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Bombardeio mata oito crianças palestinas que brincavam num parquinho em Gaza

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza, espera por atendimento no hospital.

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza, espera por atendimento no hospital.

REUTERS/Finbarr O’Reilly/Files

Dez palestinos, incluindo oito crianças, morreram nesta segunda-feira (28) em um bombardeio ao campo de refugiados de Al Chati, na cidade de Gaza. As crianças teriam sido atingidas quando brincavam no parquinho do campo, na beira da praia. Quatro civis israelenses morreram, por sua vez, devido à explosão de um morteiro lançado de Gaza. O artefato caiu perto da fronteira, na região de Eshkol, no sul de Israel.

 

O bombardeio ao campo de refufiados de Al Chati deixou 40 feridos. Os corpos das crianças e de dois adultos foram levados para o hospital de Chifa, o maior do enclave palestino, que também foi alvo de uma explosão. Apenas um muro do estabelecimento foi danificado. O Exército de Israel acusa o Hamas pelos dois incidentes. Um comunicado militar afirma que eles foram provocados por “foguetes mal direcionados pelos terroristas de Gaza”.

Durante a madrugada e o período da manhã, os bombardeios diminuíram de ambos os lados, dando a impressão que havia uma trégua não-declarada entre os beligerantes. Porém, à tarde, os disparos recomeçaram.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a declaração do Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza “não atende às exigências de segurança de Israel, principalmente no que diz respeito à desmilitarização” do território palestino.

Netanyahu conversou por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e lamentou que o texto do Conselho não faça alusão “aos ataques contra a população civil israelense nem ao uso dos palestinos como escudos humanos pelo Hamas”.

Ban Ki-Moon pede “humanidade” aos dirigentes

Ban Ki-Moon reiterou o apelo para que Israel e o Hamas ponham um fim ao conflito em Gaza, insistindo na necessidade de ambas as partes “honrarem” os pedidos de cessar-fogo da comunidade internacional. “Em nome da humanidade, a violência tem de parar”, disse o secretário-geral da ONU.

Ontem, reunidos emergencialmente em Nova York, os 15 países do Conselho de Segurança da ONU pediram que Israel e o Hamas aplicassem uma trégua humanitária durante e depois da festa muçulmana do Eid al-Fitr, que marca, nesta segunda-feira, o fim do jejum do Ramadã. O Conselho pediu assistência humanitária à população de Gaza, com o aumento das contribuições ao escritório da ONU para os refugiados palestinos.

Palestinos de Jerusalém pedem fim da ofensiva

Cerca de 45 mil palestinos se reuniram na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, para manifestar neste último dia do Ramadã um fervoroso apoio aos moradores de Gaza.

Muitos participantes usavam camisetas com frases de solidariedade aos vizinhos, como “estamos com vocês nesta festa do Eid al-Fitr” e “daremos nosso sangue por Gaza”. Outros vestiam camisetas de apoio ao braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, com dizeres do tipo “sequestrem mais soldados israelenses”.

A polícia israelense se manteve à distância dos manifestantes.

Faixa de Gaza tem trégua não-declarada para festa religiosa muçulmana

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza.

Criança palestina, vítima do ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza.

REUTERS/Finbarr O’Reilly/Files

O Conselho de Segurança da ONU adotou na madrugada desta segunda-feira (28) uma declaração unânime exigindo um “cessar-fogo humanitário imediato e incondicional” na Faixa de Gaza. Desde ontem, as hostilidades praticamente pararam, por conta da festa muçulmana do Eid al-Fitr, que marca o fim do jejum do Ramadã.

 

Os 15 países reunidos emergencialmente em Nova York pediram que Israel e o Hamas apliquem essa trégua “plenamente”, não só durante a data religiosa, mas depois também. E, que respeitem o direito internacional, principalmente no que diz respeito à proteção dos civis.

O Conselho pediu assistência humanitária à população de Gaza, com o aumento das contribuições ao escritório da ONU para os refugiados palestinos. Em alusão ao bombardeio de uma escola das Nações Unidas, o comunicado frisa que instalações civis e humanitárias devem ser respeitadas e protegidas. Único membro árabe do Conselho, a Jordânia pediu que a declaração seja adotada solenemente sem demora.

O embaixador palestino na ONU, Ryad Mansur, lamentou que o Conselho não tenha pedido o fim do embargo israelense a Gaza e que tenha optado por uma simples declaração no lugar de uma resolução. Do lado israelense, o embaixador Ron Prosor condenou o texto por não citar o Hamas nem seus foguetes. Ele voltou a acusar o movimento islâmico de usar a população como escudo humano.

Desde ontem à noite, os ataques praticamente cessaram, por ocasião da festa muçulmana. Um porta-voz do Hamas afirmou que “Israel será responsabilizado por qualquer escalada durante o Eid al-Fitr”. De acordo com o exército israelense, desde as 23 horas do domingo, o Hamas não atira nenhum foguete e Israel não realiza nenhum ataque aéreo.

Apesar disso, hoje de manhã, dois palestinos que haviam sido feridos na semana passada morreram na Faixa de Gaza. Com isso, o número de palestinos mortos desde o início da operação Limite Protetor, em 8 de julho, chega a 1.035. Os hospitais de Gaza receberam 6.200 feridos. Do lado israelense, o conflito deixou até agora 43 soldados mortos e três civis, atingidos pelos foguetes do Hamas.

Combates na Ucrânia já deixaram mais de 1.100 mortos desde abril

Um separatista pró-russo ao norte da cidade de Donetsk, bastião da insurgência.

Um separatista pró-russo ao norte da cidade de Donetsk, bastião da insurgência.

AFP PHOTO/ BULENT KILIC

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (28), a ONU denunciou as mortes de 1.129 pessoas desde o início da operação do Exército contra os separatistas no leste da Ucrânia, em meados de abril. Além do elevado número de mortes, os combates deixaram 3.442 feridos, segundo a ONU.

 

O texto chama de alarmantes as informações sobre os combates em Donetsk e Lugansk, onde as duas partes “utilizam armas pesadas como artilharia, tanques, foguetes e mísseis” em áreas residenciais.

Citada pelo comunicado, a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirma que a queda do avião da Malaysia Airlines, abatido por um míssil no leste da Ucrânia, pode se assimilar a um crime de guerra. “Tudo será feito para que os responsáveis dessa tragédia sejam levados à justiça”, disse ela. O Boeing fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur no dia 17 de julho, com 298 pessoas a bordo. Kiev e as potências ocidentais apontam a responsabilidade dos rebeldes pró-russos e de seus aliados em Moscou.

Dez dias depois do acidente, fragmentos de corpos e pedaços da aeronave continuam espalhados pela região sob controle dos separatistas. Apesar de um frágil cessar-fogo ter sido estabelecido ao redor do área, os combates voltaram a se intensificar.

Equipes de policiais holandeses e australianos tentam chegar ao local do acidente. Ontem, eles desistiram da incursão por conta dos confrontos entre tropas ucranianas e rebeldes pró-russos, que aconteciam não só na estrada que leva à região, mas no próprio local do acidente, a cerca de 60 quilômetros de Donetsk, bastião da insurgência. A ministra australiana das Relações Exteriores, Julie Bishop, viajou a Kiev para discutir o assunto com as autoridades locais.

Desarmados, os policiais não estão encarregados da segurança do perímetro. Eles vão simplesmente observar o local em detalhes, uma etapa importante para a investigação, que deve durar entre cinco e sete dias.