Cerca de 700 mil usuários ingleses do Facebook participaram, sem saber, de uma pesquisa científica. O site modificou a timeline dos eleitos, aumentando o número de ‘posts’ negativos ou positivos, para saber como isso influenciava o humor dos internautas.
Em seguida, as respostas dos usuários eram analisadas. O objetivo era saber se as reações no Facebook influenciavam o humor dos internautas e se havia uma espécie de “contágio emocional.” O Facebook possui um algoritmo, o Edge Rank, que faz esta seleção de acordo com o número de interações e compartilhamentos.
O estudo, publicado na revista científica americana PNAS no dia 17 de junho, constatou que os internautas mudavam de comportamento, publicando conteúdos de conotação mais positiva ou negativa, dependendo das mensagens publicadas na timeline.
Contágio emocional
A pesquisa concluiu que as emoções “se comunicam”, e podem conduzir as pessoas a sentirem as mesmas emoções sem que ninguém tenha consciência disso. O Facebook age legalmente, já que ao aceitar as condições de utilização –que verdade seja dita, raramente são lidas até o fim- os internautas com perfil público cedem todo o conteúdo publicado no site.
Os autores concluíram que existe um “contágio emocional” em massa nas redes sociais. Outros estudos similares já haviam analisado o mesmo fenômeno, mas esta é a primeira que os autores manipulam os dados dos internautas diretamente na fonte.
Facebook diz que pesquisa ajudará a “melhorar serviços”
A imprensa americana questiona se o estudo, apesar de ser legal, é ético. Afinal, Facebook não esconde a manipulação sistemática dos dados de seus usuários. A rede social, que tem mais de 1 bilhão de internautas ativos inscritos, rejeita as acusações.
Ao jornal Le Monde, a porta-voz do site, Isabel Hernandez, disse que “as pesquisas são feitas para melhorar os serviços do Facebook, e uma grande parte delas é voltada para saber como as pessoas respondem aos conteúdos positivos ou negativos. “Examinamos as buscas com cuidado e temos um processo rigoroso”, justificou. Segundo o jornal The New York Times, Facebook é o único gigante da Internet que analisa e manipula dados de seus usuários.