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Reino Unido prende mais de 600 suspeitos de pedofilia

Estrela da televisão britânica, Jimmy Savile, protagonizou um dos maiores escândalos de abuso sexual no Reino Unido.

Estrela da televisão britânica, Jimmy Savile, protagonizou um dos maiores escândalos de abuso sexual no Reino Unido.

Reuters/Paul Hackett/Files
RFI

A polícia britânia prendeu 660 suspeitos de pedofilia, entre eles, médicos, professores e assistentes sociais, em uma operação inédita realizada nos últimos seis meses. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (16) pela Agência Nacional contra o Crime (NCA).

 

De acordo com a NCA, a operação se concentrou na investigação de internautas que consultavam imagens “impróprias” de crianças na rede. Outros detidos também foram investigados por serem suspeitos de agressões sexuais contra menores de idade.

Em comunicado, a agência informa que o trabalho realizado em parceria com 45 equipes policiais em todo o Reino Unido permitiu proteger “mais de 400 crianças”. No total, os investigadores examinaram 833 sites, além de 9.172 computadores e telefones.

Na maioria dos casos, as investigações continuam e os responsáveis ainda não foram condenados. Segundo a NCA, 39 dos mais de 600 detidos já tinham passagem pela polícia.

O diretor-adjunto da NCA, Phil Gormley, declarou que a operação também tinha por objetivo identificar pedófilos potenciais. “Algumas pessoas começam a consultar imagens impróprias de crianças na internet e só depois passam a agredir sexualmente menores de idade”, justificou.

Nos últimos meses, uma série de casos de pedofilia envolvendo personalidades da mídia começaram a surgir no Reino Unido. Um antigo apresentador da rede de televisão BBC, Jimmy Savile, hoje já falecido, protagonizou um dos maiores escândalos da Grã-Bretanha. Ele teria sido responsável por cerca de 500 abusos sexuais de jovens ao longo dos últimos 40 anos.

Em decisão inédita, Vaticano condena “embaixador do papa” por pedofilia

Papa Francisco, que prometeu tolerância zero com pedófilos, demite embaixador na República Dominicana

Papa Francisco, que prometeu tolerância zero com pedófilos, demite embaixador na República Dominicana|REUTERS/Giampiero Sposito
RFI

Acusado de pedofilia, o ex-embaixador do papa na República Dominicana, o polonês Jozef Wesolowski, foi obrigado a deixar o sacerdócio e retornar ao estado laico. Em comunicado, o Vaticano informou que “o julgamento em primeira instância do processo canônico contra o ex-núncio apostólico na República Dominicana terminou recentemente na Congregação pela Doutrina da Fé” e ele foi condenado à “demissão de sua função clerical”. Ele tem dois meses para recorrer da decisão.

 

De acordo com a agência de notícias religiosas I-Media, apesar de bispos terem sido demitidos em casos similares, essa pode ser a primeira vez que um “embaixador do papa” perde a função eclesiástica sob acusações de pedofilia. Jozef Wesolowski, de 65 anos e núncio na República Dominicana desde janeiro de 2008, foi convocado pelo papa Francisco a voltar ao Vaticano em agosto passado, depois de ser acusado de abusar sexualmente de menores.

Por enquanto, ele desfruta uma relativa liberdade de circulação enquanto aguarda que a Congregação da Doutrina da Fé verifique a validade das acusações que pesam sobre ele, informa o comunicado do Vaticano. “Todas as medidas adequadas à gravidade do caso serão, no entanto, aplicadas”, termina o texto, transparecendo que ele poderá ser sujeito a penas restritivas de liberdade.

Processo penal

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, explicou que “medidas serão tomadas para que ele resida em um lugar preciso, limitado, sem liberdade de movimento porque trata-se de uma pessoa considerada culpada de um delito grave, que aguarda outro processo judiciário”.

