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China inaugura em Cuba fábrica de biossensores para diabéticos

AFP – Agence France-Presse

21/07/2014

O presidente chinês, Xi Jinping, vai inaugurar em Cuba uma fábrica de biossensores para o controle do diabetes, uma transferência de tecnologia de seu país para a ilha, noticiou no domingo o jornal Juventud Rebelde.

Idalmelis del Castillo, diretora da fábrica, assegurou que a instalação “terá capacidade produtiva anual de 20 milhões de biossensores (tiras reativas usadas no glicosímetro para revelar os níveis reais de glicose no sangue), mas se estima que os volumes produtivos vão aumentar progressivamente, quando forem exploradas todas as capacidades e seja possível implantar a dupla jornada de trabalho”.

Em Cuba, com uma população de 11,2 milhões de habitantes, “existem aproximadamente 800.000 pacientes que se queixam de doença crônica, e se estima que haja um por cento da população que desconhece sofrer dela”, destacou o jornal.

Xi chega esta segunda-feira a Cuba para uma visita de dois dias, que encerra um giro latino-americano e coincidirá com um grupo de importantes empresários chineses, interessados em investir na ilha.

A fábrica “é o resultado de uma transferência de tecnologia da empresa chinesa Sinocare ao Centro de Imuno-ensaio (CIE) de Cuba”, afirmou Niurka Carlos, diretora do CIE.

Del Castillo, por sua vez, antecipou que está previsto “que os glicosímetros que hoje são fabricados na China com a marca (cubana) SUMA, possam ser feitos na Zona Especial de Desenvolvimento Mariel em um futuro não distante. Será uma produção mista entre o Centro de Imuno-ensaio e a Sinocare”.

Cuba inaugurou em janeiro o mega-porto de Mariel, 45 km a oeste de Havana, em cujo entorno está prevista uma zona industrial com investimentos estrangeiros em condições de zona franca.

Também pôs em vigor, em junho, uma nova Lei de Investimentos Estrangeiros, que prioriza o desenvolvimento das energias renováveis, a indústria agroalimentar, a de envases e embalagens, de telecomunicações e informática.

A produção da fábrica estará destinado ao mercado cubano e à exportação para países da região, disseram os funcionários.

A China é o segundo parceiro comercial de Cuba, depois da Venezuela, com um volume de negócios de 1,695 bilhão de dólares em 2012, segundo as últimas cifras publicadas.

Também é a primeira fonte de créditos para a ilha, que não é membro dos organismos internacionais de financiamento, e sofre desde 1962 um embargo americano que limita o acesso.

Bancos investem em caixas mais modernos para evitar prejuízos em roubos

Estadão Conteúdo

Os caixas eletrônicos recicladores, que permitem o depósito de dinheiro ou cheque, sem envelope, têm potencial para alcançar participação de 5% da rede de terminais de autoatendimento no Brasil até o ano que vem. A previsão é de Marco Aurélio Freitas, diretor comercial e de marketing da Perto, fabricante dessas máquinas.
 
A grande diferença para o modelo anterior é, segundo especialistas, o fato de o depósito ser imediato. No procedimento feito por envelopes, os depósitos são compensados apenas no dia seguinte à operação. “Os bancos no Brasil ainda têm projetos pilotos de caixas eletrônicos recicladores, mas a tendência é que a rede cresça uma vez que esses terminais equilibram a entrada e saída de recursos”, diz Freitas.
 
No Japão, quase todos os caixas eletrônicos já têm essa funcionalidade. Segundo especialistas, a Ásia é líder na adoção desta tecnologia. No Brasil, a troca dos caixas eletrônicos tradicionais para os recicladores deve ocorrer, na opinião de Wilton Ruas, executivo da fabricante japonesa OKI, de forma paulatina, à medida que a vida útil dos terminais disponíveis atualmente for chegando ao fim. “O caixa eletrônico reciclador faz a contagem das notas e reconhece cédulas falsas, ampliando a funcionalidade para os clientes e contribuindo para a redução de custos operacionais e de segurança”, disse Ruas, da OKI, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Com o reciclador, o novo caixa passa a ter mais dinheiro efetivo e reduz gastos com transporte de valores.
 
Os caixas sem envelopes estão apenas começando a ganhar força no Brasil. A tecnologia já está disponível no mercado há alguns anos, mas, entre os bancos, apenas o Banrisul oferecia o benefício em parceria com a rede Saque e Pague. Na feira de tecnologia para bancos, a Ciab Febraban, que terminou ontem em São Paulo, o assunto ganhou força em meio ao avanço das negociações entre fabricantes e instituições bancárias.
 
