o mercado interno,” conta Périco.

 

Na indústria, perda por dia parado pode chegar a R$ 7 bi

Ainda que o Brasil saia campeão da Copa do Mundo, há quem possa preferir não comemorar. Por causa da realização do evento no País, indústria e comércio, já fragilizados pelo desaquecimento da economia doméstica, devem ter perdas ainda mais intensas por causa dos feriados decretados no período do Mundial.

 
Na indústria brasileira, cada dia útil parado representa em média R$ 7,27 bilhões a menos no valor bruto da produção, calcula a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Só no parque fabril paulista, o maior do País, a perda pode chegar a R$ 2,854 bilhões por dia útil a menos. Na esfera municipal, a capital (cerca de 18% da produção do Estado) perde aproximadamente R$ 515 milhões a cada dia de produção parada.
 
A Fiesp pondera, entretanto, que há chances de o saldo final distinguir dessas estimativas, já que alguns empresários podem ter se antecipado à paralisação realizando turnos extras. Além disso, alguns jogos ocorreram só após as 16h, o que prejudicaria apenas parte da produção média diária. “Mas o valor citado nos dá uma boa ideia dos prejuízos”, diz em relatório.
 
No município do Rio de Janeiro, a Copa do Mundo deve tirar R$ 327 milhões da indústria local, calcula a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). São três dias de interrupção nos trabalhos apenas por conta do Mundial. A prefeitura decretou feriado parcial no dia 18 de junho e feriado integral nos dias 25 de junho e 4 de julho. A Firjan não acrescentou à conta as interrupções de jornada durante os jogos do Brasil.
 
A perda acumulada nos três feriados locais da Copa mais os dias de trabalho perdidos em feriados oficiais no ano podem fazer o prejuízo da indústria carioca chegar a R$ 1,76 bilhão, o equivalente a 5,4% do PIB industrial do município.
 
Na última quarta, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), informou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,8 ponto porcentual na prévia de junho, para 83,5%, o menor patamar desde novembro de 2011. A redução se deveu à desaceleração da indústria nos últimos meses e aos estoques elevados, mas também à antecipação de férias em algumas empresas, aproveitando a Copa.
 
O comércio tampouco deve se beneficiar do evento de modo geral, diante de uma demanda doméstica fragilizada e pouco impulso vindo dos estrangeiros. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que cada dia útil perdido com um feriado significa em média 9% de lucro a menos no mês. O efeito varia conforme a localização do estabelecimento. No Rio e em São Paulo, a queda pode ser ainda maior, entre 10% e 11%.
 
“Para o varejista (do Rio), sacrificar 30% do lucro dói”, diz o economista da CNC Fábio Bentes. Insistir em abrir as portas do negócio não é alternativa melhor, já que os custos com funcionários são dobrados.
 
Gringos
 
Nem a vinda de estrangeiros deve melhorar a situação. Com raras exceções, as vendas para turistas se concentram em suvenires, destaca o assessor econômico Fábio Pina, da Fecomercio-SP. Para eles, não compensa fazer compras no Brasil. “Os produtos aqui são mais caros que nos países dos turistas que nos visitam”, diz. “Não há possibilidade de um evento como a Copa do Mundo reverter uma situação macroeconômica complicada.”
 
O impacto positivo da Copa ficará concentrado em segmentos ligados a lazer e alimentação. As vendas de televisores devem movimentar R$ 863 milhões, segundo a CNC, ajudadas pelo barateamento do item, que custa em média 44,4% menos do que na última Copa. Nos supermercados, as vendas de carnes e bebidas frias devem puxar os resultados. “Para o comércio como um todo, o impacto não será positivo. Geralmente não é, e o fato de ser aqui agrava isso. As vendas são menores, já que a circulação cai dramaticamente em dias de jogo”, diz Bentes. 

Conheça as origens do selo da Zona Franca de Manaus

Marca integrou parte da estratégia de divulgação da indústria amazonense por 32 anos

Selo da Zona Franca de Manaus. Foto: Divulgação/Suframa

MANAUS – Leveza, harmonia, simplicidade e universalidade. Foram estes os conceitos usados para a criação do selo Zona Franca de Manaus (ZFM) em 1982. A imagem da garça com asas abertas, estampada nos produtos oriundos da indústria local, foi desenvolvida pela agência amazonense Saga Publicidade. “A escolha da garça como elemento gráfico tem uma explicação simples: leveza, apelo visual, liberdade para voar – em termos de mercado, visando inclusive as exportações”, explica o autor da marca, o diretor de criação Reginaldo Lima.

