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Risco de atentados leva Reino Unido a reforçar a segurança nos voos para os EUA

Zona de controle de passaportes em Londres.

Zona de controle de passaportes em Londres.

REUTERS/Neil Hall

O Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (3) ter reforçado a segurança nos aeroportos britânicos, atendendo a uma solicitação feita ontem pelo governo americano. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos temem novos atentados.

Diante das novas estratégias utilizadas pelos extremistas para enganar os controles de segurança na hora do embarque, o governo americano recomendou a aeroportos da Europa, África e Oriente Médio que reforcem as medidas de precaução para os voos com destino aos Estados Unidos.

O governo britânico garantiu que o aumento do dispositivo não deve afetar os viajantes, em plena temporada de férias de verão na Europa. Mas especialistas acreditam que as medidas preconizadas podem provocar atrasos, já que haverá mais revistas e, para alguns voos, todos os passageiros terão que tirar os sapatos.

Os serviços de inteligência americanos suspeitam que jihadistas da Frente Al Nosra, atuante na Síria, e o braço armado da Al Qaeda na Península Arábica (Aqpa), grupo baseado no Iêmen, trabalhem juntos para produzir explosivos capazes de passar desapercebidos nos controles de embarque.

“Europeus temerários”

No domingo, o presidente Barack Obama advertiu que “europeus temerários”, envolvidos na guerra santa islâmica (Jihad) na Síria e no Iraque, constituem uma nova ameaça aos Estados Unidos, porque o país não exige visto para portadores de passaportes da União Europeia. Essa situação torna a identificação de potenciais terroristas mais difícil. Muitos extremistas islâmicos possuem passaportes europeus e americanos, o que dificulta o trabalho de prevenção dos serviços de inteligência.

Neste momento, os Estados Unidos enfrentam um aumento do risco de atentados, com o retorno de alguns soldados ao Iraque, para ajudar o governo iraquiano a combater a ofensiva jihadista. Além disso, o julgamento, em Washington, do principal suspeito do ataque ao consulado americano de Benghazi, na Líbia, ocorrido em 11 de setembro de 2012, também eleva a tensão. O suspeito Ahmed Abou Khattala clama sua inocência diante da justiça americana. O atentado matou o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e três agentes de segurança.

Cuiabá registra 103 ocorrências durante a Copa do Mundo

Na Arena Pantanal, dentro e fora, foram 9 ocorrências. No Fan Fest 29 registros e na Rodoviária de Cuiabá 14

Portal Amazônia

Torcedores no Fifa Fan Fest de Cuiaba, Fifa Fan Fest de Cuiabá

CUIABÁ – As unidades da Polícia Judiciária Civil de atendimento ao turista, estrangeiro e nacional, localizadas no centro de Cuiabá, Arena Pantanal, Fan Fest e Rodoviária, registraram 103 ocorrências policiais, a maioria de menor potencial ofensivo no período de 12 a 25 de junho. Os dados são do Sistema de Registro de Ocorrências Policiais (SROP), extraídos pela Coordenadoria Geral de Estatísticas e Análise Criminal, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/MT).

Grande parte dos registros foi para furtos (33 boletins), extravio de documentos (29) e roubo (7). Ocorrências de uso de drogas, vias de fato, preservação de direito, moeda falsa, lesão corporal, dano e desacato também foram comunicadas.

A Delegacia do Turista, na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), foi a unidade que teve o maior número de registros, além de 154 atendimentos a turistas que procuraram a delegacia para informações e apoio no deslocamento na capital. Na Delegacia foram comunicados 51 ocorrências, sendo 21 furtos e 12 extravios de documentos e objetos.

Na Arena Pantanal, dentro e fora, foram 9 ocorrências. No Fan Fest 29 registros e na Rodoviária de Cuiabá 14.
Três turistas colombianos (duas mulheres e um homem) foram presos em flagrante pelo crime de furto. Uma das prisões ocorreu na manhã desta quinta-feira (26.06), no centro de Cuiabá. Um brasileira teve a bolsa furtada por um casal de turistas colombianos, mas somente a mulher infratora foi detida e levada ao plantão da Delegacia de Roubos e Furtos.

Também foram formalizados nove termos circunstanciados de ocorrências (TCO), para delitos com pena máxima de 2 anos de reclusão e/ou multa. O autores foram dois chilenos, um autuado por uso de drogas e outro por vias de fatos (briga); 1 TCO com representação mútua, de propaganda enganosa queixada por hóspedes venezuelanos contra o dono de um hotel em Cuiabá, que também alegou que os turistas saíram sem pagar a conta; outros 4 brasileiros, sendo dois por lesão corporal leve contra seguranças privados na Fan Fest, 1 por tumulto também no espaço de shows, e um por cambismo, no entorno da Arena Pantanal.

Um japonês respondeu TCO por desacato a um policial, durante jogo da seleção japonesa contra a Colômbia, no dia 24 de junho, e nas comemorações da vitória de 4 x 1 da seleção colombiana, um turista da Colômbia foi autuado por ato obsceno, desacato e resistência, na região de bares da Praça Popular.

Os turistas estrangeiros foram levados no mesmo dia ao Juizado Especial do Torcedor (JET) e lá definida a penalidade. Os brasileiros foram compromissados a comparecer em audiência no Juizado Especial Criminal de Cuiabá.

Para a Polícia Civil todos os delitos comunicados são considerados leves, típicos de ambientes com grandes aglomerações de pessoas e festejos. “São furtos de pequena monta comunicados em nossa Delegacia do Turista, que atuou não só nas atribuições de polícia judiciária, mas também exerceu papel social, virando referência para os turistas de diversas nacionalidades que estiveram aqui”, disse o delegado-geral Anderson Garcia, em coletiva na manhã desta quinta-feira (26), na Sesp/MT.