O Bradesco, por exemplo, acabou de anunciar que oferecerá aos clientes um ATM (sigla, em inglês, para caixas eletrônicos) com reciclador de cédulas para depósito em dinheiro. O novo terminal feito em parceria com NCR, estará disponível no Bradesco Next, espaço conceito onde o banco apresenta novidades em soluções bancárias, localizado no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo.
 
A expansão desse caixa para outras unidades depende, conforme Maurício Machado de Minas, vice-presidente executivo da instituição, de um estudo do banco que está mapeando as unidades nas quais os novos terminais fazem sentido do ponto de vista de equilíbrio entre saques e depósitos. Até meados do ano que vem, o banco espera ter 1 mil caixas que realizam depósitos em dinheiro sem a necessidade de envelope e que são creditados de imediato na conta do cliente.
 
Freitas, da Perto, lembra que os terminais de autoatendimento recicladores são tecnologias complementares e podem ou não substituir as existentes. O custo atual de um novo terminal, conforme ele, varia de R$ 35 mil a R$ 55 mil e o tempo de vida vai de cinco a sete anos, podendo chegar a dez anos em alguns casos. A Perto fornece ATMs para diversas instituições, como Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e HSBC. Segundo ele, a empresa acaba de fechar contrato com o BB para fornecer 6 mil ATMs e busca novos clientes de peso, embora, não revele nomes. A Perto tem hoje cerca de 45 mil máquinas comercializadas.
 
Pesquisa da Febraban mostra que, dos 166 mil ATMs disponíveis no Brasil em 2013, 66% são terminais “full”, com duas ou mais funções, como dispensador de cédulas, terminal para depósito e extrato e dispensador de cheque. As máquinas que contam apenas com dispensador de cédulas somam 24%. As que têm somente dispensador de cheques são 13%, segundo a Federação. Terminais de depósitos e extratos são 2% da rede total de ATMs no Brasil.

Novartis investe no mercado de câncer

FARMACÊUTICAS E MARKETING

O presidente mundial da Novartis, Joe Jimenez, durante uma assembléia de acionistas.

O presidente mundial da Novartis, Joe Jimenez, durante uma assembléia de acionistas. (Keystone)

Por Chantal Britt, swissinfo.ch 
04. Junho 2014 – 11:17

O que leva a Novartis a pagar até 14 bilhões de francos à concorrente GlaxoSmithKline (GSK) por um portfólio de medicamentos contra o câncer, outrora difícil a vender? Analistas acreditam que a multinacional farmacêutica suíça não está jogando fora seu dinheiro. Para ter sucesso, é necessário ter um marketing direcionado a uma doença específica.

Por exemplo, o tratamento contra o câncer do seio Tykerb que compete com o Herceptin (Roche) e seu sucessor, Perjeta. Apesar de já estar no mercado há sete anos e ter provado sua eficácia, o Tykerb, vendido na Europa sob a marca “Tyverb”, nunca se tornou um sucesso de vendas. Pelo contrário, elas têm caído atualmente.
 
A GSK não soube explorar o potencial do Tykerb e de outros medicamentos contra o câncer vendidos à Novartis, pois suas atividades estavam principalmente direcionadas às doenças respiratórias. O câncer representava apenas 5,4% do volume dos seus negócios. “Para eles faltavam produtos de sucesso, cujas vendas teriam permitido o desenvolvimento de novos medicamentos”, avalia Michael Nawrath, analista do Banco Cantonal de Zurique.
 
Esse tipo de cenário seria inconcebível na Roche ou Novartis, os números um do câncer, focadas na pesquisa e desenvolvimento desses produtos de alta margem e que se orgulham de ter suas forças de vendas especialmente voltadas à oncologia. 
 
Nos últimos anos, a Novartis reforçou sua infraestrutura e se posicionou em segundo lugar no setor. Isso permitiu à multinacional de utilizar seus circuitos de distribuição atuais para realizar estudos promocionais necessários para completar seu portfólio, revela Michael Nawrath.

Expiração de patentes

O site especializado IMS Health prevê que a expiração de patentes poderá de hoje até 2016 causar uma perda de 106 bilhões de dólares nas vendas de medicamentos em relação aos cinco anos precedentes.
 
