Depois de semanas de discussão, os líderes europeus confirmaram nesta sexta-feira (27) a indicação de Jean-Claude Juncker, ex-primeiro-ministro luxemburguês, para a presidência da Comissão Europeia nos próximos cinco anos. A escolha foi duramente criticada pelo premiê britânico, David Cameron, que julga a decisão “um grave erro”.
Juncker vai suceder José Manuel Durão Barroso, que está no comando do executivo europeu desde 2004. Mas antes de ocupar o cargo, o democrata-cristão deverá ter seu nome aprovado pelo Parlamento Europeu, em votação prevista para o dia 16 de julho. O ex-presidente do Eurogrupo deve ser apoiado pela maioria dos eurodeputados.
A candidatura do futuro presidente da Comissão Europeia, respaldada pela chanceler alemã Angela Merkel, obteve 26 votos a favor e apenas 2 contra dados pela Grã-Bretanha e Hungria. A votação de Juncker foi forçada pelo premiê britânico David Cameron pela primeira vez nas nomeações de uma cúpula Europeia. Mas Juncker nunca foi unanimidade. Desde o início a Grã-Bretanha criticou a visão federalista da Europa defendida pelo político luxemburguês. Para Cameron, o veterano da política europeia “poderá minar as posições dos governos nacionais”.
A escolha de Jean-Claude Juncker é uma derrota diplomática para Londres. Cameron acredita que ele não vai promover as reformas necessárias para convencer os britânicos a manter o país na União Europeia, após o referendo a ser realizado até 2017. O líder britânico, que perdeu as eleições de maio para os eurofóbicos do Partido pela Independência do Reino Unido, não só saiu derrotado como bastante isolado depois dessa enorme campanha de descrédito contra Juncker. Mesmo assim, Cameron fez questão de reafirmar que “Juncker é a pessoa errada para guiar a instituição e que a União Europeia se arrependerá da escolha”.
Livre Comércio
Em Bruxelas, os chefes de Estado e governo dos 28 países do bloco também assinaram nesta sexta-feira o acordo de associação e livre comércio com a Ucrânia, Geórgia e Moldávia. O presidente ucraniano, Petro Porochenko, disse que a assinatura do documento é histórica, “possivelmente o dia mais importante para o país desde a independência, em 1991, com o fim da União Soviética”. Criticado pela Rússia, que teme perder influência sobre as ex-repúblicas soviéticas, o acordo prevê a supressão de barreiras aduaneiras entre a Ucrânia e o bloco europeu, além de pacotes de ajuda financeira à Kiev em troca de reformas estruturais.