Segundo ele, independente de ser a garça um símbolo amazônico, a ave é encontrada em todo o país. “E isso tinha a ver com a discussão do momento, em nossos brainstormings, pois já considerávamos que a Zona Franca de Manaus era, de fato, Zona Franca do Brasil. Um modelo nacional de desenvolvimento econômico e social”, ressalta. Além da parte visual, a agência também teve importante participação no desenvolvimento de estratégias de divulgação da ZFM no eixo Rio-São Paulo.

Reginaldo Lima, Diretor de Arte da Saga Publicidade e criador do selo ZFM. Foto: Arquivo Pessoal/Cedida

Em colaboração com a Associação Comercial do Amazonas (ACA) e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), a Saga fez uma campanha publicitária nacional e elaborou estratégias de divulgação da indústria local. Na década de 1980, os segmentos de eletroeletrônicos, oftálmicos, relojoeiros e motocicletas da ZFM abasteciam quase a totalidade do mercado brasileiro. Assim, a agência propôs à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que os lançamentos publicitários dos produtos produzidos no polo fosse realizado primeiro em Manaus. A obrigatoriedade do uso do selo, não apenas na embalagem dos produtos, mas nas campanhas publicitarias também fez parte da estratégia.

Garça voando em Jurubatiba foto Rômulo Campos - ICMBio

Originalmente, a marca trazia o texto “Produzido na Zona Franca de Manaus. Conheça o Amazonas”. A partir de 1998, com a ampliação dos benefícios da Zona Franca de Manaus para as Áreas de Livre Comércio em Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, adotou-se um texto mais abrangente. Desde então, a marca traz o texto “Produzido no Polo Industrial de Manaus. Conheça a Amazônia”.

 

Copa faz Bangladesh bater recorde de exportações de camisetas

Ambulantes da 25 de março, em São Paulo, oferecem uma gama variada de camisas da seleção para a Copa do Mundo.

Ambulantes da 25 de março, em São Paulo, oferecem uma gama variada de camisas da seleção para a Copa do Mundo|Reprodução Youtube
RFI

A Copa do Mundo 2014 ajudou Bangladesh a bater um recorde de fabricação de vestuário. Apesar de uma série de acidentes que chamaram atenção para os problemas de segurança de trabalho na indústria têxtil do país, as empresas bengalesas receberam pelo menos 500 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) em encomendas de camisetas das equipes de futebol que vão disputar o Mundial.

A Associação dos Fabricantes e Exportadores de Artigos Têxteis de Bangladesh (BKMEA, em bengali), que reúne cerca de 1.000 indústrias de camisetas, afirmou nesta segunda-feira (2) que as exportações deste ano aumentaram 14%. A produção de vestuário ligado à Copa do Mundo é responsável pela alta, conforme a entidade.

“Cerca de 100 fábricas tiveram encomendas de camisetas de futebol para os torcedores da Copa do mundo. Ainda não temos números exatos sobre essas exportações, mas elas devem representar entre 500 milhões (1,1 bilhão de reais) e 1 bilhão de dólares (2,2 bilhões de reais)”, disse o presidente da BKMEA, Mohammad Hatem.

Graças às encomendas, a receita da venda de camisetas para o exterior vai bater o recorde de 25 bilhões de dólares (56 bilhões de reais) no primeiro semestre, um aumento de 3 bilhões de dólares em relação ao mesmo período do ano passado. “Uma grande parte do crescimento vêm dos produtos para a Copa do Mundo”, explicou o dirigente.

País fabrica para quase todas as equipes

As indústrias do país são fornecedoras para marcas como Puma e Adidas e confeccionam quase todas as camisetas oficiais das 32 equipes que disputarão o Mundial. Devido ao baixo custo de produção, Bangladesh é o segundo maior produtor mundial de roupas, atrás da China.

A indústria têxtil é a principal atividade econômica do país e responde por 80% das receitas de exportação, além de empregar 4 milhões de pessoas. Mas as instalações precárias das fábricas levaram várias marcas a questionar ou acabar com a produção em Bangladesh. Em abril de 2013, pelo menos 1.138 pessoas morreram na queda do prédio Rana Plaza, onde diversas fábricas estavam instaladas.