Por mais de dez anos, o medicamento Diovan contra a hipertensão foi o produto líder de vendas da Novartis. Quanto sua patente começou a expirar em diversos países a partir de 2011, o mercado foi inundado por produtos similares de baixo custo. A exclusividade sobre o Glivec (medicamento de tratamento da leucemia) começou a expirar em alguns países e a reação do mercado será semelhante.
 
Como a Novartis já anunciou, o verdadeiro impacto da expiração da patente do Glivec se fará sentir entre 2015 e 2016 quando a sua exclusividade cairá nos Estados Unidos e na Europa, mas esse declínio deverá ser compensado pelas vendas do seu sucessor, o Tasigna.

Grandes transações

Em 22 de abril, a Novartis anunciou transações na ordem de 28,5 bilhões de dólares. Objetivo: reconcentrar suas atividades através das vendas dos produtos “problema” como as vacinas e medicamentos para saúde animal e compra de produtos contra o câncer, mais lucrativos, assim como os direitos sobre produtos oncológicos atuais e futuros do setor de pesquisa e desenvolvimento da GSK.
 
Se a venda de vacinas à GSK por 7,1 bilhões de dólares e de produtos de saúde animal à empresa Eli Lilly por 5,4 bilhões alivia o seu caixa, Novartis foi criticada por analistas pelos 16 bilhões de dólares que deverá pagar pelo portfólio de oncologia da GSK.
 
Todavia, graças a essa ação a multinacional suíça fortalece sua posição no mercado de 35 bilhões de dólares de imuno-oncologia, uma abordagem inovadora e descrita como indispensável a não importa que empresa farmacêutica, uma vez que as terapias combinadas têm o potencial de, pelo menos, dobrar as vendas de um medicamento, considera Michel Nawrath.
 
A terapia imuno-oncológica via a reforçar o sistema imunitário do próprio organismo para combater de forma mais eficaz as células cancerosas em associação com substâncias que atuam diretamente nas células, o que permitiria de transformar a doença fatal em doença crônica similar ao SIDA, diabete ou hipertensão.
 
“Avaliamos que o mesmo portfólio assumido por um desenvolvedor profissional e um especialista em marketing de produtos oncológicos teria resultado em vendas na ordem de 2,9 bilhões de dólares em 2013”, acrescenta Nawrath. A GSK gerou apenas 1,6 bilhões de dólares no ano passado. O analista estima que o portfólio pudesse ter chegado até mesmo a um faturamento de 12 bilhões.
 
Em oncologia, a Novartis nunca foi considerada como um concorrente ao mesmo nível como sua concorrente e vizinha Roche. Seu tratamento contra a leucemia Glivec foi certamente, graças às vendas de 4,7 bilhões de dólares em 2013, o quarto medicamento anticâncer mais vendido no mundo atrás dos três produtos líderes da Roche, mas foi considerado como um sucesso apenas em curto prazo.
 
A negociação realizada com a GSK levanta agora uma esperança. O presidente mundial da Novartis, Joseph Jimenez, declarou ao jornal suíço Blick que seu objetivo era de ultrapassar a Roche. Os produtos, cujos breves são válidos de 2023 a 2030 deverão permitir à Novartis de crescer e administrar melhor as expirações de patentes (“patent cliffs”), quando medicamentos de sucesso cedem o espaço aos genéricos.
 
Novartis aposta pelo menos em três medicamentos que podem ultrapassar a marca de um bilhão de dólares de vendas anuais: o Votrient contra o câncer do rim, assim como o Tafinlar e o Mekinist, dois novos tratamentos do melanoma. Trata-se de um desenvolvimento que fará da Novartis o líder das terapias do câncer de pele, segundo o porta-voz Satoshi Sugimoto.

O segredo de venda?

A Novartis estará em condições de utilizar os circuitos de distribuição do Afinitor (tratamento de câncer) para os produtos recentemente adquiridos como o Tykerb ou o Votrient, pois eles são utilizados para indicações similares. O mesmo vale para os medicamentos contra o melanoma. Essa estratégia não geraria muitas despesas suplementares devido aos conhecimentos e à força de venda especializada da multinacional, segundo os analistas.
 
Os médicos são a chave do marketing farmacêutico. Ao analisar o potencial de vendas através da população dos pacientes e as prescrições, as empresas podem identificar e apontar os médicos mais suscetíveis de prescrever um medicamento.
 
