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39° Aniversário da Independência de Moçambique em clima de instabilidade

Reuters|RFI

O Presidente Armando Guebuza na sua habitual mensagem à nação, apelou à paz e ao diálogo, no momento em que Moçambique atravessa a pior ameaça de guerra desde o Acordo Geral de Paz de 1992.

No seu discurso, o último do seu segundo e derradeiro mandato presidencial, Armando Guebueza referiu “muitos sucessos em 39 anos de independência“, realçou a “unidade nacional e os fundamentos de uma paz assente no diálogo“, pediu aos moçambicano que “não percam a esperança” e reiterou que escolheu “o diálogo, para permitir que as pessoas tenham consciência das suas responsabilidades“.

Na mesma ocasião o comandante da Polsilia da República de Moçambique, Jorge Kalao, afirmou que a Renamo “é a principal fonte de armas para acções criminosas no país” e que “depois do Acordo Geral de Paz, ainda há muitas armas aí, a Renamo escondeu muitas armas…e os bandidos da Renamo, os guardas aque não têm salários, andam a vender armas”

Recorde-se que o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992 entre o Governo e a Renamo, prevê que Afonso Dhlakama possa manter homens armados, para garantir a sua segurança, Jorge Kalao.

Para assinalar o 25 de Junho de 1975 e simultaneamente lançar a sua pré-campanha com vista às eleições gerais de 15 de Outubro, o Movimento Democrático de Moçambique – MDM – terceira força poltica moçambicana, organizou um comício em Maputo, depois da “Marcha do Galo” realizada esta manhã nas ruas da capital moçambicana.

 

 
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
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25/06/2014

A instabilidade continua no país e a resolução final do Conselho Nacional da Renamo, reunido até ontem (24/06) na cidade da Beira, considera que devido ao conflito politico-militar, que dura há mais de um ano, o partido tem legitimidade para dividir o país a partir do rio Save, que atravessa a província de Sofala, no centro de Moçambique, “ficando e por imperativo de paz…a Frelimo a sul e a Renamo no centro e norte do país” afirmou Maria Inês, membro do conselho Nacional da Renamo, propósitos reiterados pelo secretário-geral do partido da perdiz Manuel Bissopo.

Moçambique: video-conferência de Afonso Dhlakama

Logo da Renamo

Logo da Renamo|RFI

O Conselho Nacional da Renamo está reunido entre hoje e amanhã na cidade da Beira, para entre outros formalizar a escolha de Afonso Dhlakama para candidato do partido às eleições presidenciais de 15 de Outubro.

O lider do principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, em parte incerta desde o ataque das forças governamentais contra a sua base em Satundjira, em Outubro de 2013, vai dialogar por video-conferência com o Conselho Nacional da Renamo, reunido na cidade da Beira, província de Sofala, no centro do país.

Desde há oito meses, Afonso Dhlakama apenas foi visto em público no dia em que se recenseou na Serra da Gorongosa, mas tem dado frequentemente entrevistas telefónicas e teleconferências como a de hoje (23/06), meio através do qual pronunciou o discurso de abertura do comício na cidade da Beira, destinado a aproximar o eleitorado de Afonso Dhlakama e a provar que ele está vivo.

Este encontro antecede o inicio amanhã (24/06) do  Terceiro Conselho Nacional da Renamo, alargado aos delegados políticos provinciais do partido, que vai analisar a “saúde política” da Renamo, a situação politico-militar no país, ou ainda as negociações entre a Renamo e o Governo, que continuam num impase.

 

 
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
 

23/06/2014

Combates aumentam entre Renamo e exército moçambicano

Sofala, Província onde se encontra a localidade de Muxungué

Sofala, Província onde se encontra a localidade de Muxungué

Wikipedia|RFI

Nos últimos dias,  houve recrudescimento dos combates, entre as forças governamentais e homens armados da Renamo, em Sofala, no centro de Moçambique, que fizeram pelo menos, dois mortos e quatro feridos.

Nos três últimos dias, forças da Renamo, maior partido da oposição, em Moçambique, atacaram colunas militares do exército moçambicano, na província de Sofala, no centro do país, provocando a morte de duas pessoas e quatro feridos.

 

A população da região, em pânico, já fala abertamente, no retorno da guerra em Moçambique, mas o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, que encerrava, este sábado, 21 de Junho, as suas presidenciais abertas, na província de Manica, disse, continuar aberto ao diálogo:

 

“Estou sempre pronto para falar com o líder da Renamo. Desde o ano passado, que nós manifestámos, isso; mas, o líder da Renamo, promete e não aparece. Como nós, queremos a paz, vamos continuar a insistir.” 

 

Por seu lado, Manuel Bissopo, Secretário Geral da Renamo, declarou que a paz, só é possível, com a criação de uma força conjunta, segundo o estipulado nos acordos de paz, assinados em 1997, em Roma, na Itália.

 

De Maputo, o nosso correspondente, Orfeu Lisboa.

 
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
 

21/06/2014

Aumenta sinistralidade de crianças nas estradas moçambicanas

Dia Mundial da Criança é todos os dias.