Emprego na indústria cresce 0,2% em março, segundo IBGE

Estadão Conteúdo

O emprego na indústria avançou 0,2% na passagem de fevereiro para março, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 13. Na comparação com março de 2013, o emprego industrial apontou queda de 1,9% em março deste ano. No acumulado do primeiro trimestre de 2014, os postos de trabalho na indústria diminuíram 2,0%. Em 12 meses, o emprego industrial acumulou queda de 1,4%. 
 
O número de horas pagas recuou 0,3% na passagem de fevereiro para março, registrando assim a segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, período em que acumulou uma perda de 0,4%. Já em relação a março do ano passado, o número de horas pagas caiu 2,4%, a décima taxa negativa seguida, com resultados negativos em dez dos 14 locais e em 14 dos 18 ramos pesquisados. No ano, o número de horas apresentou redução de 2,3%, e, em 12 meses, foi vista queda de 1,4%. 
 
Folha de pagamento
 
O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores recuou 2,1% em março. No mês anterior, a folha tinha avançado 1,5%. Em março houve influência negativa tanto da indústria de transformação, que teve queda de 1,5% no valor da folha de pagamento, quanto do setor extrativo, que também caiu 1,5%.
 
Na comparação com março de 2013, o valor da folha de pagamento real cresceu 0,5% em março deste ano, terceiro resultado positivo seguido nesse tipo de comparação, com avanços em nove dos 14 locais investigados. No ano, a folha de pagamento da indústria sobe 2,1%, e, em 12 meses, a expansão é de 1,4%.

Decisão sobre venda de parte da Alstom para GE ou Siemens pode sair hoje

General Eletrics e Siemens estão na disputa pela compra de parte da companhia francesa Alstom.

 
General Eletrics e Siemens estão na disputa pela compra de parte da companhia francesa Alstom.

REUTERS/Stephane Mahe
RFI

A França vive um momento de suspense sobre o futuro da gigante do setor de energia e de transporte, a companhia francesa Alstom, um dos maiores símbolos da indústria do país. A americana General Electric (GE) fez uma oferta para as atividades de energia do grupo que representam 73% da Alstom, mas o governo francês privilegia um negócio com a alemã Siemens. O presidente François Hollande  encontra hoje (28) os dirigentes das duas concorrentes à compra da companhia francesa.

 

François Hollande se reuniu nesta manhã com o presidente da GE, Jeffrey Immelt. Em comunicado, o americano classificou o encontro como “aberto, caloroso e construtivo”. “Foi importante para nós conhecer o ponto de vista do presidente e discutir sobre nossos projetos, nossa história de sucesso como investidores na França e nosso engajamento a longo termo no país”, disse.

De acordo com uma fonte do palácio do Eliseu, Hollande lembrou a Immelt os três pontos que preocupam as autoridades francesas: o emprego, a localização das atividades (energia e transportes, essencialmente) e a independência energética da França.

GE x Siemens

A GE era a principal candidata à compra da francesa Alstom até ontem. As negociações estavam avançadas e a transação estimada em € 10 bilhões. A situação preocupou o governo francês, que não gostaria de perder o controle da empresa.

A Siemens entrou no negócio ontem pela manhã, dizendo-se disposta a discutir sobre a compra da companhia francesa. O negócio incluiria “a metade do setor de transporte” e garantiria a manutençã dos empregos da Alstom por pelo menos três anos. O anúncio resultou no cancelamento do encontro previsto para ontem do ministro francês da Economia, Arnaud Montebourg, com o presidente da companhia americana GE Jeffrey Immelt.

Montebourg, o presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro Manuel Valls, além da ministra da Energia, Segolène Royal, se reuniram ontem para discutir os interesses estratégicos da França sobre a venda da companhia francesa.

O Estado não é mais acionário da Alstom desde 2006, mas o governo, que luta contra o desemprego e a retomada econômica da indústria, quer encontrar uma melhor alternativa além da venda de 70% das ações da Alstom para a GE.

Decisão

O presidente francês também se encontra nesta noite com o presidente da Siemens, Joe Kaeser, e com o principal acionista da Alstom, Martin Bouygues. No início desta tarde, a Siemens anunciou que decidirá “logo que possível”, após a reunião de seus dirigentes com o chefe de Estado francês, se fará oficialmente uma proposta à Alstom. De acordo com informações extraoficiais, obtidas pela Agência France Press (AFP), o grupo alemão pretende oferecer a compra das atividades energéticas da Alstom e lhe ceder uma parte de suas atividades ferroviárias.

noticias gerais e, especificamente, do bairro do Brás, principalmente do comércio