Até então, a abordagem tradicional consistia a enviar-lhes os representantes regularmente para o fornecimento de informações clínicas, artigos de revistas e amostras gratuitas. A consultoria Burson-Marsteller estima que, até o fim dos anos 2000, a Novartis empregou só nos Estados Unidos seis mil representantes, com um orçamento de marketing de mais de 100 milhões de francos para a comercialização de um só medicamento como o Diovan (hipertensão).

Novartis

1996: criação da Novartis através da fusão das empresas Sandoz e Ciba-Geigy
1997: criação da Ciba Especialidades Químicas
1999: criação da Syngenta, especializada no setor agroalimentar.
2001: compra de uma participação minoritária na Roche
2002: compra do fabricante de genéricos LEK
2005: compra do fabricante de genéricos Hexal e Eon labs, assim como a OTC da empresa Bristol-Myers Squibb
2006: compra do setor de vacinas da Chiron e venda do setor de nutrição e saúde
2007: venda do setor de nutrição médica e alimentos para bebês
2009: compra do setor de genéricos injetáveis da EBEWE
2010: compra da Alcon, empresa fabricantes de produtos oculares

Os tempos mudam

Porém os tempos mudam. O número de representantes está caindo devido ao fato dos médicos não dependerem deles para o acesso às informações. Segundo a Burson-Marsteller, a principal fonte de informação hoje é a internet. Ao invés de inundar os consultórios com amostras gratuitas, os representantes estão hoje armados com computadores carregados de dados clínicos.
 
Empresas realizam procedimentos onerosos para comparar produtos diferentes para a mesma doença com o objetivo de estabelecer a prova que um medicamento é mais eficaz ou oferece uma melhor relação benefício-custo que outro. A Novartis, que despendeu 9,6 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento no ano passado, está disposta alcançar esse objetivo. 
 
Dois medicamentos contra o melanoma da GSK, o Tafinlar e o Mekinist, concorrem diretamente contra o Zelboraf da Roche. A Novartis poderá tentar provar que os dois medicamentos, os primeiros a terem sido aprovados como tratamento combinado nesse caso, são superiores ao Zelboraf, por exemplo, especialmente no ponto de resistência aos medicamentos.
 
Os esforços de marketing custam bastante dinheiro e as empresas estão sob pressão para rentabilizar a partir do momento onde elas temem ser notificadas para divulgar os pagamentos que fizeram e os presentes distribuídos.
 
Isso poderia ser uma das razões que explicam a queda do número de representantes farmacêuticos nos Estados Unidos de 107.000 (2006) a 60.000 em 2013, segundo a prestadora de serviços comerciais ZS Associados. Seus analistas indicam que o acesso aos médicos se tornou mais restritivo e que tratamentos complexos contra o câncer exigem representantes especialmente formados para convencer oncólogos, em particular se os produtos têm similar qualidade.
 
“Nos anos 1990, grandes números de representantes comerciais impulsionavam a venda graças a presentes”, lembra Michael Nawrath. Hoje em dia, mais do que uma força de venda, você precisa provar a eficácia de um medicamento, não apenas do ponto de vista terapêutico, mas também econômico, o que justifica prêmios de até 50 mil francos por ano (por tratamento).”
 
Por questões de concorrência, a Novartis não atende pedidos de dar detalhes sobre o número e as atribuições dos seus representantes. Porém
Peter Deane, responsável da empresa Global Sales Force Effectiveness, declarou em 2013 no site da indústria farmacêutica Eyeforpharma, que a Novartis teria aproximadamente 18 mil representantes e diretores de vendas.

Adaptação: Alexander Thoele

Governo vai convidar República da Irlanda a investir na agropecuária

A Bola|Portugalo
Uma delegação de empresários moçambicanos desloca-se, em junho, a Dublin, capital da República da Irlanda, numa missão de prospeção de oportunidade de negócios e que tem como objetivo convencer a classe empresarial a investir em Moçambique, em concreto na área da agropecuária.

A iniciativa enquadra-se no âmbito da visita oficial de Armando Guebuza, Presidente da República de Moçambique, à República da Irlanda, entre os dias 3 e 6 de junho, 

Em Dublin, a delegação moçambicana tentará, igualmente, atrair potenciais investidores para a Zona Económica Especial de Mocuba, província da Zambézia, recentemente aprovada em Conselho de Ministros.

Esta zona ocupará uma área de cerca de 10.727 quilómetros quadrados e visa contribuir para um rápido desenvolvimento dos distritos de Mocuba e Lugela, além do posto administrativo de Munhamade, na Zambézia.