Copa em Cuiabá

A Copa em Cuiabá mobilizou 1.743 profissionais da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Corpo de Bombeiros, Politec, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal, agentes da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Como força complementar e pontual também foram empregados 1.600 homens do Exército Brasileiro e 162 policiais militares da Força Nacional.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, avaliou positivamente o resultado do conjunto de ações integradas desenvolvidas pelos órgãos municipais, estaduais e federais nos dias de Copa em Cuiabá. “Estamos muito satisfeitos com o resultado até agora. Mas ainda temos trabalho até o final da Copa e vamos atuar em outras frentes, pois temos turistas aqui. Nosso balanço final é positivo pela missão que foi dada e cumprida”, destacou Bustamante.

 

Primeiro jogo na Arena da Amazônia acontece neste sábado. Cerca de 1,2 mil policiais estarão no estádio

Portal da Amazônia

MANAUS – “Não há possibilidade para ataque terrorista“, afirmou o secretario de segurança pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Paulo Roberto Vital durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (13). O encontro serviu para mostrar a preparação dos órgãos de segurança para o primeiro jogo da Copa do Mundo em Manaus neste sábado (14), que terá o embate entre Inglaterra e Itália.

Segundo Vital, uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) revelou que a possibilidade de ação terrorista na capital do Amazonas é zero. “O Brasil não é alvo de terrorismo. Receberemos apenas seleções que representam os países vítima dessas tragédias, mas não existe risco”, enfatizou.

Arena da Amazônia recebe primeiro jogo da Copa do Mundo. Foto:  Chico Batata/Agecom

Vital também parabenizou o comportamento dos amazonenses durante o Fifa Fan Fest. “Recebemos elogios dos consulados da Inglaterra e Itália, pelo comportamento da população. Mostramos através da alegria, calor humano, solidariedade e hospitalidade uma visão totalmente diferente que eles imaginavam. E está na hora de colocar em ação todos os planejamentos feitos nesses quatro anos”, destacou.

A ação envolve o efetivo da Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) e Manaustrans. “O nosso plano dará certo, pois teremos a participação das três esferas do poder, sendo eles os órgãos federais, estaduais e municipais”, disse Vital.

Números

De acordo com o coronel da PM, Almir David, cinco mil homens estarão à disposição da corporação. Durante o jogo entre a Inglaterra e Itália, cerca de 1,2 mil policiais farão a segurança no entorno da Arena da Amazônia. “Para a segurança dentro do estádio a própria Fifa contratou os seguranças, mas teremos um efetivo lá também. Além de 60 viaturas nas ruas adjacentes para qualquer tipo de ocorrência”, revelou.

Representantes dos órgãos de segurança reunidos no Povos da Amazônia. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Segurança nos rios

A operação continuará na água com 12 lanchas do Batalhão Ambiental. Outros lugares que receberão atenção extra são os pontos turísticos de Manaus e o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Ao todo, 60 agentes da Polícia Turística do Amazonas atenderão exclusivamente aos estrangeiros.

O Corpo de Bombeiros contará com 250 oficiais especializados. A corporação terá viaturas de resgate e de combate a incêndio, ambulâncias, motocicletas, quadriciclos e lancha, jet ski e um helicóptero para transporte de vítimas.

A partir das 6h deste sábado (14), o Detran em parceria com o Manaustrans fecharão algumas ruas próximas da Arena da Amazônia. Os veículos que estiverem estacionados sem credenciamento serão retirados devido a ordem da Fifa. Ás 12h, todas as vias de acesso ao estádio serão fechadas para a entrada do público.

 

Quanto mais presos, maior o lucro

por  | A Pública

PPP RIBEIRAO DAS NEVES. Foto PEU ROBLES

Na primeira penitenciária privada desde a licitação, o Estado garante 90% de lotação mínima e seleciona os presos para facilitar o sucesso do projeto. Veja o Minidoc e a reportagem

Em janeiro do ano passado (2013), assistimos ao anúncio da inauguração da “primeira penitenciária privada do país”, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Porém, prisões “terceirizadas” já existem em pelo menos outras 22 localidades, a diferença é que esta de Ribeirão das Neves é uma PPP (parceria público-privada) desde sua licitação e projeto, e as outras eram unidades públicas que em algum momento passaram para as mãos de uma administração privada. Na prática, o modelo de Ribeirão das Neves cria penitenciárias privadas de fato, nos outros casos, a gestão ou determinados serviços são terceirizados, como a saúde dos presos e a alimentação.

Hoje existem no mundo aproximadamente 200 presídios privados, sendo metade deles nos Estados Unidos. O modelo começou a ser implantado naquele país ainda nos anos 1980, no governo Ronald Reagan, seguindo a lógica de aumentar o encarceramento e reduzir os custos, e hoje atende a 7% da população carcerária. O modelo também é bastante difundido na Inglaterra – lá implantado por Margareth Thatcher – e foi fonte de inspiração da PPP de Minas, segundo o governador do estado Antônio Anastasia. Em Ribeirão das Neves o contrato da PPP foi assinado em 2009, na gestão do então governador Aécio Neves.

O slogan do complexo penitenciário de Ribeirão das Neves é “menor custo e maior eficiência”, mas especialistas questionam sobretudo o que é tido como “eficiência”. Para Robson Sávio, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp) da PUC-Minas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, essa eficiência pode caracterizar um aumento das prisões ou uma ressocialização de fato do preso. E ele acredita que a privatização tende para o primeiro caso. Entre as vantagens anunciadas está, também, a melhoria na qualidade de atendimento ao preso e na infra-estrutura dos presídios.

