A União Europeia se declarou nesta segunda-feira (19) muito preocupada com a “degradação” da situação na Líbia. No domingo, um grupo armado atacou o Parlamento em Tripoli para reivindicar sua dissolução. As autoridades enfrentam dificuldades para estabilizar o país, dois anos e meio após a queda de Muammar Kadafi.
Testemunhas afirmam que o ataque foi promovido pelas brigadas de Zenten, um grupo armado que combate extremistas islâmicos e já promoveu uma ação semelhante em fevereiro passado. O grupo armado deixou o Parlamento poucos minutos depois do ataque e entrou em confronto com milícias rivais na estrada que leva para o aeroporto da capital líbia. Pelo menos duas pessoas morreram e 55 ficaram feridas, segundo as autoridades.
A União Europeia está “muito preocupada” com a “degradação” da situação na Líbia, disse nesta segunda-feira Michael Mann, porta-voz da chanceler europeia, Catherine Asthon. Os europeus pedem que todas as partes envolvidas “evitam o uso da força” e “trabalhem juntas” a fim de favorecer “uma transição bem-sucedida” na Líbia.
Milícias armadas
Desde a queda de Muammar Kadafi, em outubro de 2011, o governo de transição da Líbia tenta sem sucesso controlar as milícias armadas formadas por ex-rebeldes e dominadas por grupos islâmicos radicais. Essas milícias aproveitam a incapacidade do Estado de garantir a segurança da população para ditar suas próprias regras, criando um clima de anarquia na Líbia.
A situação também é caótica em Benghazi, a principal cidade do leste da Líbia, onde um militar aposentado, que combateu Kadhafi, lançou uma ofensiva na sexta-feira (16) contra rebeldes islâmicos fortemente armados que dominam a cidade. Os combates deixaram 79 mortos e 141 feridos.