Após campanha contra mercados, ex-trader francês é preso

O ex-corretor francês Jérôme Kerviel foi detido nesta segunda-feira (19) em Nice, sudeste da França.

REUTERS/Jean-Pierre Amet|RFI

O ex-corretor francês Jérôme Kerviel foi detido nesta segunda-feira (19) em Nice, sudeste da França.O ex-trader francês Jerôme Kerviel, condenado por ter causado um prejuízo de 4,9 bilhões de euros ao banco Société Générale, começou nesta segunda-feira (19) a cumprir a pena de três anos de prisão em regime fechado pelo crime. Durante todo o final de semana, Kerviel, que estava na Itália, ameaçou não voltar para a França por considerar a sentença “injusta”.

Kerviel tinha até a meia-noite deste domingo para se entregar, ou seria considerado foragido da Justiça. De Vintimille, na fronteira entre a Itália e a França, o ex-trader chegou a escrever uma carta para o presidente francês, François Hollande, para pedir indulto. Ele alega que o seu julgamento teve “falhas” e pediu “imunidade” para testemunhas que, segundo ele, poderiam ajudá-lo a reverter a sentença. Um porta-voz do Palácio do Eliseu informou que o socialista vai examinar a solicitação.

Depois de ser condenado, Kerviel iniciou uma campanha para denunciar os desvios do sistema financeiro internacional, do qual alega ter sido vítima. O francês viajou ao Vaticano e se encontrou com o papa Francisco, um crítico dos abusos dos mercados. De Roma, o ex-trader seguiu a pé até a França, uma caminhada que ele define como um ato “contra a tirania dos mercados”.

Nesta segunda, Kerviel iniciou a pena em uma prisão de Nice, no sudeste da França, onde se encontra em isolamento devido “à mediatização” do caso, conforme o sindicato de agentes penitenciários FO (Força Operária). A prisão ocorreu “calmamente, em um clima cordial”, de acordo com a entidade. Cerca de 10 apoiadores do ex-trader o acompanharam da delegacia até a penitenciária.

Kerviel poderá pedir liberdade condicional depois de cumprir metade da pena. Em 2008, quando o escândalo das transações financeiras operadas por ele estourou, o ex-analista de investimentos cumpriu 41 dias de prisão provisória.

Símbolo dos abusos

Considerado um símbolo dos abusos nos mercados financeiros, Kerviel foi julgado o único responsável pelo prejuízo de 4,9 bilhões de euros do banco Société Générale, no qual trabalhava. Inicialmente, ele havia sido condenado a cinco anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de igual valor. Na apelação, entretanto, a Justiça confirmou o tempo de detenção – que inclui dois anos em liberdade condicional -, mas cancelou o pagamento da indenização bilionária.

Kerviel, de 37 anos, foi acusado de realizar especulações financeiras no valor de dezenas de bilhões de euros em mercados de risco sem o conhecimento de seus superiores e de ter driblado os mecanismos de controle graças a operações fictícias e documentos falsos. Ele foi processado por abuso de confiança, falsificação e introdução fraudulenta de dados no sistema do banco.

Durante o processo, o ex-corretor admitiu ter “perdido a noção da realidade” e afirmou que seu único objetivo era fazer o banco ganhar dinheiro. Ele também repetiu que seus superiores sabiam o que ele estava fazendo. O escândalo abalou o mundo das finanças e quase levou o banco à falência.

Produção industrial chinesa desacelera e investimento cresce em ritmo lento

AFP – Agence France-Presse

13/05/2014 

A produção industrial chinesa freou em abril e desde janeiro os investimentos cresceram no ritmo mais lento em 12 anos, segundo números oficiais divulgados nesta terça-feira que revelam uma queda da atividade na segunda economia mundial.

A produção industrial cresceu 8,7% em ritmo anual, menos que no mês anterior (8,8%), anunciou o Gabinete Nacional de Estatísticas (BNS). Em janeiro e fevereiro, o crescimento havia sido de 8,6%, o índice mais baixo em cinco anos.

Os investimentos em capital fixo aumentaram 17,3% em janeiro-abril, em relação ao mesmo período de 2013. Também se trata de uma desaceleração, já que ocorreu uma progressão no primeiro trimestre (janeiro-março) de 17,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A alta registrada em janeiro-abril é a mais fraca dos últimos 12 anos.

A moderação dos investimentos pode ser explicada pelo esfriamento do mercado imobiliário, e por uma ampla campanha contra a corrupção, segundo os analistas do Bank of America Merrill Lynch.