Bruno Shimizu e Patrick Lemos Cacicedo, coordenadores do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo questionam a legalidade do modelo. Para Bruno “do ponto de vista da Constituição Federal, a privatização das penitenciárias é um excrescência”, totalmente inconstitucional, afirma, já que o poder punitivo do Estado não é delegável. “Acontece que o que tem impulsionado isso é um argumento político e muito bem construído. Primeiro se sucateou o sistema penitenciário durante muito tempo, como foi feito durante todo um período de privatizações, (…) para que então se atingisse uma argumentação que justificasse que esses serviços fossem entregues à iniciativa privada”, completa.

Laurindo Minhoto, professor de sociologia na USP e autor de Privatização de presídios e criminalidade, afirma que o Estado está delegando sua função mais primitiva, seu poder punitivo e o monopólio da violência. O Estado, sucateado e sobretudo saturado, assume sua ineficiência e transfere sua função mais básica para empresas que podem realizar o serviço de forma mais “prática”. E essa forma se dá através da obtenção de lucro.

Patrick afirma que o maior perigo desse modelo é o encarceramento em massa. Em um país como o Brasil, com mais de 550 mil presos, quarto lugar no ranking dos países com maior população carcerária do mundo e que em 20 anos (1992-2012) aumentou essa população em 380%, segundo dados do DEPEN, só tende a encarcerar mais e mais. Nos Estados Unidos, explica, o que ocorreu com a privatização desse setor foi um lobby fortíssimo pelo endurecimento das penas e uma repressão policial ainda mais ostensiva. Ou seja, começou a se prender mais e o tempo de permanência na prisão só aumentou. Hoje, as penitenciárias privadas nos EUA são um negócio bilionário que apenas no ano de 2005 movimentou quase 37 bilhões de dólares.

PPP RIBEIRAO DAS NEVES. Foto PEU ROBLES

Como os presídios privados lucram

Nos documentos da PPP de Neves disponíveis no site do governo de Minas Gerais,  fala-se inclusive no “retorno ao investidor”, afinal, são empresas que passaram a cuidar do preso e empresas buscam o lucro. Mas como se dá esse retorno? Como se dá esse lucro?

Um preso “custa” aproximadamente R$ 1.300,00 por mês, podendo variar até R$ 1.700,00, conforme o estado, numa penitenciária pública. Na PPP de Neves, o consórcio de empresas recebe do governo estadual R$ 2.700,00 reais por preso por mês e tem a concessão do presídio por 27 anos, prorrogáveis por 35. Hamilton Mitre, diretor de operações do Gestores Prisionais Associados (GPA), o consórcio de empresas que ganhou a licitação, explica que o pagamento do investimento inicial na construção do presídio se dá gradualmente, dissolvido ao longo dos anos no repasse do estado. E o lucro também. Mitre insiste que com o investimento de R$ 280 milhões – total gasto até agora – na construção do complexo esse “payback”, ou retorno financeiro, só vem depois de alguns anos de funcionamento ou “pleno vôo”, como gosta de dizer.

Especialistas, porém, afirmam que o lucro se dá sobretudo no corte de gastos nas unidades. José de Jesus Filho, assessor jurídico da Pastoral Carcerária, explica: “entraram as empresas ligadas às privatizações das estradas, porque elas são capazes de reduzir custos onde o Estado não reduzia. Então ela [a empresa] ganha por aí e ganha muito mais, pois além de reduzir custos, percebeu, no sistema prisional, uma possibilidade de transformar o preso em fonte de lucro”.

Para Shimizu, em um país como o Brasil, “que tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo”, não faz sentido cortar os gastos da população que é “justamente a mais vulnerável e a que menos goza de serviços públicos”. No complexo de Neves, os presos têm 3 minutos para tomar banho e os que trabalham, 3 minutos e meio. Detentos denunciaram que a água de dentro das celas chega a ser cortada durante algumas horas do dia.

O cúmulo da privatização

Outra crítica comum entre os entrevistados foi o fato de o próprio GPA oferecer assistência jurídica aos detentos. No marketing do complexo, essa é uma das bandeiras: “assistência médica, odontológica e jurídica”. Para Patrick, a função é constitucionalmente reservada à Defensoria, que presta assistência gratuita a pessoas que não podem pagar um advogado de confiança. “Diante de uma situação de tortura ou de violação de direitos, essa pessoa vai buscar um advogado contratado pela empresa A para demandar contra a empresa A. Evidentemente isso tudo está arquitetado de uma forma muito perversa”, alerta.

Segundo ele, interessa ao consórcio que, além de haver cada dia mais presos, os que já estão lá sejam mantidos por mais tempo. Uma das cláusula do contrato da PPP de Neves estabelece como uma das “obrigações do poder público” a garantia “de demanda mínima de 90% da capacidade do complexo penal, durante o contrato”. Ou seja, durante os 27 anos do contrato pelo menos 90% das 3336 vagas devem estar sempre ocupadas. A lógica é a seguinte: se o país mudar muito em três décadas, parar de encarcerar e tiver cada dia menos presos, pessoas terão de ser presas para cumprir a cota estabelecida entre o Estado e seu parceiro privado. “Dentro de uma lógica da cidadania, você devia pensar sempre na possibilidade de se ter menos presos e o que acontece ali é exatamente o contrário”, afirma Robson Sávio.

Para ele, “na verdade não se está preocupado com o que vai acontecer depois, se está preocupado com a manutenção do sistema funcionando, e para ele funcionar tem que ter 90% de lotação, porque se não ele não dá lucro”.

