De A Tribuna On-line

DIÁRIO DA MANHÃ|RARIANA PINHEIRO
Quadrilhas por todo Brasil comemoram hoje o dia daquele que inovou o batismo e preparou a humanidade para receber Jesus Cristo
Sua história é antiga. Ele nasceu antes de Cristo, há mais de 2 mil anos, porém ainda empresta seu nome a grande parte da população do mundo. Sim, este é São João Batista e hoje é o seu dia. Homenageado por quadrilhas em todo Brasil, o festeiro das comemorações juninas é lembrado, sobretudo, por ter batizado Jesus Cristo. Por sua história de fé e coragem, o bravo profeta é reverenciado não apenas na Igreja Católica, mas também em várias outras religiões e doutrinas.
Assim sendo, nem precisa dizer que o bom homem, que viveu entre os anos 2 a.C.e 27 d.C é um dos religiosos consagrados mais populares do mundo. Toda reverência não é em vão, já que o santo, para os cristãos, é considerado o “precursor do prometido Messias”, ou seja, foi ele o encarregado de preparar a humanidade para a chegada de Cristo.
Para elevar e honrar o nome de Deus, João Batista, que era primo de Jesus, levou uma vida humilde, se abstendo de bens e prazeres. Era conhecido ainda por ser um pregador destemido, e, em um de seus sermões, em uma pequena aldeia chamada Adão, o profeta pregou sobre “aquele que viria”, do qual não seria digno nem de apertar as alparcas (as correias das sandálias).
Abertura do batismo
João Batista ainda inovou com um dos sacramentos mais importantes para os católicos. Antes, praticada apenas em judeus, o santo abriu a cerimônia também para os gentios (não israelitas), causando grande polêmica. Por isso, ficou famoso por espalhar sua espiritualidade, até então “revolucionária”, no Rio Jordão.
Um dos acontecimentos mais bonitos, na história de João aconteceu quando Jesus foi batizado pelo profeta, no lugar que é tradicionalmente conhecido como Qasr al-Yahud (“Castelo dos Judeus”). Segundo a Bíblia, durante este evento, o céu se abriu, com a descida do Espírito Santo na forma de uma pomba e uma voz divina dizia: “Tu és o meu Filho dileto, em ti me agrado.
Nascimento milagroso
Com a vida toda voltada para a fé é de se imaginar que sua chegada ao mundo tenha sido cercada por acontecimentos milagrosos. Como conta o livro sagrado, João teria nascido por obra de Deus, já que a mulher do sacerdote Zacarias, Isabel, era estéril e ambos possuíam idade avançada. A gravidez foi anunciada pelo “anjo do Senhor”, que relevou a chegada com as seguintes palavras: “Não tenha medo, Zacarias; sua oração foi ouvida. Isabel, sua mulher, dará a você um filho, e você lhe dará o nome de João. Ele será motivo de prazer e de alegria para você, e muitos se alegrarão por causa do nascimento dele”.
O anjo disse ainda que João iria deixar a humanidade preparada para o nascimento do Senhor, no espírito e no poder de Elias. Mas, a priore, Zacarias não acreditou na gravidez milagrosa de sua esposa e teria sido castigado com uma mudez. No entanto, a deficiência do sacerdote teria acabado também de forma divina. Segundo a Bíblia, seu “castigo” terminou depois que seus parentes queriam dar ao seu filho o nome de Zacarias. Sem poder falar, ele escreveu: “Seu nome é João” e sua voz voltou. A importância do nome vem de seu significado, que é “Deus é propício”.
Homem dos arraiás
É ainda impossível não associar o nome de João às populares quadrilhas, que invadem as cidades, com seu consagrado figurino colorido, fogueiras, balões, e especiarias deliciosas com milho. Mas, antes de homenagear São João, as festas juninas eram originalmente uma comemoração pagã que marcava a chegada do solstício de verão no Hemisfério Norte. Transportada para o Hemisfério Sul, a data foi associada ao solstício de inverno.
Com a evangelização da Europa, na Idade Média a comemoração pagã foi incorporada ao calendário cristão. A festa trazida principalmente por portugueses, mas também por espanhóis, holandeses e franceses, se misturou às ricas influências culturais do Brasil. A miscigenação étnica entre índios, africanos e europeus fez brotar no País uma série de expressões artísticas, como cantorias de viola e cordéis; emboladas de coco e cirandas; xote, xaxado e baião, sem falar nas quadrilhas e forrós.
Já o costume de acender fogueiras, que ainda é um grande símbolo das festas juninas, conforme a tradição católica, surgiu na noite do nascimento do santo. Neste momento, sua mãe Isabel teria mandado clarear o local com fogo nas montanhas da Judeia, para anunciar a chegada do filho ao mundo. Outros dizem que o costume foi introduzido pelos primeiros cristãos, que acendiam fogueiras na festa de São João, para lembrar que foi ele quem anunciou a vinda de Cristo, o símbolo da luz divina. Reza a tradição que a fogueira de São João deve ter a forma de uma pirâmide com a base arredondada.
SAIBA MAIS
Igreja Batista
A teoria de sucessão diz que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulicianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas.
Espiritismo
Devido às palavras do anjo Gabriel, no momento da anunciação de seu nascimento e também por São João ter como principal inspiração religiosa os registros de Elias, muitos acreditam que o santo seria a reencarnação do profeta do antigo testamento. De acordo com o livro sagrado, até mesmo a forma de vestir com peles de animais era semelhante entre os dois.
