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Coreia do Norte volta a disparar contra fronteira marítima ao sul

Líder norte-coreano King Jonh Un recebe aplausos durante cerimônia militar no dia 24 de abril.

Líder norte-coreano King Jonh Un recebe aplausos durante cerimônia militar no dia 24 de abril.

Korean Central News Agency (KCNA)
RFI

A Coreia do Norte iniciou nesta terça-feira (29) exercícios militares perto de uma zona marítima que disputa com a Coreia do Sul, anunciou Seul. Os tiros começaram por volta das 14h locais (2h em Brasília), mas nenhum projétil atingiu a fronteira sul no mar Amarelo.

 

Essa foi a segunda operação deste tipo em menos de um mês, disse o ministério sul-coreano da Defesa. Em 31 de março, em exercícios parecidos, Pyongyang disparou mais de 500 foguetes perto da chamada Linha de Limite Norte. A fronteira foi traçada por forças das Nações Unidas e dos Estados Unidos em 1953, ao final da Guerra da Coreia, mas Pyongyang se nega a reconhecê-la.

Em março, cerca de 100 projéteis caíram nas águas do sul, levando Seul a replicar e disparar mais de 300 tiros ao norte. O incidente não deixou vítimas ou danos materiais, mas reativou a tensão na península.

O regime norte-coreano havia advertido sobre os exercícios de hoje. “O Norte nos informou sobre a realização de manobras com fogo real no norte (da fronteira), na zona das ilhas Yeonpyeong e Baengnyeong”, declarou um porta-voz ministerial. O funcionário revelou que os barcos pesqueiros receberam ordens para abandonar a região. “Se foguetes caírem do nosso lado da fronteira, a Coreia do Sul vai replicar com firmeza”, advertiu.

Preparação para testes nucleares

As manobras ocorrem no momento em que um centro americano de estudos especializado na Coreia do Norte revela que Pyongyang parece concluir os preparativos para um quarto teste nuclear. Imagens obtidas por satélites mostram um aumento das atividades em Punggye-ri, onde o regime norte-coreano realiza seus exercícios nucleares, que estariam vinculadas “provavelmente à preparação de uma nova detonação” atômica, revelou o instituto EUA-Coreia do Sul da Universidade John Hopkins na semana passada.

A Coreia do Norte já executou três testes nucleares: em outubro de 2006, em maio de 2009 e em fevereiro de 2013. As atividades são proibidas pela ONU e a cada vez que se repetem, provocam um aumento das sanções internacionais contra o país asiático.

Coreia do Norte pode realizar teste nuclear durante visita de Obama, diz Coreia do Sul

O líder norte-coreano Kim Jong Un

O líder norte-coreano Kim Jong Un

Reuters/路透社
RFI

As autoridades sul-coreanas suspeitam que a Coreia do Norte esteja preparando um teste nuclear durante a visita do presidente americano Barack Obama, que chega nesta sexta-feira (25) a Seul, segunda etapa de seu giro pela Ásia. No Japão, Obama pediu que a China convença os norte-coreanos a abandonarem seu programa nuclear.

 

Segundo um representante do governo, os serviços secretos sul-coreanos descobriram que os norte-coreanos já começaram os preparativos nesta quinta-feira (24). O túnel onde são realizados os testes nucleares teria sido lacrado. Dentro, foram colocados um detonador, material fóssil e outros instrumentos.

Nesta terça-feira (22), o ministério sul-coreano da Defesa já havia notado um aumento da atividade perto de Punggye-ri, onde o governo norte-coreano realiza testes com frequência. “Acreditamos que o Norte poderia organizar um teste nuclear supresa, ou pelo menos está pensando em planejar um”, disse o porta-voz do ministério.

Até agora, a Coreia do Norte já efetuou três testes nucleares: em outubro de 2006, maio de 2009 e fevereiro de 2013. Os três foram proibidos pela ONU e tiveram como consequência a adoção de novas sanções internacionais contra o regime e o país, que enfrenta uma grave crise econômica.

Os analistas se dividem quanto à real possibilidade de um quarto teste durante a visita de Obama. Alguns estimam que Pyongyang não arriscaria comprometer suas relações diplomáticas com a China, seu único aliado de peso.

No Japão, onde chegou nesta quarta-feira, o presidente americano pediu justamente à China que convença a Coreia do Norte a abandonar seu programa nuclear. No ano passado, o país chegou a ameaçar diretamente os Estados Unidos e a suspender o diálogo com os vizinhos do sul, cortando a linha telefônica militar com o país.