Para garantir a lei, a ordem e a imagem

Sala de controle do presídio privado: aqui não entra quem for do PCC. Foto; Peu Robles

Na foto, o complexo de Neves é realmente diferente das penitenciárias públicas. É limpo, organizado e altamente automatizado, repleto de câmeras, portões que são abertos por torres de controle, etc, etc, etc. Mas que tipo de preso vai pra lá? Hamilton Mitre, diretor do GPA afirma que “não dá pra falar que o Estado coloca os presos ali de forma a privilegiar o projeto”.

No entanto, Murilo Andrade de Oliveira, subsecretário de Administração Penitenciária do Estado de Minas, diz exatamente o contrário: “nós estabelecemos inicialmente o critério de que [pode ir para a PPP] qualquer preso, podemos dizer assim, do regime fechado, salvo preso de facção criminosa – que a gente não encaminha pra cá – e preso que tem crimes contra os costumes, estupradores. No nosso entendimento esse preso iria atrapalhar o projeto”.

Na visão dos outros entrevistados, a manipulação do perfil do preso pode ser uma maneira de camuflar os resultados da privatização dos presídios. “É muito fácil fazer desses presídios uma janela de visibilidade: ‘olha só como o presídio privado funciona’, claro que funciona, há todo um corte e uma seleção anterior”, diz Bruno Shimizu.

Robson Sávio explica que presos considerados de “maior periculosidade”, “pior comportamento” ou que não querem trabalhar ou estudar são mais difíceis de ressocializar, ou seja, exigiriam investimentos maiores nesse sentido. Na lógica do lucro, portanto, eles iriam mesmo atrapalhar o projeto.

Se há rebeliões, fugas ou qualquer manifestação do tipo, o consórcio é multado e perde parte do repassa de verba. Por isso principalmente o interesse em presos de “bom comportamento”. O subsecretário Murilo afirma ainda que os que não quiserem trabalhar nem estudar podem ser “devolvidos” às penitenciárias públicas: “o ideal seria ter 100% de presos trabalhando, esse é nosso entendimento. Agora, tem presos que realmente não querem estudar, não querem trabalhar, e se for o caso, posteriormente, a gente possa tirá-los (sic), colocar outros que queiram trabalhar e estudar porque a intenção nossa é ter essas 3336 vagas aqui preenchidas com pessoas que trabalhem e estudem”.

Hoje, na PPP de Ribeirão das Neves ainda não são todos os presos que trabalham e estudam e os que têm essa condição se sentem privilegiados em relação aos outros. A reportagem só pôde entrevistar presos no trabalho ou durante as aulas, não foi permitido falar com outros presos, escolhidos aleatoriamente. Foram mostradas todas as instalações da unidade 2 do complexo, tais como enfermaria, oficinas de trabalho, biblioteca e salas de aula, mas não pudemos conversar com presos que não trabalham nem estudam e muito menos andar pelos pavilhões, chamados, no eufemismo do luxo de Neves, de “vivências”.

O trabalho do preso: 54% mais barato

O Estado e o consórcio buscam empresas que se interessem com o trabalho do preso. As empresas do próprio consórcio não podem contratar o trabalho deles a não ser para cuidar das próprias instalações da unidade, como elétrica e limpeza. Então o lucro do consórcio não vem diretamente do trabalho dos presos, mas sim do repasse mensal do estado.

Mas a que empresa não interessaria o trabalho de um preso? As condições de trabalho não são regidas pela CLT, mas sim pela Lei de Execução Penal (LEP), de 1984. Se a Constituição Federal de 1988 diz que nenhum trabalhador pode ganhar menos de um salário mínimo, a LEP afirma que os presos podem ganhar ¾ de um salário mínimo, sem benefícios. Um preso sai até 54% mais barato do que um trabalhador não preso assalariado e com registro em carteira.

O professor Laurindo Minhoto explica: “o lucro que as empresas auferem com esta onda de privatização não vem tanto do trabalho prisional, ou seja, da exploração da mão de obra cativa, mas vem do fato de que os presos se tornaram uma espécie de consumidores cativos dos produtos vendidos pela indústria da segurança e da infra-estrutura necessária à construção de complexos penitenciários”.

Helbert Pitorra, coordenador de atendimento do GPA, na prática, quem coordena o trabalho dos presos, orgulha-se que o complexo está virando um “pólo de EPIs” (equipamentos de proteção individual), ou seja, um pólo na fabricação de equipamentos de segurança. “Eles fabricam dentro da unidade prisional sirenes, alarmes, vários circuitos de segurança, (…) calçados de segurança como coturnos e botas de proteção (…), além de uniformes e artigos militares”.

O que é produzido ali dentro, em preços certamente mais competitivos no mercado alimenta a própria infra-estrutura da unidade. A capa dos coletes à prova de balas que os funcionários do GPA usam é fabricada ali dentro mesmo, a módicos preços, realizados por um preso que custa menos da metade de um trabalhador comum a seu empregador.

Em abril deste ano, o Governo de Minas Gerais foi condenado por terceirização ilícita no presídio de Neves. A Justiça do Trabalho confirmou a ação civil pública do Ministério Público do Trabalho e anulou várias das contratações feitas pelo GPA.

“Entre os postos de trabalho terceirizados estão atividades relacionadas com custódia, guarda, assistência material, jurídica e à saúde, uma afronta à Lei 11.078/04 que classifica como indelegável o poder de polícia e também a outros dispositivos legais. Além de ser uma medida extremamente onerosa para os cofres públicos, poderá dar azo a abusos sem precedentes”, disse o procurador que atuou no caso, Geraldo Emediato de Souza, ao portal mineiro Hoje em dia.