Mandeísmo
João Batista é venerado como Messias pelo mandeísmo.
São João Batista na Umbanda
Nesta religião afro-brasileira, este santo é sincretizado como uma das manifestações do orixá Xangô na Umbanda e é responsável nesta crença, por um agrupamento de espíritos que trabalha com a saúde e o conhecimento, na chamada Linha do Oriente, por congregar, além de médicos e cientistas, hindus, muçulmanos e outros povos.
São João Batista no Islamismo
São João Batista também é reverenciado pelos muçulmanos sunitas como sendo um dos seus profetas.
São João Batista na Maçonaria
A Maçonaria tem como patronos os santos São João Batista e São João Evangelista. Sob uma visão simbólica, os dois encontram-se num momento de transição, com o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca o nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua palavra.
Ceará – A emoção no duelo entre Alemanha e Gana, neste sábado, na Arena Castelão, ficou reservada para o segundo tempo. Os 45 minutos iniciais foram discretos, de poucas oportunidades. A etapa final valeu o ingresso: gols, adrenalina e recorde. Neste contexo, um empate por 2 a 2 de tirar o fôlego. Gana deu trabalho, virou o placar, mas viu Klose sair do banco para salvar o time alemão e fazer história. Ele igualou recordes de Ronaldo e até de Pelé.
Foto: Reuters
Com o resultado, Alemanha está com quatro pontos, na liderança do Grupo G. Gana soma seu primeiro ponto (perdeu para os Estados Unidos na estreia). Estados Unidos e Portugal se enfrentam neste domingo e fecham a segunda rodada da chave.
Na próxima rodada, quinta-feira, às 13h, Alemanha encara Estados Unidos, na Arena Pernambuco. No mesmo dia e horário, Gana enfrenta Portugal em Brasília, no Mané Garrincha.
O JOGO
O duelo começou em ritmo lento, com a Alemanha com maior posse de bola. A estratégia de Gana era contra-atacar. Após descida pela direita, Asamoah Gyan surgiu na área e finalizou por cima, na primeira chance do jogo. Os ganases obrigaram Neuer a trabalhar. Astu arriscou da entrada da área. O goleiro espalmou. A resposta alemã foi com Müller, travado na hora de marcar.
O goleiro alemão mais uma vez precisou mostrar serviço. Muntari arriscou da entrada da área. Neuer espalmou para longe. O primeiro tempo foi de pouca emoção, com a Alemanha com mais posse de bola. Porém, Gana foi mais perigosa e soube se defender.
A Alemanha não demorou a abrir o placar no segundo tempo. Logo aos seis minutos, Götze apareceu de surpresa na área, como se fosse um centroavante, e, sem jeito, completou para o fundo da rede. Inicialmente, ele tentou uma cabeçada, mas a bola bateu em seu joelho antes de entrar.
Após o gol, o jogo teve de ficar paralisado. Um torcedor invadiu o campo logo após a entrada de Jordan Ayew no lugar de Kevin-Prince Boateng. Como o irmão, que defende a Alemanha, havia saído no intervalo, o duelo familiar durou apenas 45 minutos.
Gana não sentiu o gol e conseguiu empatar logo depois. André Ayew aproveitou cruzamento da direita e cabeceou no canto direito de Neuer: 1 a 1. O time africano virou o placar. Asamoah Gyan aproveitou falha da zaga alemã, invadiu a área e fuzilou para fazer 2 a 1.
A Alemanha recorreu ao artilheiro Klose para deixar tudo igual. Ele entrou, na vaga de Götze, aos 23 minutos. Dois minutos depois, em seu primeiro toque na bola, ele completou cobrança de escanteio e fez 2 a 2. Foi 15º gol de Klose em Copas, empatando com Ronaldo como o maior goleador dos Mundiais. Como curiosidade, os dois estabeleceram a marca histórica em duelo com Gana. De quebra, Klose se igualou a Pelé e ao alemão Seeler, que fizeram gols em quatro Copas diferentes.
O jogo ficou aberto, mas com o mesmo panorama: Alemanha com mais posse de bola e Gana explorando o contra-ataque. As duas equipes tiveram chances, mas o empate prevaleceu. No fim, Müller se chocou com Boye e levou a pior, sangrando em campo. Que segundo tempo!
FICHA TÉCNICA
Alemanha 2×2 Gana
Estádio : Arena Castelão
Árbitro : Sandro Meira Ricci (Brasil)
Público : 59.621 presentes
Gols : Götze (Alemanha, aos 6′ do 2ºT) e Klose (Alemanha, aos 25′ do 2ºT), André Ayewm (Gana, aos 8′ do 2ºT) e Asamoah Gyan (Gana, aos 17′ do 2ºT)
Cartão amarelo : Muntari (Gana)
Cartão vermelho : –
Alemanha : Neuer; Boateng (Mustafi, no intervalo), Hummels, Mertesacker e Höwedes; Khedira, Lahmn, Özil, Toni Kross e Götze (Klose, aos 23′ do 2ºT); Thomas Müller; Técnico: Joachim Löw.
Gana : Dauda; Afful, Mensah, John Boye e Kwadwo Asamoah; Rabiu (Badu, aos 31′ do 2ºT), Muntari e Kevin-Prince Boateng (Jordan Ayew, aos 7′ do 2ºT); Atsu (Wakaso, aos 27′ do 2ºT), André Ayew e Asamoah Gyan; Técnico: Kwesi Appiah.
Veja vídeo: