DIÁRIO DA MANHÃ|DANIELLY SODRÉ
Mais de 8 milhões de dólares em espécie foram apreendidos nesta terça-feira (29), pela Polícia Federal na sede de uma empresa de segurança em Pernambuco. De acordo com a investigação, parte do dinheiro que passava pelo esquema era usado para abastecer campanhas eleitorais.
De acordo com a PF, a quadrilha de doleiros operava um sistema paralelo de câmbio. O dinheiro, em vez de ser transportado, ficava parado na empresa à espera de saques, como em um banco, só que sem registro no sistema financeiro.
A Polícia Federal acredita que a organização criminosa, que possuía ramificações internacionais, tenha movimentado mais de 100 milhões de reais. As investigações iniciaram em 2010 a partir de relatórios de operações suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Foto:Divulgação Polícia Federal
O superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcelo Diniz disse que o esquema ajudava empresários a pagar fornecedores no exterior. “O grupo trabalhava com empresários que queriam subfaturar determinada importação e operavam o dólar-cabo para isso. O pagamento da diferença do valor da mercadoria era feito por esses doleiros”, afirmou Diniz.
Segundo o superintendente, o esquema internacional envolveu cinco países: Bélgica, Inglaterra, Portugal, Itália e China.
Durante a operação, a PF cumpriu 30 mandados de busca e apreensão, 14 mandados de condução coercitiva e três mandados de prisão preventiva. A operação foi deflagrada em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. A quadrilha é investigada por práticas de evasão de divisas, instituição financeira clandestina, lavagem de dinheiro e associação criminosa.