Panorama final

Como na maioria das penitenciárias, as visitas do Complexo passam por revista vexatória. A., mulher de um detento que preferiu não se identificar, entregou à reportagem uma carta dos presos e explicou como é feita a revista: “temos que tirar a roupa toda e fazer posição ginecológica, agachamos três vezes ou mais, de frente e de costas, temos que tapar a respiração e fazer força. Depois ainda sentamos num banco que detecta metais”. Na mesma carta entregue por A., os presos afirmam que os diretores do presídio já têm seus “beneficiados”, que sempre falam “bem da unidade” à imprensa, e são, invariavelmente, os que trabalham ou estudam.

Na carta, eles ainda afirmam que na unidade já há presos com penas vencidas que não foram soltos ainda. Fontes que também não quiseram se identificar insistem que o consórcio da PPP já “manda” na vara de execuções penais de Ribeirão das Neves.

 

José de Jesus filho, da Pastoral Carcerária, não vê explicação para a privatização de presídios que não a “corrupção”.Tem seus motivos. Em maio de 2013, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) foram alvo de ações por corrupção e má utilização de recursos públicos. Na ação da CPTM foi citado o ex-diretor, Telmo Giolito Porto, hoje à frente do consórcio da PPP de Ribeirão das Neves, assim como a empresa Tejofran de Saneamento e Serviços Gerais LTDA., que faz parte do mesmo consórcio.

Nesse sentido, Robson Sávio alerta: “será que o estado quando usa de tanta propaganda para falar de um modelo privado ele não se coloca na condição de sócio-interesseiro nos resultados e, portanto, se ele é sócio-interesseiro ele também pode maquiar dados e esconder resultados, já que tudo é dado e planilha? Esse sistema ainda tem muita coisa que precisa ser mais transparente e melhor explicada”.

Pelo Brasil

O modelo mineiro de PPP já inspirou projetos semelhantes no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Distrito Federal. As licitações já aconteceram ou estão abertas e, em breve, as penitenciárias começarão a ser construídas. O governo do Estado de São Paulo e a Secretaria de Administração Penitenciária também pretendem lançar em breve um edital para a construção de um grande complexo no Estado, com capacidade para 10.500 presos. O governador Geraldo Alckmin já fez consultas públicas e empresas já se mostraram interessadas no projeto.

No Ceará, uma decisão judicial obrigou à iniciativa privada devolver a gestão de penitenciárias para o Governo do estado. No Paraná, o próprio Governo decidiu retomar a administração de uma série de penitenciárias, após avaliar duas questões: a jurídica e a financeira.

No Brasil, país do “bandido bom é bandido morto”, da “bancada da bala” e onde presos não têm direitos simplesmente por estarem presos, a privatização também assusta do ponto de vista da garantia dos direitos humanos dos presos. “Será que num sistema que a sociedade nem quer saber e não está preocupada, como é o prisional, haverá fiscalização e transparência suficiente? Ou será que agora estamos criando a indústria do preso brasileiro?”, pergunta Sávio.

Os entrevistados dão um outro alerta: nesse primeiro momento, vai se investir muito em marketing para que modelos como o de Neves sejam replicados Brasil afora. Hamilton Mitre diz que a unidade será usada como um “cartão de visitas” e fontes afirmam que o modelo de privatização de presídios será plataforma de campanha de Aécio Neves, candidato à presidência nas eleições do fim deste ano.

Para Minhoto, a partir do momento em que você enraíza um interesse econômico e lucrativo na gestão do sistema penitenciário, “o estado cai numa armadilha de muitas vezes ter que abrir mão da melhor opção de política em troca da necessidade de garantir um retorno ao investimento que a iniciativa privada fez na área”, diz. E Bruno Shimizu completa “e isso pode fazer com que a gente crie um monstro do qual a gente talvez não vá mais conseguir se livrar”.

“Para quem investe em determinado produto, no caso o produto humano, o preso, será interessante ter cada vez mais presos. Ou seja, segue-se a mesma lógica do encarceramento em massa. A mesma lógica que gerou o caos, que justificou a privatização dos presídios”, arremata Patrick.

Para entender: dados e números

Brasil

– Existem no Brasil aproximadamente 550 mil presos.

– São aproximadamente 340 mil vagas no sistema prisional.

– O Brasil está em 4o lugar no ranking dos países com maior população carcerária no mundo, atrás de EUA, China e Rússia.

– Entre 1992 e 2012 o Brasil aumentou sua população carcerária 380%.

– Empresas dividem a gestão de penitenciárias com o poder público em pelo menos 22 presídios de sete estados: Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Bahia, Alagoas e Amazonas.

Minas Gerais

– Em 2003 o Estado de Minas tinha aproximadamente 23 mil presos.

– Em 10 anos essa população mais do que duplicou: hoje são 50 mil presos.

– Em 2003 eram 30 unidades prisionais no Estado, hoje são mais de 100.

– Em 2011 o Estado de Minas já gastava aproximadamente um bilhão de reais por ano com o sistema penitenciário.

 O complexo de Ribeirão das Neves

– O consórcio Gestores Prisionais Associados (GPA), que ganhou a licitação do complexo penitenciário de Ribeirão das Neves é formado por cinco empresas, são elas:

CCI Construções S/A

 Construtora Augusto Velloso S/A

Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços LTDA

N. F. Motta Construções e Comércio

Instituto Nacional de Administração Penitenciária (INAP)

 

– Em 18 de janeiro de 2013 começaram a ser transferidos os primeiros presos para o Complexo Penitenciário de Ribeirão das Neves.

– A inauguração aconteceu no dia 28 de janeiro de 2013, com uma ala já ocupada por 75 presos.