Dia Mundial da Criança é todos os dias|DR|RFI

O ano de 2013, ficou marcado pelo aumento da sinistralidade rodoviária, contra crianças em Moçambique, com mais de 855 casos registados, pelas autoridades moçambicanas.

O Dia Internacional da Criança, assinalado todos os anos, a 1 de Junho, foi marcado, emMoçambique, com várias actividades, chamando a atenção dos moçambicanos, para a alta taxa de sinistralidade, contra crianças moçambicanas, que são mortas, nas estradas do país.

Segundo a Ministra moçambicana da Mulher e Acção Social, Iolanda Cintura, o ano de 2013, ficou marcado por 855 acidentes, envolvendo crianças, em muitos casos, com“mortes de crianças, situações com ferimentos graves, crianças com ferimentos ligeiros, crianças que ficaram com deficiências, como resultado de acidentes de viação.”

Perante este drama, são as próprias crianças, que apelam o governo moçambicano, os pais e a sociedade civil, a buscar soluções para o problema, evocando mesmo a Carta dos Direitos e Protecção das Crianças:

“A criança deve ter uma educação, deve ter uma família, deve ter um nome, deve estudar e deve ter tudo o que precisa”, sublinha, uma vozinha de criança, na reportagem, do nosso correspondente, em Maputo, Orfeu Lisboa.

 

Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
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01/06/2014

De notar, que cada vez mais, o Dia Mundial da Criança, é comemorado, a 1 de Junho, em quase todo o mundo, mas, na verdade, a ONU, escolheu o dia 20 de Novembro, data da aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, em 1959, para se assinalar, o evento, assim como acontece, em relação à Convenção dos Direitos da Criança, de 1989.

Mas, há vários países, que assinalam o Dia da Criança, em Setembro, em Maio, em Outubro, ou em Novembro, e não necessariamente, no dia 1 desses meses.

Vipinno, um actor moçambicano em Bollywood

Cartaz do filme "A máfia do carvão"

Cartaz do filme “A máfia do carvão”|www.facebook.com/Koyelaanchal
Isabel Pinto Machado

O actor moçambicano Vipinno é “Karua”, no filme indiano “Koyeelaanchal” traduzido para português por “A máfia do carvão”, rodado no ano passado em Bollywood, Bombaím, e que desde 16 de Maio está nos ecrãs em Maputo.

A história do filme “A máfia do carvão” passa–se em 1973, aquando da privatização das minas de carvão na Índia, o que gerou conflitos entre o governo, os antigos proprietTrios das minas e os trabalhadores que reclamavam melhores condiçoes de vida e de trabalho.

O actor moçazmbicano Vipinno, encarna o personagem de “Karua” às mãos de quem vai parar um bébé de um ano, que acaba por ditar o desenrolar e desfecho do enredo. 

 

 

 
Vipinno
 
 

29/05/2014

Vipinno, nome artístico de Vipinu, nasceu em Inhambane, no sul de Moçambique, é de descendência indiana e já rodou dois filmes em Bollywood, nome dos estúdios em Mumbai, o primeiro dos quais há quatro anos, ainda sem qualquer formação específica de actor, e o segundo “A máfia do carvão” já depois de ter estudado durante dois meses na New York Film Academy..

Governo vai convidar República da Irlanda a investir na agropecuária

A Bola|Portugalo
Uma delegação de empresários moçambicanos desloca-se, em junho, a Dublin, capital da República da Irlanda, numa missão de prospeção de oportunidade de negócios e que tem como objetivo convencer a classe empresarial a investir em Moçambique, em concreto na área da agropecuária.

A iniciativa enquadra-se no âmbito da visita oficial de Armando Guebuza, Presidente da República de Moçambique, à República da Irlanda, entre os dias 3 e 6 de junho, 

Em Dublin, a delegação moçambicana tentará, igualmente, atrair potenciais investidores para a Zona Económica Especial de Mocuba, província da Zambézia, recentemente aprovada em Conselho de Ministros.

Esta zona ocupará uma área de cerca de 10.727 quilómetros quadrados e visa contribuir para um rápido desenvolvimento dos distritos de Mocuba e Lugela, além do posto administrativo de Munhamade, na Zambézia.

Moçambique: um milhão de crianças trabalham

AFP PHOTO/ SIA KAMBOU|RFI

O alerta foi lançado em Maputo, pelo coordenador da OIT no país, que afirmou haver cerca de um milhão de crianças a trabalhar, em sectores como o garimpo, o comércio informal, a agricultura, ou ainda em trabalhos domésticos, um número que tem que ser reduzido.

Durante dois dias estão reunidos em Maputo representantes do Estado e não só, com o objectivo de recolher subsídios para a elaboração de um plano nacional de acção, destinado a eliminar o trabalho infantil no país até 206.

O coordenador da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Moçambique, lançou este alerta hoje (28/05) em Maputo ao afirmar “há mais ou menos um milhão de crianças que trabalham neste momento em Moçambique, é um número assustador, que temos que reduzir, e uma das maneiras é implementarmos todos juntos o plano contra o trabalho infantil, que vamos validar nestes dias“. 

Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
 
 

28/05/2014

Moçambique ratificou em 2003 a Convenção da OIT que proíbe “as piores formas” de trabalho infantil, incluindo a escravatura, trabalho forçado, prostituição infantil e o recrutamento de menores de 18 anos para as forças armadas.

Em Outubro de 2013 a OIT apontou Moçambique como um exemplo de combate ao trabalho infantil, que no ano passado atingia cerca de 10 milhões e meio de crianças em todo o mundo. 

Moçambique assinalou dia da África

Areópago da União Africana, em Addis Abeba, Etiópia.

Areópago da União Africana, em Addis Abeba, Etiópia.

DR|RFI

As autoridades moçambicanas, assinalaram mais um aniversário do “Dia da África”, este ano, sob o lema da segurança alimentar no continente africano.

As comemorações do 51° aniversário da OUA, transformada na União Africana, foram assinaladas, um pouco por toda a África, sob o lema da “Segurança alimentar”.

Em Moçambique, o acto central, desde” Dia da África”, assinalado todos os anos, a 25 de Maio, decorreu em Maputo, tendo o vice-Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Eduardo Koloma, sublinhado que o seu país já está a implementar uma estratégia de segurança alimentar.

Segundo Eduardo Koloma, “o governo moçambicano, procura materializar as suas políticas, para o sector da agrícultura, que conta com 8 por cento, do Orçamento do estado”.

De Maputo, o nosso correspondente, Orfeu Lisboa.

De notar, que a OUA, Organização da Unidade Africana, foi criada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, na Etiópia, por representantes de 32 governos de países africanos independentes. A OUA, seria mais tarde, a 9 Julho de 2002, substituída, pela União Africana.

Galp anuncia novas descobertas de gás

Bandeira de Moçambique (foto ASF)
Por Redação de A Bola, Portugal
A Galp Energia anunciou, esta quinta-feira, que as perfurações num dos poços da bacia do Rovuma, no norte de Moçambique, foi bem-sucedida, tendo sido encontrados novos campos de gás natural.

«A Galp Energia, parceira do consórcio para a exploração da Área 4 na bacia do Rovuma, no offshore de Moçambique, anuncia a execução bem-sucedida da campanha de avaliação na descoberta Agulha, na parte sul da Área 4», refere a empresa em comunicado.

O poço em causa é o Agulha-2, tendo sido detetada a existência de uma coluna de gás com 25 metros «em reservatórios de arenito de boa qualidade, tendo confirmado a extensão sul do campo».

Segundo a Galp, o referido poço situa-se a 80 quilómetros da costa de Cabo Delgado, 12 quilómetros a sul do poço descobridor, o Agulha-1.

Trata-se do 12.º poço a ser perfurado com sucesso na Área 4 da bacia do Rovuma, onde o total de recursos descobertos está estimado em 2406 biliões de metros cúbicos.

Após a perfuração do Agulha-1, o consórcio da Galp está agora a perfurar o poço Dugongo-1 e a «avaliar a perfuração de um possível poço subsequente na área».

A Galp detém 10 por cento no consórcio de Moçambique, detido em 70 por cento pela italiana Eni.

Renamo anuncia Afonso Dhlakama como candidato

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM MOÇAMBIQUE

por Lusa, texto publicado por Paula MouratoHoje

Fotografia © Natacha Cardoso
Afonso Dhlakama

O secretário-geral da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, Manuel Bissopo, anunciou hoje que o líder do movimento, Afonso Dhlakama, será o candidato presidencial da organização às eleições gerais de 15 de outubro próximo.

Afonso Dhlakama reapareceu em público há cerca de duas semanas, na Serra da Gorongosa, centro do país, para se recensear com vista às eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias), alguns meses após ter-se refugiado em local incerto, na sequência do ataque do exército, em outubro do ano passado, ao acampamento em que vivia em Sadjunjira, também no centro do país.

“Mesmo que o presidente Dhlakama não consiga sair para circulação, de forma a exercer a atividade política por motivos de segurança, vai candidatar-se”, afirmou hoje o secretário-geral da Renamo (Resistência Nacional Moçambique) durante uma reunião de quadros do partido na cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia, centro do país.

Na entrevista que concedeu aos jornalistas em Gorongosa, após recensear-se, Afonso Dhlakama afirmou que a decisão de se candidatar às eleições gerais de 15 de outubro está dependente da decisão do partido.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, elegeu Filipe Nyusi, como seu candidato presidencial, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior força política no país, escolheu Daviz Simango, presidente do partido, para a corrida à Ponta Vermelha, a residência oficial do chefe de Estado moçambicano.

Após se recensear, cercado por membros da sua segurança, Afonso Dhlakama voltou para o local onde está refugiado, caminhando pela mata cerrada da Serra da Gorongosa.

O assalto do exército ao acampamento em que vivia Afonso Dhlakama aconteceu no contexto dos confrontos com os homens armados da Renamo, na sequência da crise política e militar em Moçambique, a pior desde a assinatura do Acordo Geral de Paz.