Ao fim do processo canônico, Wesolowski, que é cidadão do Vaticano, enfrenta um processo penal diante da Justiça do Estado católico. O julgamento será possível graças a uma série de emendas feitas no ano passado ao código penal da Santa Sé. Em maio, o papa Francisco prometeu tolerância zero para os religiosos envolvidos em casos de pedofilia.

Papa Bento XVI sabia de abusos sexuais na Igreja, diz bispo australiano

 

WikiCommons

Bill Morris disse que pediu para ficar no cargo para tratar situação, mas teve pedido rejeitado; saída dele causou controvérsia entre seguidores

Do OperaMundi

O papa Bento XVI teria sido pessoalmente advertido sobre um caso de abuso sexual de menores em uma escola católica de Toowoomba, no nordeste da Austrália, mas teria ignorado os pedidos do bispo da diocese, Bill Morris, para que australiano tivesse o mandato estendido a fim de lidar com a situação. A informação está no livro que Morris lança neste final de semana.

O bispo conta que escreveu a Bento XVI pedindo uma prorrogação de seu mandato para promover uma mediação em um caso de abuso sexual em uma das escolas locais, mas o Pontífice rejeitou o seu pedido.

“Não houve profundidade na compreensão dos efeitos devastadores que os abusos sexuais no clero havia sobre as famílias e a comunidade em toda a Austrália”, afirma Morris.

O australiano afirma que tentou explicar ao papa “como os abusos denigrem a psique de uma comunidade, com o efeito debilitante sobre alguns indivíduos ao ponto de não confiarem mais na Igreja e em seus ministros”, mas recebeu respostas negativas ao pleito. “Acrescentei que era importante para a Igreja se preocupar com as vítimas, tomar as medidas necessárias para protegê-las e se certificar de que elas foram bem cuidadas”, disse.

De acordo com ele, um cardeal do alto escalão respondeu que “nem todos os padres são assim” e que as vítimas “deveria seguir com suas vidas”.

A saída de Morris foi conturbada, já que ele foi retirado do cargo por ordem de Bento XVI. Houve protestos e reações entre os seguidores da Igreja após a retirada dele. De acordo com o jornal australiano Brisbane Times, o Vaticano se preocupava com as ideias postas em discussão pelo clérigo, como casamento de padres e sacerdotes mulheres.

Comissão anti-pedofilia pede regras claras contra abusos sexuais na igreja

Presidente da comissão anti-pedofilia, cardeal Sean O'Malley, neste sábado (3), no Vaticano.

Presidente da comissão anti-pedofilia, cardeal Sean O’Malley, neste sábado (3), no Vaticano.

Reuters
RFI

A comissão de especialistas constituída pelo papa Francisco pede regras claras para lutar contra a pedofilia na igreja católica. A comissão, criada em março, se reuniu pela primeira vez durante três dias no Vaticano e divulgou neste sábado (3) suas primeiras recomendações.

 

A comissão composta por quatro homens e quatro mulheres se reuniu durante três dias e teve encontros com vários responsáveis do Vaticano, entre eles o papa Francisco. O comunicado divulgado neste sábado, no final desses três dias de discussões, pede que os padres pedófilos respondam por seus crimes e sejam punidos.

“O direito da criança é prioritário” indica o texto. Não deve haver nenhuma tolerância para quem comete os crimes nem para quem é negligente diante desses crimes, disse o presidente da comissão, o cardeal americano Sean O’Malley.

Ausência de propostas jurídicas

Os especialistas insistiram sobre a educação do clero, mas não propuseram meios jurídicos punitivos como havia sugerido o comitê de direitos da criança da ONU, em critica contra o Vaticano no inicio do ano.

A grande maioria dos casos de pedofilia envolvendo a igreja católica ocorreu há muitos anos, mas só foi revelada recentemente. Muitos padres culpados foram protegidos pela hierarquia da igreja e não foram denunciados à Justiça.

No mês passado, o papa Francisco pediu publicamente desculpa pelos abusos sexuais cometidos por padres contra crianças.