– Hoje (maio de 2014) estão funcionando duas das cinco unidades do complexo, cada uma com 672 presos.

– A capacidade do complexo é de 3336 vagas.

– O consórcio de empresas tem 27 anos da concessão do complexo, sendo dois para construção e 25 para operação.

– Já foram gastos 280 milhões de reais na construção do complexo até agora. O GPA estima que no total serão gastos 380 milhões.

– O Estado repassa R$2.700 por preso mensalmente; nas penitenciárias públicas o custo é de R$ 1.300,00 a R$ 1.700,00 por mê

– As celas têm capacidade máxima para quatro presos.

– Detalhes sobre a PPP de Ribeirão das Neves e documentos podem ser acessados neste site.

 

Box-final-Reportagem-Pública

 

Emma Watson leva segurança para entrega de diploma

Diário de Notícias|Mariana PereiraHoje

 
Fotografia de Emma Watson vestida a rigor, partilhada pela própria no Twitter
Fotografia de Emma Watson vestida a rigor, partilhada pela própria no TwitterFotografia © Fotografia © Twitter

Na cerimónia de entrega de diplomas na Brown University, a atriz Emma Watson esteve permanentemente acompanhada por uma mulher que parecia ser uma colega mais velha mas que, mais tarde, surgiu sem o traje e na posse de um distintivo e de uma arma

Na cerimónia de entrega de diplomas na Brown University, em Rhode Island, EUA, Emma Watson, a Hermione na adaptação cinematográfica da saga Harry Potter, que terminou a sua licenciatura em Literatura Inglesa, tinha ao lado uma mulher mais velha, portando o mesmo traje académico que Watson e os outros dois mil estudantes que celebravam a conclusão das suas licenciaturas.

Afinal, fotografias de Watson e da “colega” mostraram depois esta última sem o traje e na posse de um distintivo e de um coldre com uma arma. A Associated Press, que divulgou as imagens, declara que o porta-voz da universidade, Mark Nickel, “não estava disponível para ajudar” a responder às questões levantadas acerca do que parecia ser uma segurança disfarçada e o porquê de esta ter seguido Emma Watson durante toda a cerimónia.

Já o chefe da polícia local, Steven Pare, declarou à revistaTimeque a mulher que acompanhava Watson não é membro da polícia local.

Atentados terroristas preocupam autoridades de segurança de Manaus

Seleções dos Estados Unidos, Inglaterra e Itália vão jogar na capital e órgãos trabalham com variáveis de risco

MANAUS – Cerca de 5 mil homens das forças de segurança estaduais e federais farão a segurança de turistas estrangeiros e brasileiros, autoridades e delegações que vão circular por Manaus. A capital amazonense vai sediar quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo. Acesse o infográfico do Portal Amazônia e conheça as seleções.

Força Nacional. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Segundo o secretário executivo adjunto de Segurança para Grandes Eventos, coronel Dan Câmara, as autoridades da área trabalham com algumas variáveis de risco, entre elas, a ameaça de atentados terroristas porque as seleções dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Itália vão jogar na capital amazonense. “Essas seleções nos fazem ter a atenção redobrada e o nível de alerta aumentado para ameaças terroristas.” Inglaterra e Itália vão jogar no dia 14 de junho e Estados Unidos e Portugal, no dia 22 de junho.

Outra variável de risco apontada pelo coronel é o que ele chamou de uma “convulsão no sistema prisional”. “Se houver descontrole no sistema prisional, isto é uma possível ameaça. Estamos trabalhando para evitar qualquer uma delas”.

Manifestações

Sobre as manifestações contra a Copa, o secretário ressaltou que “os grupos, até o momento, não têm sido preocupantes, mas estamos acompanhando. Vamos trabalhar de forma diferenciada contra qualquer grupo desordeiro que ameace a segurança coletiva.”

Cerca de R$ 100 milhões foram investidos na estrutura de segurança para a Copa. Além da compra de equipamentos, os recursos foram usados na capacitação e no treinamento de servidores e na construção do Centro Integrado de Comando e Controle Regional. Somente para equipar o centro foram alocados R$ 60 milhões.

Segundo o governo estadual, foram adquiridos 4.237 kits de armamento não letal, entre eles granadas explosivas de efeito moral e spray de pimenta. Há também o investimento em equipamentos antibombas como aparelho de raio X portátil com filme, robô antibombas de pequeno porte, detector de gases tóxicos e substâncias explosivas e roupa de proteção antibombas.

Para reforçar a segurança, também haverá um centro de comando e controle móvel, plataformas de observação elevada e 12 lanchas que vão fazer o patrulhamento do entorno de Manaus. Apenas no perímetro da Arena da Amazônia, 30 câmeras de segurança farão o monitoramento diário. Ao todo, em toda a capital, 250 câmeras vão enviar imagens para o Centro Integrado de Comando e Controle.

Uma delegacia móvel ficará perto do Complexo Turístico da Ponta Negra, onde ocorrerá a Fifa Fan Fest durante todo o período do Mundial. Na arena, a operação de segurança é compartilhada com a Federação Internacional de Futebol (Fifa). “Policiais ficarão como força de contingência no estádio”, disse o secretário.

 

Força Nacional reforçará segurança em Cuiabá durante a Copa

O trabalho será de apoio às forças policiais locais e federais e atende pedido do Governo de Mato Grosso

BRASÍLIA – Equipes da Força Nacional de Segurança Pública chegam nos próximos dias aCuiabá, onde ajudarão a reforçar a segurança de brasileiros e turistas durante a Copa do Mundo. O trabalho será de apoio às forças policiais locais e federais e atende pedido do Governo de Mato Grosso. Além de Cuiabá, Natal e outros seis pontos de rodovias federais que dão acesso às 12 cidades-sede também receberão agentes da Força Nacional.

