MANAUS – Tráfico de drogas, armas, animais, invasão à terras indígenas, crimes ambientais, imigração ilegal. Realizada em pontos estratégicos da fronteira do Brasil, a Operação Ágata chega à 8ª edição com o objetivo de inibir a incidência dessas práticas no país. Este ano, a operação militar abrangerá 16.886 quilômetros, em conjunto com mais dez países sul-americanos. A iniciativa faz parte do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), criado em 8 de julho de 2011 e coordenado pelo Ministério da Defesa e comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

O contato com os países vizinhos é feito com antecedência mínima de 30 dias. Os 10 países que atuarão em conjunto são: Uruguai, Argentina, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Além disso, oficiais de países da Europa, como Portugal, acompanharão a operação.
Um total de 30 mil militares do Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira farão a patrulha. As Forças Armadas contarão com a participação das polícias federal, rodoviária federal, militar, justiça, órgãos ambientais e de agências governamentais. Um total de 10 batalhões desdobrados em 24 pelotões de fronteira atuarão nas áereas à serem monitoradas.
As tropas contam com centros montados nos Comandos Militares da Amazônia (CMA), emManaus; do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS); do Norte (CMN), em Belém (PA); e do Sul (CMS), em Porto Alegre (RS). A faixa de fronteira situa-se 150 quilômetros a partir da divisa e compreende 27% do território nacional onde estão 710 municípios. Os estados de fronteira são Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Copa do Mundo e Parintins
Às vésperas da Copa do Mundo de Futebol, a operação envolve toda a faixa de fronteira terrestre, assim como na Ágata 7, durante a Copa das Confederações. De acordo com o comandante militar da Amazônia, general Guilherme Theophilo, serão duas forças de contingência separadas durante o período: uma para a Operação Ágata 8 e outra para a capital do Amazonas. “Para a Operação Copa do Mundo nós temos uma mobilização que vem dos grandes centros, como Rio Branco, Porto Velho e Boa vista, para reforçar a segurança da nossa cidade”.
Um dos destaques é para as vistorias e autorizações para barcos circularem durante o período das festividades do Boi-Bumbá de Parintins, que garantem segurança para o trabalhador e para a população. “O povo daqui já conhece. Quem tem embarcação, vai para Parintins, já conhece esse procedimento”, afirmou o comandante do 9º Distrito Naval, o vice-almirante Domingos Savio. “Infelizmente, sabemos que os ilícitos ocorrem. A Marinha, nesta operação, não fará nada mais do que já é condicional e praticado no dia a dia. Faremos a inspeção naval, como se fosse o detran nas estradas. Isso vai gerar, nós temos certeza, uma sensação de segurança na proximidade dos grandes eventos”, completou o vice-almirante.
O general Theophilo afirmou que os municípios não precisam se preocupar com os militares, bem como as comunidades indígenas e áreas de conservação, que “serão preservadas como sempre foram”. Para os representantes das forças armadas brasileiras reunidos em coletiva na manhã deste sábado, qualquer grama de cocaína que for retirada de circulação será um ganho social. “O objetivo principal é barrar, não deixar entrar em nosso território. Imagine o ganho social que é tirar de circulação a droga, a munição, o armamento, que estaria chegando dos grandes centros”, disse o comandante militar.
O vice-almirante Savio pediu que a população colabore com as operações. Também estiveram presentes para esclarecimentos das ações o chefe do Estado Maior do CMA, general de brigada Ubiratan Poty, e o subdiretor de abastecimento e chefe do Comando Logístico da Área de Operações, brigadeiro intendente Sérgio Lins de Castro. O Ministério da Defesa divulgará balanços parciais da Operação Ágata nos dias 15 e 22 de maio. A duração das atividades depende dos resultados, por tanto ainda não tem data para encerramento.
Ações cívico-sociais
Integrada à Operação Ágata 8, a 12ª Região Militar realizará atendimentos médicos, odontológicos, teste rápido de glicose e tipagem sanguíneae e assistência social nos municípios de Barcelos, Manacapuru e Careiro da Várzea no mês de maio. A primeira cidade onde a Ação Cívico-Social (Aciso), coordenada pelo Ministério da Defesa, acontecerá, é Careiro da Várzea, com início neste sábado (10) até dia 12 de maio.
Os atendimentos serão feitos na Unidade de Saúde Antonio Maia Barbosa de Careiro da Várzea, no Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) do 9°Distrito Naval. Um navio pode atender cerca de 400 pessoas por dia. As atividades serão coordenadas e executadas pelo 12° Batalhão de Suprimento do Exército Brasileiro.
Barcelos receberá a Aciso de 15 a 17 de maio de 2014, com atividades desenvolvidas pelo 3° Batalhão de Infantaria de Selva. E Manacapuru terá os serviços da Aciso de 19 a 21 de maio, com atividades executadas pela Companhia de Comando da 12ª Região Militar.