Por sua vez, as vendas ao varejo progrediram 11,9% interanual em abril, revelando neste caso também um sensível freio no consumo particular, em relação ao crescimento registrado em março (12,2%), segundo o BNS.

Estas estatísticas decepcionantes podem alimentar as inquietações sobre a saúde da economia chinesa, cuja atividade sofre um claro freio.

O crescimento econômico do país caiu a 7,4% no primeiro trimestre de 2014 – um mínimo em 18 meses -, contra 7,7% no trimestre anterior. Pequim fixou em março um objetivo de crescimento anual de “cerca de 7,5%”.

As autoridades chinesas descartaram um plano maciço de reativação, embora tenham aplicado desde abril uma série de medidas para encorajar a atividade, como estímulos fiscais, facilidades para investir em infraestruturas e redução do índice de reservas obrigatórias para os bancos rurais.

Apesar disso, “a pressão continua crescendo para incitar (o governo) a adotar novas medidas de flexibilização monetária”, ressalta Zhang Zhiwei, analista do banco Nomura.

Organização da Copa acumula problemas, diz imprensa francesa

Estádio Mané Garrincha em Brasília

Estádio Mané Garrincha em Brasília|REUTERS/Ueslei Marcelino/Files|Elcio Ramalho

A rádio France Info diz que a única certeza é que no dia 12 de junho o Brasil vai estrear contra a Croácia, mas o resto ainda é um grande ponto de interrogação. A seleção e os torcedores estão prontos para o Mundial, mas os estádios e muitas obras de infraestrutura ainda não, alerta a emissora, que destaca a preocupação crescente com as manifestações sociais e os problemas relacionados à segurança.

“O Brasil longe de estar pronto a um mês de sua Copa”. Esse foi o título escolhido pela emissora de rádio France Info para resumir a situação do país. A seleção de Felipão está pronta, mas o resto é “um grande sofrimento”, escreve a emissora em seu site na internet.

France Info ainda revela que os aeroportos podem chegar rapidamente à saturação e, nos estádios, as conexões de internet e telefone ainda apresentam problemas. As emissoras de televisão vivem uma verdadeira “angústia” diante da falta de garantias de uma transmissão perfeita.

France Info informa ainda que a Copa do Mundo virou sinônimo de desperdício do dinheiro público para os 200 milhões de brasileiros que vivem num país onde ainda impera a desigualdade.

A festa vai depender da seleção 

O jornal Le Figaro dedica uma extensa reportagem para responder a pergunta: O Brasil está pronto para a Copa do Mundo? A correspondente do jornal relata os vários riscos que ameaçam a competição: as obras inacabadas, contestação social e a violência endêmica.

A reportagem lembra que o ritmo acelerado para concluir os estádios contribuiu para o país registrar a oitava vítima fatal. Um operário que morreu eletrocutado na Arena Pantanal, em Cuiabá. Com o atraso nas instalações das redes de telecomunicação, jornalistas terão dificuldades para trabalhar e até os torcedores podem não conseguir postar fotos nas redes sociais quando estiverem dentro dos estádios.

O setor de transportes é um dos mais problemáticos, aponta o jornal, já que nem metade das obras previstas nos aeroportos será concluída. O exemplo é o aeroporto internacional de São Paulo que estará operacional apenas parcialmente.

Le Figaro reproduz uma reportagem do Instituto Datafolha em que 55% dos brasileiros acreditam que a Copa trará mais problemas do que benefícios ao país. O jornal fez um comparativo com as edições anteriores do Mundial e mostra que o dinheiro público investido pelo governo brasileiro não tem concorrência.

O jornal informa que foram investidos mais de 10,7 bilhões de euros (R$ 32,5 bi) no evento, ou seja, cinco vezes mais do que a África do Sul gastou de seu orçamento para organizar a Copa de 2010. O retorno dos investimentos para o setor hoteleiro e turístico é questionável, segundo a reportagem, citando os casos de Cuiabá e Manaus que colocaram dinheiro em obras para um evento que deve durar apenas 30 dias.

Sem clima de Copa

Diferentemente de outras Copas,  Le Figaro constatou que o verde-amarelo ainda não enfeita ruas e as cidades brasileiras, mas deixa a entender que o clima de festa pode contagiar o país. É que segundo o jornal, o futebol é uma religião no Brasil e pode superar todos os obstáculos. Para isso, vai depender do que vai fazer a seleção brasileira dentro de campo.

noticias gerais e, especificamente, do bairro do Brás, principalmente do comércio