No sábado (17), em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília, aconteceu cerimônia de formatura dos últimos 600 homens e mulheres a receberem capacitação para atuar no Mundial. De acordo com a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o efetivo total que será empregado vem sendo mantido em sigilo pelo ministério. A secretária, contudo, garante que as necessidades serão atendidas e que todo o pessoal estará preparado para apoiar as operações conjuntas.

“Temos um cadastro de 10,6 mil profissionais da segurança pública e os chamaremos conforme as necessidades. Posso garantir que temos condições de apoiar todos os estados, as polícias federais e, se for preciso, até mesmo a Forças Armadas”, garantiu a secretária.

Formatura de 600 integrantes da Força Nacional que atuarão na Copa do Mundo Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Durante a cerimônia, o diretor-geral da Força Nacional, coronel Alexandre Aragon, explicou que, ao passar pelo curso de instrução de nivelamento de conhecimento, os profissionais são informados dos protocolos operacionais da força e são preparados para lidar com distúrbios civis. Dirigindo-se aos militares, Aragon disse que eles são “a última linha de defesa da segurança pública”. “Se vocês falharem, passa a ser questão de segurança nacional. Passa a ser com as Forças Armadas”.

Criada há dez anos, a Força Nacional já participou de 146 operações especiais em todo o país. Atualmente, há 29 operações em curso.

A Copa do Mundo de 2014 será disputada em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza,Manaus, Natal, Porto Alegre, no Recife, Rio de Janeiro, em Salvador e São Paulo.

 

Cerca de 5 mil homens vão garantir segurança em Manaus durante a Copa

Além do efetivo, plano envolve um aparato tecnológico que teve investimentos na ordem de R$ 100 milhões

Foto: Divulgação/APM

MANAUS – Os jogos da Copa do Mundo em Manaus terão um efetivo de aproximadamente 5 mil homens empregados. A informação é da Comissão de Segurança Integrada para Grandes Eventos (CSIGE). As estratégias para a segurança da população e das autoridades que vierem prestigiar os jogos do mundial já estão definidas e foram testadas por seis vezes em grandes eventos realizados na capital e em Parintins.

Conforme o secretário titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), Paulo Roberto Vital, o modelo foi, inclusive, elogiado em fevereiro deste ano, em Brasília, quando ele foi apresentado aos representantes do Ministério da Justiça e do Exército e aos representantes das cidades-sede da Copa. Na época, o plano foi apresentado pelo secretário de Segurança Pública do Estado, com a presença do governador José Melo, no Palácio do Planalto.

Além do efetivo de quase 5 mil homens, o plano envolve um aparato tecnológico que teve investimentos na ordem de R$ 100 milhões. Os equipamentos também foram testados nos eventos-teste. Entre os equipamentos estão: centro de comando e controle móvel, plataforma de observação elevada, um centro regional de comando e controle, sistema de imagens aéreas, embarcações e tablets. Todo o monitoramento eletrônico será controlado pelo Centro Integrado de Comando e Controle, que está em fase final de instalação.

Saiba o que pode e não pode ser levado para a Arena da Amazônia

Estádio de Manaus recebe o sexto jogo-teste nesta quinta-feira, com partida entre Princesa do Solimões e Santos

MANAUS – Cerca de 20 mil pessoas são esperadas para o jogo entre Princesa do Solimões e Santos nesta quinta-feira (8), na Arena da Amazônia. A partida tem início previsto para às 20h50 (hora local), mas o acesso do público começa a partir das 18h. A entrada dos torcedores, que terão assentos marcados, será liberada em todas as catracas pelas avenidas Constantino Nery, Pedro Teixeira e Lóris Cordovil. Confira abaixo como funcionará o trânsito, o acesso e a segurança do evento.

Arena da Amazônia. Foto: Chico Batata

Segurança

Durante o jogo entre Princesa do Solimões e Santos, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) vai testar pela sexta vez o plano de segurança que será executado durante os jogos da Copa do Mundo em Manaus. A estrutura de operação para o jogo desta quinta-feira contará com 1,5 mil servidores públicos da área de segurança. O coordenador-geral da segurança do Amazonas na Copa do Mundo e secretário estadual de Segurança Pública, coronel PM Paulo Roberto Vital, disse que o evento deve ser o penúltimo teste para o exercício das forças de segurança.

Participam da operação integrada servidores da Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Corpo de Bombeiros, Corregedoria-Geral, Secretaria de Inteligência (Seai) e Secretaria de Grandes Eventos (Seasge), que estarão integrados com outros órgãos estaduais, federais e do município, como Manaustrans, Superintendência Municipal de Transportes Urbanos e Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), entre outros.

Segundo o secretário-adjunto de Grandes Eventos da SSP-AM, coronel Dan Câmara, por se tratar de um dos últimos eventos na Arena, a operação será a mais próxima da que será adotada durante os jogos da Copa em Manaus. “Por isso, estamos concentrando todas as ações no Centro Integrado de Comando e Controle Regional, de onde sairão todas as grandes decisões a serem tomadas”, afirmou.

O sexto teste de segurança da Arena da Amazônia vai usar monitoramento de vídeo por câmeras, como nos eventos anteriores, e o reforço do imageador aéreo, equipamento de alta tecnologia para gravação e transmissão de imagens em tempo real a partir de helicóptero da SSP-AM.

A operação integrada vai manter perímetros de segurança externos, por onde os torcedores que adquiriram ingresso passam por revistas da Polícia Militar. “Esse processo de triagem de fora para dentro garante um ambiente seguro e pacífico para o público dentro da Arena. Em todos os testes na Arena não registramos ocorrências graves”, disse o coronel Dan Câmara. A triagem para acesso ao estádio vai considerar as mesmas regras de entrada adotadas pela Fifa durante a Copa do Mundo.

Princesa do Solimões na semifinal do primeiro turno do Campeonato Amazonense de Futebol. Foto: Rui Costa/Princesa do Solimões

Dentro da Arena da Amazônia, a segurança é privada, conforme consta no plano integrado de operação. Para Princesa do Solimões x Santos, essa vigilância será feita por 500 agentes, chamados de “stewards”. A SSP-AM montará no estádio um grupo de policiais especializados em pronta-resposta, para emprego em casos de brigas e tumultos entre os torcedores.

Mobilidade urbana

O chefe da Divisão de Operações do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (Manaustrans), Antônio Costa Neto, informou que a avenida Constantino Nery será interditada no sentido bairro-Centro entre a avenida Pedro Teixeira e o viaduto do Complexo Ayrton Senna, possibilitando ao motorista acessar a Estrada dos Franceses, o retorno à Torquato Tapajós e o prosseguimento para o Centro da cidade pela avenida Mário Ypiranga Monteiro e Djalma Batista. No sentido Centro-bairro a avenida estará livre para o tráfego. A avenida Pedro Teixeira será interditada após a Fundação de Medicina Tropical, a partir da rua Francisco Orellana.

O coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa), Miguel Capobiango Neto, informou que medidas foram adotadas para melhorar o acesso dos torcedores. “Organizamos a entrada do público de maneira a facilitar o acesso e, caso tenhamos imprevistos, vamos intervir para que a operação não seja prejudicada”, afirmou o coordenador.

Ingressos

Os ingressos pela internet já estão esgotados, mas segundo a organização da partida, ainda há entradas disponíveis para compra nos postos de venda em Manaus e em Manacapuru. Na capital, os ingressos podem ser adquiridos nas lojas da Ótica Diniz e Soma Distribuidora.

Lista de objetos proibidos na Arena da Amazônia:

1 – Armas de qualquer tipo ou objetos que possibilitem a prática de violência;
2 – Guarda-chuvas longos ou guarda-sóis e outros objetos similares;
3 – Garrafas, copos (exceto copos de plástico), jarras, latas ou qualquer outra forma de recipiente fechado;
4 – Fogos de artifício, sinalizadores, bombas e outros artifícios de fumaça;
5 – Líquidos de qualquer tipo (inclusive bebidas alcoólicas ou não);
6 – Alimentos de qualquer tipo, exceto se adquiridos dentro do Estádio ou se forem alimentos especiais para diabéticos;
7 – Narcóticos ou estimulantes;
8 – Mastros de bandeiras ou de cartazes de qualquer tipo;
9 – Cartazes ou bandeiras maiores do que 2m x 1m50;
10 – Quaisquer tipos de animais;
11 – Bolas infláveis, tigelas e projéteis, independentemente do tamanho;
12 – Latas de spray de gás, substâncias corrosivas, inflamáveis;
13 – Instrumentos que produzam volume excessivo de barulho, tais como megafones, sirenes ou buzinas a gás;
14 – Qualquer instrumento musical, independente do tamanho, inclusive vuvuzelas;
15 – Instrumentos que emitam raios laser, apontadores a laser ou instrumentos similares.

 

Três mil militares do Exército vão atuar na segurança da Copa no DF

AGÊNCIA BRASIL

O Exército apresentou hoje (4) em Brasília o efetivo que vai atuar na segurança durante os jogos da Copa do Mundo que serão realizados na capital federal. A corporação empregará 3 mil militares na Força Planalto (Forplan), treinados para enfrentar ações contra terrorismo e ataques químicos. A apresentação foi feita durante cerimônia de troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes. Para compor o efetivo, serão chamados soldados de Goiás, do Tocantins e da região do Triângulo Mineiro.

Foto:Reprodução

Foto:Reprodução

Além do efetivo de militares, o Exército terá a disposição veículos blindados, metralhadoras, radares de solo, helicópteros, mais de 400 viaturas, além de roupas especiais contra ataques químicos. De acordo com o comandante Militar do Planalto, coronel Gilberto Breviliere, a corporação está pronta para garantir a tranquilidade da Copa do Mundo. “A Força Planalto vai atuar no eixo de defesa, aplicando todas as características e capacidade operacional do Exército, para prover a segurança e defesa, para que a Copa do Mundo possa ocorrer em um ambiente de harmonia e tranquilidade”, afirmou.

Segundo o comandante da Polícia do Exército, tenente-coronel João Felipe Dias Alves, a preparação do efetivo foi feita durante o ano passado, com objetivo de treinar todos os homens para garantir a segurança de quem vai assistir aos jogos, contra qualquer ocorrência de terrorismo e sabotagem e ainda durante manifestações próximas aos locais do evento. “As manifestações são uma preocupação da segurança pública. Estamos preparados para atuar como força de contingência, se necessário for.”

Em junho do ano passado, antes da abertura do jogo entre Brasil e Japão, pela Copa das Confederações, um protesto em frente ao Estádio Nacional de Brasília terminou com 29 pessoas detidas. Houve tumulto e a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha para dispersar o protesto.

O Estádio Nacional de Brasília receberá sete partidas da Copa do Mundo. A seleção brasileira fará seu terceiro jogo, na fase de grupos da competição, no dia 23 de junho. Brasília também sediará um jogo das oitavas de final (30 de junho), uma partida das quartas de final (5 de julho) e a decisão de terceiro e quarto lugares, no dia 12 de julho.